A histerossalpingografia, também conhecida pela sigla HSG, é um exame de diagnóstico realizado em mulheres para a avaliação do trajeto percorrido pelo espermatozoide até a trompa, local onde ocorre a fertilização do óvulo.
Esse é um método de grande importância na pesquisa do componente feminino da infertilidade conjugal. E, analisa as possíveis anormalidades nesse caminho, identificando a necessidade de algum tratamento. O tratamento pode ser clínico ou de reprodução assistida ou, apenas correção. O exame deve ser feito, portanto, em pacientes com dificuldade para engravidar.
“Recomendamos o exame para mulheres que estejam investigando infertilidade. Também àquelas que já apresentem distúrbios na ovulação, quando há suspeita de alterações nas trompas, endometriose na pelve, ou alguma anomalia ou aderências no útero”, explica o médico do IVI Salvador, Dr. Fábio Vilela.
Muita gente acredita que o exame ajuda a engravidar. Mas, na verdade, o objetivo do exame é saber o que está acontecendo nas trompas, para que seja possível iniciar um tratamento e auxiliar a paciente no desejo de engravidar.
A importância da histerossalpingografia
A histerossalpingografia é a ferramenta diagnóstica mais utilizada atualmente na pesquisa das obstruções das trompas e nas aderências na pelve, que podem bloquear parcial ou totalmente as regiões chamadas de peritubáricas.
Essas regiões são aquelas que interferem diretamente no processo de gravidez, gerando a dificuldade da gestação.
Como é o passo a passo da histerossalpingografia
O exame de histerossalpingografia é realizado em ambulatório, por um médico especializado, sem a necessidade de internação ou sedação.
Para a sua realização, um fino cateter flexível é inserido através do orifício externo do colo uterino e o meio de contraste é injetado através deste cateter, quando são realizadas algumas radiografias.
Desse modo, é possível delinear a cavidade endometrial e as trompas, e quando estas estão pérvias, ocorre a dispersão do meio de contraste na cavidade peritoneal.
Esse processo, na maioria das vezes, é concluído em cerca de 10 minutos. Após a retirada do cateter, será feita mais uma única radiografia para avaliar como o contraste injetado se distribuiu na pelve e se as trompas esvaziaram completamente.
“É um exame simples, rápido, indolor na maioria dos casos e bastante efetivo para esclarecer as possíveis causas de infertilidade ou os problemas no sistema reprodutor feminino”, completa o especialista.
Para realizar esse exame, é necessário fazer uma preparação desde o dia anterior. Nesse caso, recomenda-se o uso de um laxante na véspera da realização. Com isso, durante o exame, o útero e as trompas estarão claramente identificados.
Imediatamente antes do momento do procedimento, os médicos também recomendam que a paciente faça o uso de alguma medicação para minimizar qualquer desconforto em potencial, em geral anti-inflamatórios e/ou antiespasmódicos. Em alguns casos, pode causar cólicas similares a cólica menstrual.
Quando realizar?
A Histerossalpingografia deve ser feita entre os dias seis e doze do ciclo menstrual. Período entre o final da menstruação e um pouco antes da ovulação.
Não deve-se realizar o exame se a paciente tiver sangramento menstrual abundante, ou se apresentar qualquer infecção e/ou inflamação ginecológica ainda não totalmente resolvida. Nesses casos, indica-se cuidar da inflamação e depois realizar o exame.
Caso a mulher não esteja menstruando regularmente ou faça uso de medicações que bloqueiam o ciclo menstrual ou DIU Mirena, poderá fazer o exame, após avaliação do médico.
“Como a gente sempre fala: cada caso é um caso. Portanto, bater um papo franco com o médico é fundamental para que a mulher se sinta segura no pré-exame e tenha a certeza de que o caminho é o mais adequado, sem riscos”, explica o médico.
Os riscos e benefícios da histerossalpingografia
A histerossalpingografia é um procedimento minimamente invasivo. Ele é rápido e através dele, os médicos que acompanham a paciente terão acesso a informações valiosas sobre uma variedade de anormalidades que podem causar infertilidade ou até mesmo abortamentos.
Este exame usualmente gera apenas um pequeno desconforto – semelhante às cólicas do período menstrual – que varia em intensidade de acordo com a sensibilidade de cada mulher.
O mito de que o exame ajuda a engravidar se deve ao fato de que o HSG pode ocasionalmente remover pequenas rolhas de muco ou micro aderências no interior das trompas que estão bloqueadas. Facilitando o fluxo dos espermatozoides e, assim, permitindo que a paciente engravide depois de forma natural.
São muito raras as complicações, mas quando se manifestam, são reações alérgicas ao meio de contraste ou infecções ginecológicas e pélvicas.
Após a realização do exame
Recomenda-se aguardar cerca de 24 horas para ter relações sexuais.
Os resultados obtidos através da realização do exame devem mostrar o desenho triangular do útero, com as três pontas bem visíveis pelo contraste. As trompas devem ser finas, formando ondulações que não fiquem tão perto do útero.
O extravasamento do meio de contraste na cavidade peritoneal de forma homogênea precisa ser observado, para que o exame seja considerado “normal”.
Em resultados anormais, é possível detectar alterações no útero, que podem ter como fator pólipo endometrial, mioma, aderências internas, adenomiose e anomalias congênitas.
As complicações nas tubas uterinas podem ser por causa endometriose ou por doença inflamatória pélvica, hidrossalpinge (acúmulo de água na trompa), aderências e obstrução.
“A partir do resultado o médico pode dar continuidade à investigação através da realização de outros exames complementares”, conta o médico. “Assim, o especialista em reprodução assistida entra em campo, para definir junto com o casal – ou com a mulher – qual o melhor caminho para dar prosseguimento à realização do sonho da gestação”, explica.
A histerossalpingografia tem contraindicações?
O exame da histerossalpingografia é contraindicado para mulheres que já tiveram reação alérgica ao uso de contraste iodado.
Não se recomenda a realização do exame para mulheres que estão grávidas ou para aquelas com infecções ginecológicas agudas.
Nesses casos específicos, é necessário informar ao médico que acompanha essa paciente, para que siga por outro caminho.
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