Semana passada a cidade de Alicante, na Espanha, reuniu mais de mil especialistas relacionados com a reprodução humana no 6º Congresso Internacional IVI sobre medicina reprodutiva. O evento superou a expectativa de público e, como de costume, revelou tendências. Entre os convidados especiais esteve Mats Brännström, especialista sueco que realizou o primeiro transplante de útero do mundo, e Craig Niederberger, co-editor da revista Fertility and Sterility, principal do setor. Temas como melhorar as taxas de sucesso do tratamento de fertilidade e o transplante de útero ocuparam o centro das atenções.
Os avanços destacados foram relacionados à medicina regenerativa e a genética, que tem mostrado que a medicina reprodutiva avança além de ajudar casais com infertilidade, mas também evolui para evitar a manifestação de doenças genéticas graves, que uma vez manifestadas não podem ser curadas. Atualmente 56% dos diagnósticos genéticos realizados no IVI para identificar embriões com alterações cromossômicas são de pacientes onde a mulher é maior de 40 anos. Para mulheres a partir dessa idade, as chances de descendentes com doenças genéticas é de 1 para cada 66 nascimentos.
Não menos importantes foram as sessões dedicadas a discutir a vitrificação de óvulos para mulheres a partir dos 38 anos. O debate promovido chegou à conclusão que apesar de ser possível congelar os óvulos através da técnica de vitrificação nessa idade, o ideal e mais efetivo é que as mulheres tomem a decisão aos 35 anos, ou inclusive antes, para obter melhores chances de gravidez conforme menor for a idade de vitrificação. Ainda sobre o tema vitrificação, mas agora no caso de embriões, a técnica tem sido efetiva para obter mais de uma gravidez passando por apenas um ciclo de estimulação dos ovários, sendo que a efetividade dos embriões, assim como dos óvulos vitrificados, é comparável com a efetividade dos mesmos em estado fresco.
Entrega do Prêmio Internacional Fundação IVI e Prêmio Jornalístico
Junto com a realização do congresso, também em sua sexta edição, foi realizada a entrega do VI Prêmio Internacional Fundação IVI para as categorias pesquisa clínica e pesquisa básica, e por primeira vez foram entregues prêmios jornalísticos. A Fundação IVI desembolsou um total de 56 mil euros (aproximadamente R$174.000,00) com o objetivo de reconhecer a excelência clínica, de pesquisa e também informativa na área de reprodução humana. Os prêmios foram entregues por representantes do IVI e MSD.