Sabemos que 1 de cada 4 mulheres podem ter sangramentos durante a gravidez coincidindo com o momento em que o embrião é implantado no endométrio, lugar onde o feto irá se desenvolver até o nascimento. Às vezes este sangramento é algo muito suave, em outros casos pode chegar a ser confundido com a própria menstruação por suas características e duração (de dois a três dias). Este fenômeno costuma ocorrer quando a mulher ainda desconhece o fato de estar grávida, entre o sexto e décimo dia posterior à fecundação do óvulo, momento em que ocorre a implantação, fazendo com que pareça que é possível menstruar estando grávida.
O endométrio está preparado para receber o embrião no período que chamamos de “janela de implantação”, quando o embrião estabelece conexões vasculares com os pequenos vasos do endométrio que lhe permitirá obter nutrientes e oxigênio do sangue da gestante e se implantar adequadamente. A ruptura de pequenas veias e artérias que irrigam o endométrio durante o processo gera o sangramento citado acima. Como estes dias irão coincidir com o período em que a mulher espera menstruar, será fácil confundir-se. Não existe um padrão definido para o sangramento e tão pouco necessariamente ocorrerá da mesma maneira em diferentes gravidezes da mesma mulher.
É normal sangrar depois da transferência em reprodução assistida?
Da mesma forma que ocorre o sangramento descrito anteriormente após a implantação do embrião no endométrio depois de uma fertilização espontânea, o sangramento durante a implantação do embrião também pode ocorrer em reprodução assistida, no entanto nesta ocasião vai provocar certa ansiedade porque o casal é consciente da transferência embrionária e está na expectativa de confirmar a gravidez e, portanto estará preocupado que o sangramento seja sinal do inicio da menstruação.
Caso ocorra o sangramento, ainda é cedo para desanimar ou perder as esperanças, pois até o momento de confirmar o teste de gravidez não é possível saber o resultado do ciclo. No entanto, recomendamos informar a equipe médica ou enfermeira responsável sobre a ocorrência de um eventual sangramento para que qualquer dúvida seja esclarecida.
O que fazer se tiver sangramento?
Aproximadamente 30% das mulheres podem apresentar sangramentos em algum momento da gestação. O sangramento durante a gravidez desperta um sentimento de emergência e causa temores. Sempre que ocorra é preciso informar o ginecologista de forma imediata, mas na maioria dos casos não será uma situação grave. Muitas vezes pequenos sangramentos são gerados em virtude de esforços físicos ou coincidem com relações sexuais, já que a mucosa do colo do útero costuma estar mais irrigada e tem uma maior tendência de sangramento nesta etapa da gravidez. Esse tipo de sangramento não interfere na evolução da gestação.
O grau de urgência dependerá do momento da gestação e o volume do sangramento. Como visto, durante o primeiro trimestre o sangramento pode ser causado pela própria implantação embrionária. Mas é preciso que o ginecologista descarte complicações como abortamento, gravidez ectópica ou mola hidatiforme. Para tanto, serão realizadas ultrassonografias e análises de sangue para completar o diagnóstico. Através do ultrassom, podem ser visualizadas áreas de descolamento subcoriônico que devem ser acompanhadas pelo obstetra e, na grande maioria das vezes, a gravidez evolui normalmente.
Durante o segundo e terceiro trimestres, outros diagnósticos devem ser pensados em caso de sangramento, como placenta prévia e descolamento de placenta. Em qualquer caso, o sangramento exige contato imediato com o médico para avaliação da vitalidade do feto.
19 Comentários
Olá tudo bem? Espero que sim 🙂
Adorei seu artigo,muito bom mesmo!
Abraços e continue assim.
Muito obrigada, esclareceu as minhas dúvidas 🙏