Depois de várias gestações, algumas espontâneas e outras por transferência de embriões, já são contabilizados três bebês nascidos saudáveis, graças à técnica de rejuvenescimento ovárico por transplante de células-tronco.
- A última fase do estudo sobre rejuvenescimento ovariano foi aceita recentemente pela revista “Fertility & Sterility” e será publicada em breve.
Salvador, 4 de julho de 2018
Um estudo nascido da colaboração entre o IVI e o Hospital La Fe, em Valência na Espanha, está revolucionando, mais uma vez, a Reprodução Assistida. É mais uma esperança às mulheres com baixa resposta ou falência ovárica precoce, que não conseguem engravidar devido a problemas nos ovários. IVI é o pioneiro mundial no rejuvenescimento ovariano através do transplante de células-tronco da medula óssea (BMDSC, do inglês Bone Marrow-Derived Stem Cells) na artéria ovárica. O IVI já contabiliza três bebês nascidos após a realização da técnica.
Este estudo, liderado pelo co-presidente do IVI, Prof. Antonio Pellicer, junto à Dra. Sonia Herraiz, do IVI, e Monica Romeu, do Hospital La Fe de Valência, com a colaboração da Dra. Nuria Pellicer, médica residente do hospital, está a caminho de sua terceira fase e tem resultados promissores. Após a primeira fase, em que o implante foi realizado em ratos para testar a eficácia de tratamento com as células-tronco, foi realizada uma segunda fase, agora em humanos, com vinte pacientes de baixa resposta a tratamentos de reprodução assistida. Nesta fase, as células-tronco foram removidas, extraídas no sangue periférico e reimplantadas no ovário para reverter o processo de envelhecimento e ativar os folículos “adormecidos”.
Dr. Agnaldo Viana, ginecologista especialista em reprodução assistida do IVI Salvador, acredita no potencial do estudo e comenta o avanço: “Esses estudos ainda não estão disponíveis para o público geral, mas são uma grande esperança para as pacientes com diagnóstico de falência ovariana. Principalmente às mulheres mais jovens que, por sua idade, têm presumidamente uma qualidade ovocitária maior. Ficamos felices em buscar sempre opções de tratamento às nossas pacientes.”
Todos esses avanços serão apresentados na 34ª edição do Congresso ESHRE pelo Dr. Pellicer, que explica: “Na segunda fase, vimos que a técnica ajudou a melhorar a resposta ovariana, aumentando assim a produção de ovocitos. Todavia, como essas pacientes tinham baixa resposta devido à idade avançada, uma alta porcentagem dos embriões eram aneuploides e, consequentemente, sofriam de alterações cromossômicas. Além disso, havia muita variabilidade entre as pacientes e, às vezes, a variabilidade poderia distorcer os resultados. Adicionalmente, descobrimos que pacientes em menopausa ou na pré-menopausa com falha ovárica, poderiam responder melhor ao tratamento. Assim, decidimos desenhar uma nova fase do estudo”.
A segunda fase do estudo, graças ao qual três bebês nasceram, já foi aceita pela revista “Fertility & Sterility”, e será publicada em breve. Para a terceira fase, estão sendo recrutadas exclusivamente mulheres com menos de 38 anos de idade que tenham falha ovárica precoce. Esta última fase será composta por dois caminhos.
Por um lado, as células serão mobilizadas, extraídas e reintroduzidas diretamente no ovário. Por outro lado, será testada uma opção menos invasiva, também com a mobilização de células, deixando-as circular na área afetada para reverter o processo de envelhecimento e promover a ativação dos folículos inativos.
Como observado pelo Professor Antonio Pellicer, diretor do estudo: “Com esta última abordagem nós esperamos para ver se, apenas pelo aumento do número de células-tronco circulando no sistema sanguíneo, elas foram capazes de atingir o ovário e agir sobre ele. Nossa ideia, quando temos clara a resposta das células, é desenvolver uma técnica o menos invasiva possível e padronizá-la, para poder aplicá-la em qualquer clínica”.
Vale ressaltar que além de rejuvenescimento do ovário por infusão de células-tronco para a artéria do ovário, uma outra técnica, também com o objetivo de rejuvenescer o ovário, está sendo investigada. É a fragmentação do tecido ovariano (OFFA, pela sigla em inglês de Fragmentação Ovariana por Ativação Folicular). O IVI, também em colaboração com o Hospital La Fe de Valência, está por trás de uma pesquisa para o rejuvenescimento ovário através da fragmentação de tecido ovariano, que promete ter resultados igualmente encorajadores, que serão revelados em breve.
Sobre o IVI
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