Se engravidar está na sua lista de desejos de 2015, é recomendável mais que abandonar os métodos contraceptivos para garantir o sucesso da gravidez, é preciso preparar o corpo para esta nova etapa da vida.
Apesar do maior peso da saúde estar na mulher, porque vai ser onde o bebê se desenvolve até o nascimento, a saúde do pai também importa, conforme pesquisa do IVI publicada na revista científica Expert Rewiew of Obstetrics & Gynecology, quando o pai fuma, mesmo somente durante o período pré-concepcional, aumenta o risco de câncer, malformações, hiperatividade e transtornos no comportamento da criança.
Desde a decisão de engravidar até conseguir a gravidez é normal demorar até um ano, pois a espécie humana não tem um alto poder reprodutivo, as chances de gravidez por ciclo são no máximo 25%. No entanto, caso a mulher tenha mais de 35 anos é indicado procurar um especialista em reprodução humana após 6 meses de tentativas, porque nesta idade o risco de infertilidade é maior.
Dicas para quem está planejando ter filhos:
– Faça um check up: Atualize a carteira de vacinação, verifique a pressão, diabete, doenças sexualmente transmissíveis (DST) e todos os exames ginecológicos de rotina. “Comente com seu ginecologista que está planejando a gravidez, desta forma ele pode também avaliar sua reserva ovariana e identificar a eventual necessidade de algum cuidado especial”, recomenda Dra. Silvana Chedid, ginecologista especialista em reprodução humana e diretora do IVI São Paulo.
– Tome ácido fólico: Segundo recomendação do Ministério da Saúde, é preciso tomar suplemento de ácido fólico antes e durante os primeiros meses de gravidez para reduzir o risco de malformações do sistema nervoso central do feto e outros defeitos congênitos. A recomendação da FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) é que a mulher consuma 400 microgramas por dia de ácido fólico durante pelo menos um mês antes de engravidar (melhor que sejam três meses) e ao longo do primeiro trimestre de gestação – período em que o tubo neural está em pleno desenvolvimento.
– Vigie seu peso: Estar muito abaixo ou acima do peso ideal pode dificultar a capacidade de engravidar e também a efetividade de tratamentos de fertilidade. Segundo o estudo realizado pelo IVI “Obesidade feminina: consequências a curto e longo prazo na descendência”, o excesso de peso, além da dificuldade de conseguir a gravidez, pode afetar o desenvolvimento normal da gestação e a saúde dos descendentes. “Procure ajuda de um nutricionista” – recomenda Dra. Genevieve Coelho, especialista em reprodução humana e diretora do IVI Salvador – “pois não basta emagrecer de qualquer forma, dietas muito restritivas podem prejudicar a assimilação de substâncias necessárias para manter uma boa saúde durante a gravidez”.
– Não fume: “Apesar dos riscos do cigarro estar amplamente difundidos, é preciso reforçar que atualmente 13% dos casos de infertilidade estão ligados ao fumo”, revela Dra. Genevieve, “fumar reduz 25% da fertilidade da mulher”. Quando consegue engravidar, a mulher que continua fumando pode prejudicar a saúde de seus descendentes segundo estudo “O impacto de fumar cigarro na saúde dos descendentes” realizado pelos doutores Sergio Soares e José Bellver, ambos do IVI.
A idade da mulher também é um agravante para engravidar, pois na faixa dos 35 anos a quantidade de óvulos (reserva ovariana) começa a diminuir rapidamente além de perder qualidade, o que aumenta o risco de doenças genéticas e cromossômicas. Enquanto aos 20 anos o risco de doença genética está em torno de 1 de cada 600 nascimentos, aos 40, o risco alcança 1 de cada 106 nascimentos segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva. Atualmente existem exames capazes de detectar o risco de doenças genéticas e inclusive técnicas para quando o risco for muito algo, analisar os embriões geneticamente para transferir ao útero materno aqueles que estão livres das doenças analisadas.