Diante do risco de microcefalia, aumentam as consultas de casais sobre congelamento de embriões ou óvulos para adiar a gravidez. Esta alternativa preserva as chances atuais de engravidar com relação à qualidade genética por tempo indeterminado, algo necessário para aqueles que estão em tratamento de fertilidade ou que por conta da idade podem ter problemas para ter filhos caso tenham que esperar muito para dar inicio às tentativas de gravidez.
“Após os 37 anos da mulher, independente de sua saúde, a queda da fertilidade é acelerada, por isso não é recomendável esperar para engravidar. Diante dessa situação muitos estão optando pela técnica de congelamento para a preservação da fertilidade” explica Dra. Genevieve Coelho, especialista em reprodução humana e diretora do IVI Salvador. A especialista comenta que as dúvidas das atuais pacientes e também de outras pessoas tem sido grande desde a notícia do surto de microcefalia.
O congelamento de óvulos e embriões é considerado seguro há mais de 10 anos. A técnica consiste em fazer a criopreservação, ou seja, o congelamento rápido em nitrogênio líquido e manter a uma temperatura de -196º os embriões que foram fecundados a partir dos óvulos e espermatozoides do casal. “Mesmo com sua segurança comprovada, continuamos fazendo pesquisas de acompanhamento sobre diversos parâmetros de saúde dos bebês que nasceram por esta técnica. Por exemplo, em setembro de 2015 pesquisadores do IVI confirmaram que não há diferença de peso e prematuridade entre bebês nascidos de embriões frescos ou congelados” afirma Dra. Genevieve.
O que fazer se não precisar dos embriões?
Principalmente para os casais que vão congelar embriões como medida preventiva de infertilidade, pode ser que quando decidam dar continuidade no plano de engravidar consigam obter a gravidez naturalmente. Neste caso eles não são obrigados utilizar os embriões, mas podem mantê-los como um seguro para um plano de segunda gravidez, caso precisem.
No momento do congelamento, o casal deve deixar por escrito sua decisão sobre o destino a ser dado aos embriões em caso de divórcio, doenças graves ou falecimento e também se desejam doá-los um dia, conforme a norma do Conselho Federal de Medicina (CFM). “Também existe a opção mais simples de somente congelar os óvulos, que são os gametas que mais sofrem com o fator idade” esclarece a especialista.
Veja na imagem como é feito o congelamento de embriões em 3 passos.