Até o final da década de 80, quem tinha o vírus do HIV não tinha chances de sobrevivência e muitos morreram por consequência da doença. Com o advento das drogas antirretrovirais que, quando combinadas, mostraram-se extremamente eficazes no controle da doença, os pacientes soropositivos tiveram um aumento da taxa de sobrevida e possibilidades de pensar no futuro.
“Graças aos avanços da Medicina Reprodutiva o sonho de interromper a transmissão de doenças hereditárias de pais a filhos é possível, pois existem técnicas para evitar o contagio” – comenta Dra. Silvana Chedid, especialista em reprodução humana e diretora do IVI São Paulo.
Segundo a UNAIDS – órgão especial da ONU para a AIDS – existem 490 mil brasileiros infectados pelo vírus HIV. No entanto, de acordo com o levantamento realizado pelo Ministério da Saúde o número de infectados pode ser maior, estando em torno de 530 mil. A pesquisa realizada pelo Ministério também aponta que um quarto dos infectados não sabe que é soropositivo, ou seja, aproximadamente 135 mil pessoas ignoram que são portadores do HIV.
Como romper a cadeia de transmissão do HIV aos descendentes?
Quando a mulher é soropositiva pode ser realizada a inseminação artificial ou a fertilização in vitro, para evitar o contato sexual do casal. A decisão por uma ou outra técnica caberá ao médico especialista, dependendo da avaliação do casal. Durante a gestação, para evitar a transmissão vertical (que acontece da mãe soropositiva para o bebê), a mulher deverá continuar com o tratamento para que o bebê não seja contaminado por via placentária.
Quando se trata de um homem portador do vírus, o processo de lavagem do sêmen possibilita às mulheres soronegativas com homens soropositivos gerarem, a partir do espermatozoide do marido, filhos sem o vírus. A técnica consiste na seleção dos espermatozoides e introdução diretamente dentro do óvulo. Essa técnica, conhecida como ICSI (injeção intracitoplasmática de espermatozoide) permite que apenas um espermatozoide entre em contato com o óvulo. “Com a técnica de ICSI o risco de transmissão do vírus é desprezível” – assegura Dra. Genevieve Coelho, especialista em reprodução humana e diretora do IVI Salvador – “Temos realizado com sucesso estes tratamentos em nossas clínicas”.
Vale lembrar que, no caso do HIV, tanto o homem quanto a mulher que desejam se submeter a tratamentos como estes devem estar em dia com a administração dos antirretrovirais, ter os níveis de carga viral indetectável e, ainda, um acompanhamento médico especializado e rigoroso.
Sobre o IVI
Com sede em Valência, na Espanha, o Instituto iniciou suas atividades em 1990. Possui 25 clínicas, em 7 países e é líder europeu em medicina reprodutiva. O grupo conta com uma Fundação, um programa de Docência e Carreira Universitária.