O Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) de Portugal – aprovou o projeto da clínica IVI Lisboa e Fundação IVI para pesquisar a implantação embrionária com o objetivo de identificar mecanismos que possam contribuir para melhorar as taxas de sucesso dos tratamentos de reprodução humana.
A implantação embrionária é o momento em que o embrião estabelece sua conexão com o útero materno para o desenvolver-se até o nascimento. Nos tratamentos de Fertilização in Vitro, este é um momento chave onde a gravidez pode não acontecer. A falha que ocorre neste momento muitas vezes ainda não tem explicação científica.
IVI Lisboa foi escolhida por seu currículo e corpo clínico
Existiam dois pedidos de autorização para implantar projetos semelhantes de pesquisas que foram enviados por outras clínicas, mas foram recusados anteriormente. Desta vez a alta qualidade do projeto e seus proponentes levou o CNPMA a aprovar sua implantação.
Regras para o congelamento de embriões
Em Portugal a legislação permite que os embriões excedentes dos tratamentos de reprodução humana se mantenham congelados durante até três anos. Após este período é possível renovar o período em outros 3 anos mais adiando a decisão sobre o destino dos embriões.
No Brasil, no momento em que os familiares congelam embriões, determinam o destino dos mesmos, não existindo um tempo máximo estabelecido para o congelamento está estabelecido pela norma do Conselho Federal de Medicina:
1- As clínicas, centros ou serviços podem criopreservar espermatozoides, óvulos, embriões e tecidos gonádicos.
2- O número total de embriões gerados em laboratório será comunicado aos pacientes para que decidam quantos embriões serão transferidos a fresco. Os excedentes, viáveis, devem ser criopreservados.
3- No momento da criopreservação, os pacientes devem expressar sua vontade, por escrito, quanto ao destino a ser dado aos embriões criopreservados em caso de divórcio, doenças graves ou falecimento, de um deles ou de ambos, e quando desejam doá-los.
4- Os embriões criopreservados com mais de cinco anos poderão ser descartados se esta for a vontade dos pacientes. A utilização dos embriões em pesquisas de células-tronco não é obrigatória, conforme previsto na Lei de Biossegurança.
Perspectivas da pesquisa
Segundo o responsável pelo projeto de pesquisa e diretor da clínica IVI Lisboa, Dr. Sérgio Soares, objetivo do estudo é entender o processo de implantação embrionária mais a fundo, tanto para saber mais sobre a gravidez espontânea, quanto para compreender o que ocorre durante os tratamentos de reprodução humana, o que pode indicar caminhos para aumentar as chances de gravidez.
O especialista explica que o processo de implantação embrionária é o passo do tratamento de fertilidade com menor rendimento na Fertilização in Vitro. “Precisamos desenvolver a capacidade diagnóstica e terapêutica do desse processo para aumentar as taxas de gravidez dos tratamentos. Entender os processos é o único caminho”.
Cerca 250 embriões doados à investigação por pacientes portugueses serão utilizados nesta pesquisa.
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