A sociedade contemporânea precisa ter consciência de que a maternidade é uma decisão única e exclusiva da mulher. Mesmo ela estando em uma relação estável, quem vai gerar, parir e amamentar a criança é a mulher. Por isso, ser ou não ser mãe é uma decisão importante. Afinal, ter filhos é um divisor de águas.
Existem mulheres que nasceram para isso e têm a maternidade como certeza na vida. Outras, carregam a dúvida sobre ser mãe. E algumas, têm a certeza de que não pretendem gerar uma criança e são bem resolvidas quanto a isso. Com a chegada do mês das mães, algumas perguntas que, às vezes incomodam ou às vezes têm resposta na ponta da língua, afloram!
“Quando vem um bebê?” ou “A idade está chegando, não é melhor se apressar?”. Assim como a cobrança da sociedade, as questões que envolvem a gestação e a fertilidade ainda assombram as mulheres.
Qual a melhor idade biológica indicada para engravidar? Quais os procedimentos da reprodução assistida posso utilizar? Será que o meu histórico de saúde pode representar riscos à gravidez? São tantas as questões, que as mulheres acabam precisando de aconselhamento e de um planejamento reprodutivo organizado.
A idade biológica, a defasagem dos óvulos e uma decisão a ser tomada
Do ponto de vista biológico, o ideal é que a mulher engravide até os 35 anos. Depois dessa idade, a reserva ovariana começa a diminuir e sofre algumas alterações. Além da quantidade de óvulos, que vai diminuindo consideravelmente ao longo dos anos, a qualidade também pode se tornar um problema.
“A partir dos 35 anos existe uma maior dificuldade em engravidar. Além disso, existe um aumento do risco de síndromes cromossômicas, sendo a mais comum a trissomia do 21, ou síndrome de Down. Fatores que também impactam na qualidade dos óvulos, além da idade, são a obesidade, o tabagismo e as síndromes genéticas”, explica a Dra. Andreia Garcia, médica do IVI Salvador.
Hoje a sociedade já mudou um pouco. As expectativas com relação à própria vida mudaram para as mulheres. Ter filhos deixou de ser o único caminho. Elas estudam, trabalham, montam um plano de carreira, aproveitam a vida e o dinheiro que o trabalho proporciona; e só depois, começam a pensar se querem se tornar mães, ou não.
E graças à evolução da medicina reprodutiva, existem formas seguras de postergar a maternidade.
“Sabemos que há vários caminhos para uma pessoa ser feliz, além do de constituir uma família. A sociedade precisa ter consciência de que essa escolha é única e exclusiva da mulher. Por isso, é fundamental que elas conversem com um especialista em reprodução assistida e saibam mais sobre reprodução humana e o congelamento dos óvulos”, acrescenta a médica.
A reprodução assistida e a maternidade tardia
O mundo moderno trouxe muitas possibilidades, entre elas, a escolha do melhor momento para a maternidade. As mulheres que querem se tornarem mães, podem realizar sonhos em sua vida pessoal e de trabalho; e só depois realizar o sonho da maternidade. Isso é possível graças ao avanço das técnicas de reprodução assistida.
Desta forma, com a ajuda da ciência, elas podem ter filhos. Inclusive, sem a necessidade de ter um(a) companheiro(a). O acompanhamento da gravidez começa bem antes dela acontecer de fato.
O processo se inicia com uma avaliação clínica. Entre os aspectos observados estão, se a mulher tem doenças crônicas, hipotireoidismo ou outra doença autoimune e se passou por alguma cirurgia na pelve que possa comprometer a fertilidade. Depois, são investigadas quais as medicações usadas diariamente, se tem hábitos como tabagismo, uso de drogas recreativas e álcool, por exemplo.
É importante observar quais cânceres ginecológicos essa mulher já teve na família, se existe alguma síndrome genética na família e qual a idade da menopausa da mãe (as filhas, geralmente, seguem essa idade).
A maternidade é uma decisão que vem sempre acompanhada de uma boa dose de coragem. Sejam elas casadas, ou não. Mulheres que não contam com um companheiro ou companheira ao seu lado, e não querem ou não podem esperar pelo parceiro ideal pela idade avançada, podem recorrer à reprodução humana para realizarem o grande sonho de ser mãe.
“O que percebemos é que essa mulher está mais segura e determinada a postergar a maternidade para um momento mais oportuno, quando a carreira está mais estabilizada, assim como as condições financeiras. E se utiliza da tecnologia dos tratamentos de reprodução assistida para preservar a fertilidade. Além disso, ao congelar seus óvulos, ela se permite mais tempo para conhecer um(a) parceiro(a) ideal”, pondera a especialista.
O dom de ser mãe
Ser mãe é, então, uma escolha da mulher. Um dom que nasce com ela ou uma opção desenvolvida a cada passo que a mulher dá em sua vida. O fato é que, hoje, para ser mãe, basta, de fato, a vontade. Mulheres e seus companheiros podem gerar crianças naturalmente ou, diante de uma infertilidade detectada, podem se utilizar das técnicas da medicina para auxiliar e seguir com o sonho.
Mulheres com companheiras também podem ser mães. Basta utilizar os óvulos de uma das duas e um banco de sêmen. Inclusive, pode ser usado o óvulo de uma das parceiras, e ele ser implantado na outra. Assim, ambas participam ativamente do processo da maternidade.
Mulheres que – mais ou menos jovens – ainda não encontraram sua alma gêmea ou aquelas que mesmo sem esse interesse, ainda assim querem ser mães, também podem! Mães solo estão em crescente. A mulher faz a estimulação ovariana e utiliza sêmen de um banco de sêmen para prosseguir com a fertilização.
Para futuras mamães, a esperança nunca acaba. Ainda quando, por algum problema – em qualquer um dos casos anteriores – a mulher tenha uma limitação que a impeça de gerar, ela pode usar óvulos próprios ou de um banco de óvulos para seguir com seu sonho, utilizando um útero solidário.
“As opções são inúmeras. Tudo vai depender da vontade dessa mulher, de ser mãe”, finaliza a médica do IVI Salvador.
Comentários estão fechados.