Quando um casal tenta ter filhos por, em média, um ano, sem sucesso, é hora de ligar o sinal de alerta e buscar ajuda especializada. O prazo vai depender de diversos fatores, entre eles a idade dos tentantes e o conhecimento prévio sobre doenças que potencialmente estejam interferindo na concepção.
Se a gravidez não aconteceu, o mais indicado é procurar médicos que irão investigar as causas da infertilidade e possíveis tratamentos – se for algo reversível. Caso se detecte que a infertilidade é permanente, ainda assim é possível seguir adiante.
A reprodução assistida é a esperança para muitos homens e mulheres que se descobrem inférteis apenas na hora que resolvem tentar ter um filho.
Para grande parte dessas pessoas, um dos requisitos para a realização do tratamento é a ovodoação (ou ovorecepção, nesse caso). A mulher se descobre infértil e precisa recorrer a uma doação de óvulos de uma outra mulher para que, através das modernas técnicas de reprodução assistida, possa dar continuidade ao sonho de ser mãe.
É importante salientar que, para que ocorra a doação de óvulos, a mulher doadora passa por uma bateria de exames (clínicos e genéticos), a fim de garantir a qualidade dos óvulos. Além da idade (menos de 32 anos), um dos pré-requisitos é a doadora ter exames que comprovem fertilidade acima da média.
O que muitas pacientes se questionam nesse momento é, se ao usar o óvulo de outras mulheres, estarão tendo filhos que não tenham o seu DNA ou que não se pareçam com elas mesmas.
Aí surge a epigenética, que é capaz de responder de forma abrangente e satisfatória a todos esses questionamentos.
O que é epigenética?
Cada célula do nosso corpo tem um patrimônio de informações que coordena as funções do nosso organismo e determina nossas características, sejam elas físicas, emocionais e até biológicas. Esse “patrimônio” é chamado de código genético. Nos seres humanos, essas informações estão presentes na forma de ácido desoxirribonucleico, o famoso DNA.
O DNA é uma longa fita que tem milhares de genes. Os genes funcionam de acordo com a localização da célula, por exemplo: células do nariz ativam genes relacionados ao olfato, da boca se relacionam ao paladar, do estômago estão relacionadas à digestão e assim por diante.
Nossos hábitos de vida também podem ativar ou desativar genes, favorecendo ou evitando o desenvolvimento de doenças — são verdadeiras chaves de liga e desliga comandadas por uma vida saudável ou por hábitos inadequados.
Na reprodução humana, o óvulo e o espermatozoide carregam uma parte do DNA do óvulo e do espermatozoide, respectivamente. Depois da fecundação, essas células se combinam para a formação de um novo ser, que terá um misto de características de ambos os seus genitores.
Assim, o embrião sempre terá o DNA do óvulo e do espermatozoide, mesmo que o bebê seja gerado pela receptora. Entretanto, a epigenética pode interferir na forma como o DNA vai funcionar, o que pode mudar toda a sensação em relação à ovorecepção. É como se o útero fosse o responsável pelo despertar dos genes daquele novo ser.
Epigenética na prática
“Epigenética é a capacidade de modificar as características hereditárias sem alterar a estrutura e sequência de DNA. Ou seja, existem fatores ou gatilhos que são capazes de ativar ou desativar o funcionamento dos genes do nosso corpo”, explica Daniele Freitas, embriologista e diretora do Laboratório de Fertilização In Vitro do IVI Salvador.
Um exemplo claro de como a epigenética pode atuar: se uma doadora de óvulos é sedentária, tem tendência à obesidade e distúrbios do metabolismo ou mesmo pressão alta, essa mulher tem predisposição para gerar bebês com essas alterações. Entretanto, se ela modificar seu estilo de vida ou se os seus óvulos formarem o bebê de uma receptora com vida saudável, a epigenética pode favorecer o “bloqueio” da função dos genes relacionados a esses distúrbios metabólicos ou cardiovasculares e o bebê terá menor risco de apresentar aquelas doenças ao longo da vida.
Se uma doadora de óvulos é saudável, mas o bebê é gerado por mulheres com hábitos de vida inadequados, a epigenética pode ativar alguns genes que favorecerão o desenvolvimento de doenças no bebê.
As principais doenças relacionadas à epigenética são hipertensão arterial sistêmica (pressão alta), diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares, doenças pulmonares, doenças psiquiátricas, síndrome dos ovários policísticos, dislipidemia (alteração no colesterol e triglicerídeos), puberdade precoce, entre outras.
A relação entre epigenética e recepção de óvulos
A epigenética mostra que é possível eliminar aquela sensação de dúvida que muitas mulheres têm ao se deparar com a necessidade de uma ovorecepção para seguirem com o sonho de ser mães. Além dos fatores ambientais, o embrião terá uma troca com o organismo da mãe que está gerando a criança, tornando ela única e sem nenhuma dúvida, filha daquela mulher.
Quando ocorre a transferência embrionária para o útero, é importante lembrar que o embrião tem um pouco mais que cem células. Elas só vão se multiplicar se a gestante fornecer nutrientes e der suporte para que o embrião continue se desenvolvendo. Então, quem mantém e continua a vida do embrião é a gestante e não quem forneceu o óvulo.
É importante frisar que embriões de mesma origem genética ainda assim serão diferentes. E isso se deve, diretamente, à epigenética. Para confirmar, basta observar uma família com vários filhos. As crianças podem até ter alguma semelhança entre si, mas elas são diferentes física e emocionalmente umas das outras.
As descobertas da epigenética reforçam, inclusive, a importância da saúde infantil para o desenvolvimento não apenas nessa fase, mas na estruturação das saúdes física e mental ao longo da vida. Além disso, demonstram como maus hábitos na alimentação e sedentarismo podem causar problemas severos.
A maternidade ou paternidade é uma experiência. Geramos, educamos e preparamos nossos filhos para a vida. Existem várias maneiras de ser pai e mãe, de constituir uma família. Seja qual for o seu caso, no IVI somos especialistas em medicina reprodutiva e cada tratamento é personalizado ao diagnóstico de cada paciente. Graças a isso, já ajudamos mais de 250.000 bebês a nascer. Se você deseja realizar o seu sonho de ser mãe, entre em contato com a gente através do (71) 3014-9999 ou nos envie uma mensagem através do Whatsapp (71) 99188-0336. Se preferir, preencha o formulário para marcar uma consulta no IVI e a nossa equipe irá te procurar.
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