O Dia Internacional da Família se comemora no dia 15 de maio. A data homenageia a instituição familiar, que é um núcleo essencial para a formação de todos os indivíduos.
Ela é importante porque além de homenagear a família, promove a discussão para situações que as afeta, tais como economia e saúde familiar. A data também ressalta as diferenças que o próprio conceito de família foi agregando ao longo do tempo.
Vale lembrar que família é o grupo de indivíduos que protegem e amam você. Uma família pode ser formada por diferentes membros, não apenas um pai e uma mãe, por exemplo. Passou da época que núcleo familiar era apenas restrito a pai, mãe e filho (s).
Hoje existem famílias com dois pais, duas mães, pais ou mães solteiros, tios, avós e outros diversos tipos. Os avanços da sociedade no sentido de entender e respeitar as escolhas das pessoas permitiu que o conceito de família fosse ampliado e revisto.
O que de fato importa dentro do conceito familiar, é o amor. É na família que os primeiros valores éticos, morais e culturais são transmitidos, influenciando o comportamento das pessoas ao longo de toda a sua vida.
Novos conceitos de família e a reprodução assistida
Não só foi a sociedade que evoluiu para enxergar e vivenciar os diversos tipos de família. No Dia Internacional da Família, é importante mostrar que o avanço das técnicas da medicina reprodutiva foi extremamente útil para as novas configurações familiares.
Hoje, é possível realizar muitos sonhos. Famílias de dois pais, duas mães, pais que já se separaram ou até mesmo aqueles que nunca se juntaram, os pais ou mães independentes. Tudo é possível, graças à perseverança e também à medicina.
“Sabemos que sonhar é o primeiro passo para que um objetivo possa se tornar realidade. As pessoas, em sua maioria, nascem com o dom de ser pai ou mãe. Durante a vida, vão amadurecendo essa ideia e buscam realizar. E aí entramos com a medicina reprodutiva. Se antes a área apenas ajudava os casais com problemas de infertilidade, agora ela tem sido cada dia mais utilizada para fomentar novas, diversas e incríveis famílias”, conta o médico Agnaldo Viana, do IVI Salvador.
Família de Duas Mães
Desde 2015, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou procedimentos de reprodução assistida para casais homoafetivos formados por mulheres.
O registro da criança também passou a ser permitido pelo Governo Federal. Isso desde 2017. Ou seja, independentemente da origem do material genético, é possível registrar a criança no nome das duas mães.
A FIV (Fertilização In Vitro) é considerada a técnica com maior taxa de sucesso. Se estimula a ovulação da mulher durante um período específico com injeções de hormônio. Quando os folículos atingem o tamanho adequado, são extraídos e unidos ao espermatozoide de um doador, no laboratório. Depois de alguns dias, se transfere o embrião para o útero de uma das mulheres.
Nesse caso, utiliza-se um banco de sêmen. No Brasil, realiza-se o procedimento com doação anônima ou de um parente de uma das partes, desde que não haja consanguinidade. O casal pode escolher traços físicos como cor dos olhos, cabelos, estatura.
A partir daí existem algumas opções para essas duas mães. Uma mais simples, é quando uma das parceiras pode gestar com seu próprio óvulo. Outra possibilidade é realizar o tratamento com o óvulo de uma no útero da outra. Este processo é chamado de método ROPA, conhecido como gestação compartilhada.
Família de Dois Pais
Quando se trata de um casal formado por dois homens, é necessário um útero de substituição, popularmente conhecido como “barriga solidária”. Uma mulher vai ceder o seu útero para que aconteça a gestação.
O Conselho Federal de Medicina exige que a mulher seja parente de até 4º grau de um dos pais. Mãe, avó, irmã, tia ou prima. Excepcionalmente, com autorização do CFM, pode ser alguém de fora da família, mas que tenha vínculo afetivo comprovado.
Tais requisitos servem para inibir a comercialização do útero, que é estritamente proibida no Brasil.
O óvulo para a gravidez de casais de homens é obtido através da ovodoação e a doadora não tem a identidade conhecida. A dona do útero não pode ser a mesma do óvulo, para que a criança não tenha a carga genética dela e para não envolver sentimentos.
Todas as pessoas envolvidas no tratamento (pais, barriga solidária e cônjuge dela, se houver) assinam um termo de consentimento, que confere aos pais a completa responsabilidade pelo bebê e custos da gravidez. No mesmo documento, a dona do útero solidário obriga-se a cumprir as orientações médicas, e a entregar a criança aos pais logo após o nascimento.
Mãe independente ou pai independente
Dentro da nova configuração de família, existem também aquelas formadas por mãe e filho(a)(s) ou pai e filho(a)(s). Apenas. Sem a necessidade de ter ali uma relação ou um namoro/noivado/casamento seja ele homoafetivo ou hétero normativo.
A maternidade independente é uma realidade cada vez mais comum. Mulheres que não contam com um companheiro ou companheira ao seu lado, e não querem ou não podem esperar pelo parceiro ideal pela idade avançada, recorrem à reprodução humana assistida para realizarem o grande sonho de ser mãe.
A mulher que decidir pela maternidade independente vai precisar da ajuda de um banco de sêmen para fecundar o seu óvulo. Os espermatozoides utilizados podem vir de bancos nacionais ou internacionais. Para realizar o tratamento, a mulher passa por uma estimulação ovariana, que é feita através de medicamentos.
Caso ela tenha não tenha óvulos com boa qualidade, ainda é possível realizar a Fertilização in Vitro com a doação de ambos os gametas (óvulo e espermatozoide). Assim, depois de fecundado em laboratório, transfere-se o embrião para o útero da futura mãe. A partir disso, a gravidez ocorre da mesma forma que as gestações naturais.
Pensando nessas mulheres, desenvolvemos um guia com todas as informações necessárias. Você pode baixar gratuitamente através deste link em nosso site.
No caso dos homens, é necessário buscar óvulos através da ovodoação e ainda, tem um útero de substituição (que não pode ser da mesma pessoa que eventualmente doe os óvulos). Caso o homem seja fértil e use seu próprio sêmen, o procedimento após a ovodoação é exatamente o da FIV. Depois, se transfere o embrião para o útero de substituição para que a gestação siga de forma natural.
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