A relação entre a fertilidade e obesidade foi comprovada por muitos estudos. Hoje todos os especialistas e pacientes de reprodução humana sabem que a obesidade de homens e mulheres pode afetar a capacidade de engravidar naturalmente e inclusive as chances de sucesso do tratamento. No entanto, a forma de estimar este risco não era a ideal. Foi o que descobriram pesquisadores do grupo IVI em uma pesquisa que incluiu 862 mulheres e seus respectivos parceiros.
Na pesquisa apresentada recentemente durante o 73º Congresso Anual da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, especialistas do IVI revelaram que a porcentagem de gordura corporal (BF) é uma forma mais precisa que o Índice de Massa Corpórea (IMC) para estimar as chances de gravidez e calcular o risco de infertilidade.
Os especialistas chegaram a esta conclusão ao perceber durante o estudo que, na medida em que a porcentagem de gordura corporal aumentava, os resultados positivos da FIV diminuiam para homens e mulheres, o que não se aplicava aos casos onde o IMC era elevado, mas que a BF era normal ou baixa.
Genética influencia a obesidade ou a obesidade influencia a genética?
As duas coisas! A genética pode influenciar no risco da obesidade, mas estudos tem comprovado que a obesidade também pode afetar de forma epigenética as pessoas, e inclusive ser transmitida aos descendentes.
Estima-se que entre as mulheres obesas, cerca de 30% enfrentam dificuldades para conceber, e que a produção e qualidade dos espermatozoides também são afetadas pela obesidade masculina. As chances de gravidez natural e também o sucesso dos tratamentos de reprodução humana são inferiores entre homens e mulheres obesos ou com sobrepeso.
A boa notícia é que perder peso pode chegar a reverter o quadro de infertilidade dos pacientes!
Qual é a diferença entre Índice de Massa Corporal e Porcentagem de Gordura Corporal?
Porcentagem de gordura corporal (BF): Como o nome indica é a porcentagem de gordura que seu corpo tem em relação à sua massa magra. Considera mais fatores que o IMC e para ser calculada de forma mais precisa, o cálculo deve ser feito por um nutricionista, que também pode pedir exames que confirmem seus cálculos.
Índice de Massa Corporal (IMC): O Índice de Massa Corporal é uma medida adotada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para medir a obesidade. Ou seja, é um padrão internacional para avaliar o grau de obesidade calculado a partir da divisão entre o peso pela altura ao quadrado.
Veja a tabela:
Ter um IMC abaixo de 25 continua sendo importante e uma forma fácil de ter uma referência. No entanto, a porcentagem de gordura corporal poderá indicar com mais precisão o impacto do peso na sua saúde.
Obesidade durante a gravidez afeta os descendentes
Além dos riscos da obesidade durante a gravidez, que incluem complicações como hipertensão, risco mais elevado de aborto e parto prematuro, os filhos de gestantes obesas têm uma probabilidade 40% mais alta de ter obesidade. Esta influência é transmitida através de um conceito conhecido como “memória metabólica” onde o ambiente em que o feto se desenvolve condiciona seu desenvolvimento durante a etapa pré-natal e durante toda sua vida.
Lembrando que a obesidade não é um caminho sem volta nem uma sentença irremediável para aqueles com um risco mais elevado que a população geral. Com uma alimentação e hábitos saudáveis é possível reverter a balança!
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