Especialistas do IVI Sevilla junto com pesquisadores da Universidade de Jaén, Centro Pfizer-Universidade de Granada-Junta de Andalucía de Genômica e Investigação Oncológica (GENYO) com financiamento da Agencia IDEA, identificaram seis variantes genéticas associadas à perda da fertilidade após tratamento de quimioterapia em homens com câncer testicular. O avanço permite que pacientes com câncer testicular saibam antes de iniciar o tratamento de quimioterapia se o mesmo afetará sua fertilidade.
Tratamento contra o câncer pode causar infertilidade
Os homens com câncer testicular, cuja incidência ocorre na maioria das vezes durante idade reprodutiva, em muitos casos sofrem a perda da fertilidade após as sessões de quimioterapia e em outros casos continuam sendo férteis. Com o objetivo de identificar se existem variantes genéticas que influenciam aqueles que mantiveram a fertilidade após o tratamento, foi realizado um estudo que incluiu tanto aqueles que mantiveram sua fertilidade quanto aqueles que sofreram a perda da sua capacidade reprodutiva.
Hoje em dia, os homens que vão iniciar o tratamento contra o câncer, devem ser orientados com a ajuda do seu oncologista sobre a preservação da fertilidade através do congelamento de sêmen. Com esta técnica, caso ocorra a perda da fertilidade, o homem poderá ter filhos geneticamente seus utilizando os espermatozoides preservados. O processo de congelamento é obtido através de uma amostra coletada por meio de masturbação, podendo permanecer congelado por tempo indeterminado.
Com o estudo apresentado, o objetivo é que em um futuro possa existir um teste que avalie se o paciente tem maior risco de perda da fertilidade para ajudar a tomar a decisão sobre realizar o congelamento de sêmen.
Mais de um milhão de variantes foram analisadas nos genes dos 25 pacientes que participaram do estudo, do total, seis variantes genéticas diferenciadas foram encontradas tanto nos grupos dos que recuperaram a fertilidade quanto nos que perderam a capacidade reprodutiva. “O que não quer dizer que cada uma delas é responsável pela mudança, mas sim pode ser uma soma do conjunto”, nos explicou Dr. Francisco Navarro, um dos investigadores que participou da pesquisa.
Os próximos passos da pesquisa estão focados em aumentar o tempo de execução do projeto com a amostra do estudo para identificar outras variantes e estabelecer marcadores moleculares para identifica-los, além de desenvolver um kit para o diagnóstico de pacientes que precisam iniciar o tratamento contra o câncer testicular.
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