Duas mães, uma dupla maternidade. Tentativas de fertilização in vitro (FIV), misturadas com ansiedade, medo e muitas dúvidas. Mas, em um determinado momento, vem a tão sonhada resposta: grávidas! Esse é o roteiro que conta a história de muitas famílias homoafetivas espalhadas pelo Brasil e pelo mundo.
Antes desse momento, essas mulheres se encontraram pela primeira vez e se apaixonaram. Enfrentaram preconceitos e julgamentos da sociedade ao longo da relação. Mas valia a pena! Casaram, organizaram suas vidas, construíram uma família cheia de amor e resolveram encarar o incrível e desafiador papel de serem duas mães.
Exercer um papel materno e criar uma criança para muitos já é um trabalho difícil. Porém, construir uma família, para poder ter a oportunidade de vivenciar histórias incríveis com muito amor, cumplicidade e diversão; é o sonho de muitas mulheres. A gravidez dá medo? Dá! O medo de não dar conta está presente também. Mas nada disso impede de se realizar esse sonho, quando se tem amor.
Duas mães e a FIV
Desde 2015, o Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou procedimentos de reprodução assistida para casais homoafetivos formados por mulheres. O desejo da maternidade pode envolver mulheres independentemente da orientação sexual.
O registro da criança também passou a ser permitido pelo Governo Federal. Isso desde 2017. Ou seja, independentemente da origem do material genético, é possível registrar a criança no nome das duas mães.
E quem possibilitou que tudo isso pudesse ser conquistado, foram os tratamentos de reprodução humana. Antes de iniciar um tratamento, é importante salientar que as mulheres interessadas estejam cientes das etapas que envolvem o processo para chegar a uma gravidez de duas mães.
A FIV (fertilização in vitro) é considerada a técnica com maior taxa de sucesso. “Os índices de gravidez são maiores do que os dos casais heterossexuais que buscam tratamento, pois estamos falando de duas pessoas potencialmente férteis”, comenta a médica ginecologista do IVI Salvador, Dra. Isa Rocha.
O que acontece na FIV?
Na FIV, estimula-se a ovulação da mulher durante um período específico com injeções de hormônio. Quando os óvulos atingem o tamanho adequado, são extraídos e unidos ao espermatozoide de um doador, no laboratório. Depois de alguns dias se desenvolvendo na incubadora, o embrião é transferido para o útero de uma das mulheres.
Vale lembrar que, para dar início ao tratamento, é necessária a aquisição de um banco de sêmen. No Brasil, o procedimento pode ser realizado com a doação anônima ou de um parente de uma das partes, desde que não haja consanguinidade.
Porém, as duas mães podem escolher traços físicos e comportamentais, como cor dos olhos, cabelos, estatura, profissão e hobbies.
A partir daí existem algumas opções para essas duas mães. Uma mais simples, é quando uma das parceiras pode gestar com seu próprio óvulo. Outra possibilidade é implementar o óvulo de uma no útero da outra. Este processo se chama gestação compartilhada ou método ROPA.
Duas Mães e o Método ROPA
No método ROPA, as duas mulheres passam por uma bateria de exames que avaliam a capacidade reprodutiva e anatomia uterina. Em seguida, se decide quem será a doadora do óvulo e quem irá gestar. Além das questões reprodutivas, fatores como idade e doenças crônicas direcionam na escolha.
Só não é possível gerar um bebê com o material genético das duas mães. Contudo, uma técnica permite retirar o óvulo das duas e fazer o processo sem saber quem exatamente foi a dona. Isso, claro, desde que ambas estejam aptas fisiologicamente tanto para ceder os óvulos, quanto para gestar o bebê.
Cuidados necessários
Para manter a saúde tanto do óvulo quanto do útero, é fundamental se cuidar e manter um estilo de vida saudável. O conjunto de hábitos, como elevado consumo alcoólico, tabagismo, sedentarismo e consumo alimentar inadequado pode prejudicar a fertilidade feminina.
Outro ponto importante é a idade. A partir dos 35 anos há mais riscos de perda de qualidade dos óvulos, que podem comprometer a gestação. Se as duas mulheres querem ter filhos, mas não agora, devem considerar congelar os óvulos para utilizar no futuro.
Guia de Duas Mães
Desenvolvemos o guia digital Duas Mães especialmente para ajudar os casais de mulheres a esclarecerem suas dúvidas sobre a dupla maternidade e as consequências dessa escolha. De forma leve e informativa, o guia mostra desde aspectos mais básicos, como a influência do estilo de vida para a concepção.
Muitas mulheres – quando resolvem que chegou a hora de engravidar – não conseguem. Uma possível resposta ao problema além da idade, pode ser o modo de vida dessa mulher (ou desse casal). Estresse, sedentarismo, alimentação desequilibrada. Todos são fatores que pesam para a fertilidade ou podem contribuir para a infertilidade.
O guia de Duas Mães fala sobre o tratamento e também como esse casal pode se inserir na sociedade com esse novo modelo de família, etc. O principal capítulo do conteúdo fala sobre as chances reais de uma gravidez entre duas mulheres.
Aborda também sobre os avanços da medicina reprodutiva – principal aliada dessas mulheres e casais. Procedimentos como fertilização in vitro, doação de gametas, ovodoação. Todos esses passos são esclarecidos de forma bem didática para quem ainda nunca teve nenhum tipo de acesso ou contato com o assunto.
E, para encerrar, o guia fala ainda sobre a importância do apoio emocional dentro do processo da dupla maternidade. E, também traz depoimentos emocionantes de casais de mulheres que foram mães através da reprodução assistida e contam um pouco de suas trajetórias.
O objetivo do guia é esclarecer. Transformar perguntas em respostas; dúvidas em certezas. Para baixar o guia gratuito, basta acessar o site da clínica IVI Salvador através desse link.
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