O câncer do colo do útero é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina em todo o mundo. Mas quais as sequelas e implicações dele para a fertilidade, você sabe?
Para as brasileiras, infelizmente, são estimados em torno de 16 mil novos casos somente em 2021. Outra notícia ruim é que o câncer do colo do útero atinge, na maioria dos casos, mulheres jovens. Cerca de 47% dos diagnósticos ocorrem antes dos 35 anos.
Mas a doença pode ser prevenida através da vacina contra HPV – que inclusive está disponível pelo SUS, para determinadas faixas etárias e algumas comorbidades. Um método de detecção precoce são os exames periódicos como o Papanicolau.
Assim, caso detecte-se a doença durante um exame de rotina, as taxas de cura são altas por ter sido descoberta no início. Logo, o tratamento pode ter maior eficácia e grandes chances de sucesso.
Prevenção do câncer do colo do útero é a melhor solução
Quanto mais a mulher se cuidar e buscar informações e acompanhamento médico, menores serão os índices de mortalidade. O Câncer do Colo do Útero é um tema delicado, mas que precisa ser discutido para derrubar tabus. O drama na vida de milhares de mulheres pode ter um final feliz e atitudes simples podem mudar o jogo.
Se descoberta no início, como vimos, a doença tem chances de cura. Vencer a luta contra um câncer torna as pessoas ainda mais fortes e mais empáticas. Além de serem inspiração para quem não quer desistir de sonhos, inclusive o de ser mãe.
Hoje já é possível uma mulher que venceu o câncer do colo do útero se tornar mãe. A evolução nas técnicas de reprodução assistida são grandes aliadas no processo.
Os tratamentos para o câncer do colo de útero e suas implicações para a fertilidade
A indicação do tratamento do câncer do colo do útero vai depender do estágio da doença no momento do diagnóstico. Além disso, leva-se em conta o estado de saúde da paciente, a localização e as chances de cura. Cada opção de tratamento terá um impacto na fertilidade da paciente.
Existem alguns tipos de tratamento para o câncer do colo do útero. O tratamento cirúrgico está entre as opções e pode significar desde a retirada de uma parte do colo do útero até a histerectomia. Que é a retirada do útero com ou sem retirada dos linfonodos. Esses tratamentos podem ter diferentes impactos na fertilidade e manutenção da gravidez.
Outro tratamento é a radioterapia. Ela utiliza radiação ionizante para destruir, eliminar ou impedir que as células do tumor aumentem de tamanho. Infelizmente, a radioterapia pode causar falência dos ovários, prejudicar o desenvolvimento do útero (elevando a incidência de abortos), perda gestacional ou baixo peso do bebê no nascimento.
A quimioterapia também entra no rol de tratamentos. Consiste na utilização de substâncias químicas que desnutrem, inibem, controlam e neutralizam o crescimento de células tumorais. Esse tipo de tratamento também pode implicar na fertilidade da paciente.
Como preservar a fertilidade durante o tratamento
Com o avanço das técnicas da medicina cirúrgica e dos tratamentos oncológicos, é possível preservar a fertilidade antes de iniciar o tratamento. As mulheres portadoras de câncer do colo do útero, junto com um especialista em reprodução assistida, conseguem traçar estratégias para no futuro ter uma gestação saudável.
Além disso, nos últimos anos, a preocupação com a qualidade de vida após o tratamento de câncer impulsionou o estudo de técnicas para preservar a fertilidade de pacientes oncológicas. Hoje, existem métodos comprovadamente eficazes para a preservação da fertilidade.
Entre as opções está o congelamento de óvulos. Nessa técnica, óvulos maduros são coletados do útero, antes do tratamento de histerectomia; ou radio e/ou quimioterapia, e imediatamente congelado para uso posterior, com a fertilização in vitro.
Existe também a cirurgia ginecológica conservadora, que visa equilíbrio entre a retirada segura do tumor, mantendo, na medida do possível, as estruturas que garantem possibilidade futura de gravidez. E a ooforopexia, que é a transposição cirúrgica dos ovários para fora do campo de irradiação, porém conservando sua vascularização.
“É importante saber que a técnica para preservação de fertilidade vai depender muito da idade da paciente e da localização da doença. Ainda é preciso analisar também o tempo disponível até o início da quimioterapia, o tipo de quimioterapia e o potencial do câncer em produzir metástase”, explica o médico do IVI Salvador, Dr. Fábio Vilela.
Depois da histerectomia radical, é possível engravidar?
Com a retirada do útero (histerectomia), não é possível engravidar. No entanto, os avanços na tecnologia de reprodução assistida podem oferecer uma maneira para que as mulheres tenham um filho biológico.
Quando a mulher decidir ter o seu bebê, pode usar os óvulos congelados para realizar a maternidade. Com o sêmen do companheiro, ou de um doador, o embrião é formado no laboratório, através da técnica chamada fertilização in vitro.
Com o embrião já formado a gestação pode ser possível através da utilização de um útero de substituição. Também conhecido como “barriga solidária”. Ou seja, transfere-se o embrião para o útero de outra mulher, que é escolhida pelo casal. Essa mulher passa por exames e carrega o bebê durante toda a gestação.
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