- Diagnósticos mais precisos com a incorporação da genética elevam taxas de gravidez dos tratamentos norteiam a ASRM 2016.
A cidade estadunidense de Salt Lake City este ano é o palco do 72º Congresso Anual da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), evento de referência de uma das áreas da ciência que mais avança e mais demanda tem gerado devido às mudanças sociais que têm provocado a redução da fertilidade humana. Aumentar a taxa de efetividade dos tratamentos é o foco de muitas das novidades apresentadas durante o evento.
Enquanto um tratamento de Fertilização in Vitro simples apresenta uma média de eficácia em torno a 50%, ao incorporar técnicas de estudo da receptividade endometrial e diagnóstico genético do embrião, a efetividade pode superar os 80%.
“Por muito tempo os tratamentos de reprodução humana eram como um tiro no escuro, ciclos de Fertilização in Vitro se repetiam até a paciente engravidar, mas hoje temos recursos de diagnósticos que nos permitem contar com mais informações para personalizar o tratamento e aumentar sua efetividade”, explica Dra. Genevieve Coelho, diretora do IVI Salvador, parte do grupo espanhol que apresenta vários estudos durante evento.
Considerar os fatores genéticos da infertilidade e também conhecer fatores do genoma que aumentam as possibilidades de êxito dos tratamentos é algo que já existe, mas muitas clínicas ainda não utilizam. “Causas de abortos de repetição e de fracasso da Fertilização in Vitro, muitas vezes poderiam ser evitadas se os embriões dos pacientes fossem analisados cromossomicamente” esclarece Dra. Genevieve. “Outro ponto muito importante é confirmar qual é o melhor momento de transferência do embrião no útero materno, o estudo apresentado pelo laboratório de genética, que teve participação de especialistas do IVI, foi premiado durante o congresso por sua relevância”.
Atualmente cerca de 15% da população mundial não consegue engravidar após um ano de tentativas, que é caracterizado como infertilidade. Quando a idade da mulher é superior aos 35 anos, 1 de cada 3 terá dificuldades para obter a gestação. “Não adianta dizer que as mulheres devem engravidar antes, porque estamos diante de uma mudança social, temos que nos adaptar aos novos tempos e ajudar na conscientização sobre os riscos que supõe adiar a maternidade e o que fazer para prevenir, enquanto nós médicos temos que melhorar a efetividade dos tratamentos”, conclui Dra. Genevieve.