Os folículos são estruturas localizadas dentro dos ovários, e que contêm os gametas femininos. Cada mulher já nasce com uma quantidade pré-determinada de folículos e, portanto, de óvulos; é a chamada reserva ovariana. À medida que se desenvolve e envelhece, ela perde parte dessa reserva ao longo de cada mês, durante as menstruações.
Estima-se que no início da idade fértil, a mulher tenha aproximadamente 300 mil folículos viáveis.
“A cada novo ciclo menstrual, alguns deles são recrutados, mas apenas um completa o estágio final de desenvolvimento. Quando isso ocorre, o óvulo é liberado pelo ovário e captado pelas trompas, local em que fica disponível por aproximadamente 24 horas, para que um espermatozoide o fertilize”, explica a Dra. Andreia Garcia, do IVI Salvador.
Estima-se que uma mulher saudável libere entre 450 e 500 óvulos ao longo de sua vida reprodutiva. Mas o número pode variar muito de caso a caso.
De todo modo, isso mostra que a grande maioria dos folículos não chega ao estágio final de desenvolvimento, considerando que eles sejam cerca de 300 mil no início da idade fértil.
Eles evoluem até estágios iniciais ou intermediários, auxiliando o folículo dominante na produção de hormônios sexuais. Depois disso, regridem e se degeneram.
Os ovários e suas funções
Os ovários são um par de órgãos reprodutivos femininos, cuja principal função é o armazenamento dos folículos ovarianos. É dividido em dois tecidos principais: os folículos ovarianos e o estroma.
Os folículos ovarianos, como vimos, são estruturas localizadas dentro dos ovários, e que contêm os gametas femininos.
Os folículos ovarianos são fundamentais para a vida reprodutiva e para a saúde da mulher. Além de armazenar os gametas eles também produzem hormônios, que atuam tanto no próprio sistema genital feminino quanto em outros órgãos, como os ossos.
Já o estroma é que dá estrutura, sustentação, protege o órgão e produz alguns hormônios sexuais.
O que é exatamente o folículo
Os folículos ovarianos são estruturas, que contêm uma célula reprodutiva, circundadas por células epiteliais com a capacidade de produzir hormônios. Eles são constituídos de um único óvulo, a célula reprodutiva feminina tecnicamente chamada de oócito, mas conhecida popularmente como óvulo.
Além disso, também o compõem, células foliculares, que são células não-reprodutivas capazes de produzir hormônios sexuais sob estímulo de outros hormônios produzidos na hipófise, uma glândula localizada no crânio e conectada ao cérebro.
Os folículos são formados durante a fase de desenvolvimento embrionário, por volta da 4ª a 6ª semana de gestação. Inicialmente, são formadas células primitivas chamadas de oogônias.
Aproximadamente entre a 8ª e 13ª semana, o feto feminino apresenta cerca de 600 mil dessas células. Então, elas começam a se multiplicar rapidamente para formar os gametas femininos, que chegam até a fase de meiose I, quando interrompem o seu ciclo de desenvolvimento.
A partir da 16ª semana os óvulos começam a ser envolvidos por células epiteliais, que se organizam inicialmente em uma única camada ao redor do gameta. Com isso, formam-se os folículos primordiais, a primeira fase de desenvolvimento dessa estrutura.
A partir do início da vida reprodutiva feminina, que é marcada pela primeira menstruação, também conhecida como menarca, os níveis de dois hormônios da hipófise começam a aumentar.
O hormônio folículo-estimulante (FSH), que recruta o desenvolvimento de alguns folículos a cada ciclo menstrual e o hormônio luteinizante (LH), que auxilia na ovulação e na manutenção do corpo lúteo, uma estrutura que se forma depois da liberação dos gametas.
As fases do desenvolvimento dos folículos
Na fase folicular, os folículos passam por diversas etapas do seu próprio ciclo de desenvolvimento.
No início do ciclo menstrual, os níveis de FSH começam a subir e isso estimula o desenvolvimento dos folículos primordiais mais sensíveis a ele. Então, eles atingem uma segunda fase de desenvolvimento e se tornam um folículo primário.
Eles são formados ainda por uma única camada de células foliculares e um óvulo primário. Ao seu redor, as células do estroma ovariano começam a se diferenciar e formam a teca, uma estrutura capaz de produzir esteroides, substâncias precursoras dos hormônios sexuais.
A teca produz principalmente dois tipos de esteroides: os androgênios, hormônios sexuais masculinos que também estão presentes na mulher, e os progestagênios.
Os androgênios são absorvidos pelas células foliculares, que os transformam em estrogênio, o hormônio sexual feminino. Quantidades crescentes de estrogênio são produzidas a partir de então, o que estimula o próprio ovário e induz a multiplicação de células do endométrio, revestimento da cavidade uterina em que o embrião se implanta para dar início à gestação.
Na terceira fase de desenvolvimento folicular, alguns folículos mais sensíveis ao estrogênio conseguem atingir uma etapa mais avançada de desenvolvimento. As células foliculares começam a se multiplicar, fazendo com que esse folículo apresente múltiplas camadas compostas por elas ao seu redor.
Elas liberam substâncias que levam ao acúmulo de líquido entre o óvulo e as células foliculares. Além disso, o gameta sexual começa a aumentar seu volume.
Um desses folículos apresenta uma melhor resposta ao estímulo do estrogênio. Então, ele passa a secretar hormônios que inibem o desenvolvimento dos secundários. Por isso, recebe o nome de folículo dominante.
Apenas ele será capaz de liberar o óvulo que está em seu interior. Com o tempo, os demais se degeneram e suas células morrem.
O folículo dominante aumenta ainda mais o seu volume e se torna muito maior do que os demais. Os níveis de estrogênio começam a cair e isso sinaliza para a hipófise que é necessário produzir o hormônio luteinizante, que provoca o amadurecimento. Após 10-12 horas do pico de LH ocorre a ovulação.
Depois da ovulação, as células foliculares do folículo dominante permanecem no ovário e passam por uma transformação em corpo lúteo. Essa estrutura é responsável pela produção da progesterona, que cria condições uterinas adequadas para a gestação, como a maturação do endométrio para a fase secretora.
Isso é essencial para que a implantação de um eventual embrião seja bem-sucedida. Endométrios menos espessos e funcionais estão relacionados à infertilidade e a abortamentos de repetição. Quando os níveis hormonais caem novamente, o corpo lúteo entra em degeneração e um novo ciclo menstrual se inicia.
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