Quando falamos sobre o milagre da gravidez, pensamos em vários detalhes que contribuem para o nascimento do bebê, nos perguntamos como será a evolução do bebê, quando ele vai mexer, como evitar riscos, mas poucas vezes a placenta é questionada. Já pensou nela? Esse órgão que se forma para abrigar o bebê é imprescindível para o sucesso da gravidez.
Como é formada a placenta?
A placenta é um órgão gerado a partir das células do espermatozoide e do óvulo fecundado. Sua formação começa quando o embrião é implantado no útero, aproximadamente uma semana depois da fecundação do óvulo. A placenta materializa a união entre mãe e filho através do cordão umbilical com a função principal de permitir o intercambio de partículas entre gestante e bebê, ao mesmo tempo protegendo o feto de qualquer agente negativo ao seu desenvolvimento adequado.
Funções básicas da placenta:
- Respiratória: Transporta oxigênio do sangue da gestante ao feto e dióxido de carbono de feto à gestante.
- Nutricional: Transfere ao feto os nutrientes necessários para ele crescer e desenvolver-se. Além disso, a placenta realiza funções similares às do fígado enquanto o mesmo ainda não estiver desenvolvido no bebê, modificando algumas substâncias antes de chegar ao feto e regulando a glicemia.
- Hormonal: A placenta gera os hormônios femininos como os estrogênios e a progesterona. Indispensável para a evolução da gestação.
- Excretora: A placenta filtra para a corrente sanguínea da mãe os resíduos que serão eliminados através dos rins.
- Imunitária: Transmite anticorpos da mãe e gera imunidade para determinadas doenças infecciosas.
Quanto cresce a placenta?
A placenta cresce ao longo da gravidez, apesar de seu desenvolvimento praticamente não variar a partir do quarto mês. Ela chegará a medir nas últimas semanas entre 15 e 20 centímetros de diâmetro e grossor de 1,5 a 3 centímetros com um peso entre 450 e 550 gramas, fora o cordão umbilical.
Patologias da placenta
- Placenta prévia: Apesar de ser um dos problemas mais conhecidos que podem atingir a placenta, a placenta prévia pode afetar apenas 1 de cada 200 gestações. O risco da placenta prévia pode ser um obstáculo para a saída do bebê pelo canal do parto.
Dependendo do tipo de placenta prévia (oclusiva, parcial o marginal) é possível ter a opção de cesárea ou parto vaginal. Cada caso deve ser avaliado. Normalmente esta alteração é detectada por ultrassonografia após a semana 20 da gravidez, tendo como principal sintoma sangramentos.
Apresentam maior risco de placenta prévia mulheres com anomalias uterinas, mulheres em maternidade tardia e que passaram por gestações anteriores ou em gestação de gêmeos e múltipla.
Tratamento: O melhor tratamento será definido individualmente. Em geral é recomendado o repouso e suspender relações sexuais e atividades que exijam esforço. No caso de sangramentos, pode ser necessária a hospitalização.
- Alterações do fluxo sanguíneo da placenta: Também conhecida como placenta envelhecida, acontece quando este órgão deixa de funcionar corretamente, impedindo a entrega dos nutrientes e oxigênio ao bebê e, ocasionalmente, provocando problemas em seu crescimento. Esta disfunção costuma ser detectada através da ultrassonografia. Com o doppler é possível saber se o fluxo sanguíneo é adequado e detectar qualquer alteração.
Tratamento: O repouso é recomendado para aumentar a quantidade de sangue que chega ao útero, ao mesmo tempo é realizado um acompanhamento constante através de ultrassonografia.
- Acretismo placentário: É pouco provável que ocorra esta disfunção onde a placenta penetra no músculo uterino. Muitas vezes o acretismo placentário é detectado somente no momento do parto, porque não gera sintomas.
Tratamento: Sendo um problema relacionado com cesáreas anteriores ou placenta prévia, o parto é programado com antecedência para prevenir hemorragias durante o mesmo.
- Deslocamento da placenta: Esta complicação acontece quando há um desprendimento da placenta do útero antes do momento de parto. Caso aconteça, costuma ocorrer durante o terceiro trimestre da gestação. As possíveis causas do deslocamento da placenta são lesões na mesma, hipertensão, idade avançada da mãe, ou provocado pelo consumo de bebidas alcoólicas. Dores abdominais intensas e sangramentos costumam ser os sintomas.
Tratamento: Normalmente é preciso internação e exige a finalização da gravidez mediante o parto, que geralmente será cesárea.
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