“Muitas vezes a decisão de postergar a maternidade tem origem na ideia que com a melhoria das condições da saúde a fertilidade dura mais tempo, no entanto não funciona assim”
revela Dra. Genevieve Coelho, especialista em reprodução humana. “Existem pesquisas que apontam para um futuro mais otimista, mas por enquanto as possibilidades de engravidar com idade próxima aos 40 anos é aproximadamente 5%” – conclui a diretora do IVI Salvador e parte do grupo de medicina reprodutiva que contribuiu para somar mais de 55.000 nascimentos nos 7 países onde atua.
Uma consequência da maternidade tardia é o aumento da necessidade de tratamentos de reprodução assistida; algo bastante comum na Europa: Os nascimentos através de técnicas de reprodução humana no velho continente chegam a representar 3% da população, ou seja, mais de 5 milhões. O Brasil está longe desta cifra, mas é o principal país em número de nascimentos por reprodução assistida da América Latina. Segundo dados da Rede Latino Americana de Reprodução Assistida (1990 a 2011), o país acumula mais de 50 mil nascimentos, que representa 44% do total Latino Americano. Estima-se que 2 milhões de brasileiros sofrem de infertilidade, aproximadamente 15% da população em idade fértil.
Maternidade tardia e a fertilidade
O perfil da mãe mudou nas últimas décadas acompanhando as mudanças da sociedade, que hoje em dia goza de melhores expectativas de vida. Por outro lado, os avanços das pesquisas científicas contribuíram para o aumento da eficácia e alcance dos tratamentos de fertilidade, além da diminuição dos riscos de gestações múltiplas. “Hoje existem melhores técnicas de fertilização e a quantidade de embriões a serem transferidos ao útero materno está controlada, A taxa média de gravidez por tentativa em muitos casos supera 60%. A união destes fatores resulta no aumento contínuo no número de crianças nascidas através das técnicas de reprodução humana.
Entre 2003 e 2012 o número de mulheres entre 40 e 44 anos que engravidou aumentou 17,6% no Brasil. Passou de 53.016 para 62.371 de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A gravidez entre 35 e 39 anos também cresceu 26,3%; foram 201.077 gestações em 2003 e 254.011 em 2012.
A idade média das mulheres que procuram tratamentos de reprodução humana nas clínicas de brasileiras do IVI é de 37 anos, enquanto a média mundial do Grupo é um pouco superior (38 anos).