Parece que seria imposs\u00edvel acontecer, mas ap\u00f3s o parto de sua \u00faltima gravidez, a hist\u00f3ria dessa paciente, que n\u00e3o identificaremos para proteger sua identidade, n\u00e3o \u00e9 de infertilidade, mas sim de uma laqueadura realizada sem sua autoriza\u00e7\u00e3o.<\/p>\n
\u201cEu sou laqueada h\u00e1 8 anos… eu tenho 3 crian\u00e7as… na \u00faltima ces\u00e1ria a m\u00e9dica me fez a laqueadura sem eu saber… sofremos muito quando eu descobri\u201d, contou em seu depoimento.\u00a0 \u201cFrustra\u00e7\u00f5es, medo, mas Deus me colocou na IVI, creio que a vit\u00f3ria vir\u00e1\u201d.<\/p>\n
\u201cInfelizmente n\u00e3o \u00e9 a primeira vez que conhecemos um caso de paciente que foi laqueada contra sua vontade… ou que, por vontade pr\u00f3pria, solicitou a laqueadura com menos de 25 anos, o que \u00e9 proibido por lei\u201d, lamenta Dr Agnaldo Viana<\/strong>, especialista em reprodu\u00e7\u00e3o humana que acompanha o tratamento da paciente. \u201cMas\u00a0ela\u00a0n\u00e3o se deixa abalar por essa fatalidade, nem se coloca no lugar de v\u00edtima, apesar do que aconteceu. Ela sabe que ficar lamentando n\u00e3o ir\u00e1 realizar o sonho deles e por isso est\u00e1 com a gente fazendo tratamento\u201d.<\/p>\n
Descobri fazendo primeiro v\u00e1rios exames e a histerossalpingografia (esse \u00e9 o m\u00e9todo que define o bloqueio da trompa). Ent\u00e3o fui na maternidade brigar pelo meu prontu\u00e1rio e a diretora m\u00e9dica me humilhou demais at\u00e9 me dar a informa\u00e7\u00e3o que fui laqueada. Foi horr\u00edvel; algu\u00e9m interromper nossos sonhos assim por achar que podem. E eles me falam que me fizeram um favor.<\/p>\n
Pensei em desistir, mas Deus me disse que ele ainda realiza sonhos.<\/p>\n
Para as pessoas verem que n\u00e3o acabou. Tenho o prazer em compartilhar com voc\u00eas cada sofrimento e essa minha hist\u00f3ria que \u00e9 t\u00e3o doida.<\/p>\n
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A laqueadura \u00e9 o fechamento das trompas. Um procedimento cir\u00fargico que fecha de forma definitiva o canal de passagem onde o \u00f3vulo se encontra com os espermatozoides. A laqueadura \u00e9 quase irrevers\u00edvel.<\/p>\n
Alguns m\u00e9dicos indicam a revers\u00e3o da laqueadura, que seria um m\u00e9todo que se realizado com sucesso poderia ser capaz de restabelecer o canal de passagem do \u00f3vulo, permitindo a fecunda\u00e7\u00e3o natural. Este procedimento se chama\u00a0reanastomose tub\u00e1ria<\/strong>, onde \u00e9 retirado o peda\u00e7o comprometido das trompas e as mesmas s\u00e3o religadas para tentar que ap\u00f3s a recupera\u00e7\u00e3o cir\u00fargica a permeabilidade seja recuperada, ou seja, que o \u00f3vulo e o espermatozoide possam passar livremente pelas trompas para que a fecunda\u00e7\u00e3o natural aconte\u00e7a.<\/p>\n
Infelizmente a taxa de falha na revers\u00e3o da laqueadura \u00e9 alta. Normalmente as trompas n\u00e3o conseguem cicatrizar de forma adequada e sofrem novas obstru\u00e7\u00f5es ap\u00f3s a cirurgia de revers\u00e3o. Essa cicatriza\u00e7\u00e3o aumenta o risco de gravidez tub\u00e1ria, ou seja,\u00a0gravidez ect\u00f3pica<\/strong>, que representa um alto risco para a sa\u00fade da mulher, al\u00e9m do fatal comprometimento do embri\u00e3o. Isso ocorre porque com a revers\u00e3o pode chegar a dar passagem aos espermatozoides, acontecer o encontro do \u00f3vulo e a forma\u00e7\u00e3o do embri\u00e3o, mas em virtude das trompas estarem muito castigadas pelas cirurgias, elas podem n\u00e3o desempenhar sua fun\u00e7\u00e3o adequadamente.<\/p>\n
A\u00a0fertiliza\u00e7\u00e3o in vitro<\/a><\/strong>, onde o \u00f3vulo \u00e9 captado no ov\u00e1rio e fecundado no laborat\u00f3rio, para ap\u00f3s alguns dias em cultivo no laborat\u00f3rio de embriologia ser introduzido diretamente no \u00fatero materno \u00e9 o tratamento mais adequado para engravidar ap\u00f3s laqueadura por dois motivos:<\/p>\n
Pacientes laqueadas jovens e com boa sa\u00fade podem ser candidatas a doar \u00f3vulos<\/strong><\/p>\n
Pacientes jovens, com menos de 35 anos que cumpram os requisitos de sa\u00fade necess\u00e1rios para doar \u00f3vulos, podem ser candidatas ao projeto IVIDOA, de doa\u00e7\u00e3o compartilhada de \u00f3vulos<\/strong>, o que sup\u00f5e uma maior facilidade de acesso ao tratamento da doadora.<\/p>\n
Os requisitos s\u00e3o:<\/p>\n