Todos nós sabemos que as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) prejudicam a saúde, causando muitos transtornos. O que muitos não levam em conta é que há ISTs que podem causar infertilidade permanente em homens e mulheres.
Essas doenças são infecções transmitidas através de relações sexuais desprotegidas, com uma pessoa contaminada, e podem causar um profundo impacto na saúde de adultos e crianças. As IST´s mais comuns são a infecção por clamídia, HPV (ou Papilomavírus Humano), HIV, a gonorréia, a tricomoníase, o herpes e a sífilis.
O HPV, particularmente, é bastante perigoso para as mulheres, sendo o responsável por 90% dos casos de câncer de colo de útero. Apenas ser positivo para o HPV não afeta suas habilidades para engravidar. Mas ter uma cepa cancerígena, pode acabar em células pré-neoplásicas no colo do útero, e isso pode impactar a capacidade reprodutiva.
Na listas das menos conhecidas estão a Donovanose, que é caracterizada pela presença de úlceras genitais. Já a infecção pelo vírus HTLV pode nem provocar sintomas claros. Mas, mesmo sendo doenças menos populares, são igualmente perigosas à fertilidade.
Essas infecções são mais prevalentes entre pessoas com idades entre os 15 e os 49 anos. A ocorrência dessas IST´s em jovens brasileiros tem avançado bastante nos últimos anos. Um dos grandes problemas é que raramente essas doenças apresentam sintomas no início.
Por isso, muitos dos contaminados não sabem que estão infectados e que precisam de tratamento. A indicação é realizar um check-up ginecológico para mulheres, e um urológico para os homens, pelo menos uma vez ao ano. Caso contrário, a consequência natural é que as ISTs, se não forem tratadas, continuem a se espalhar.
Por quê Infecções Sexualmente Transmissíveis causam infertilidade na mulher?
Quando o diagnóstico de uma IST e o tratamento demora, os sintomas podem evoluir. Em especial nas mulheres. Elas afetam a tuba uterina, que é o caminho percorrido pelos espermatozoides para o encontro com o óvulo. Essa parte da estrutura feminina pode inflamar e ter suas funções obstruídas ou, até mesmo, danificadas.
Com isso, a mulher tem chance de desenvolver uma gestação fora do útero, chamada de ectópica, causada justamente por uma dificuldade no transporte do embrião até o local correto, gerando problemas na tuba uterina.
Nestes casos, o feto se desenvolve no local incorreto e, geralmente, não sobrevive. Além disso, a mãe corre o risco de ter a tuba uterina prejudicada para sempre.
As IST’s podem ainda, em casos mais graves, gerar pequenos abscessos. O tratamento pode resultar na retirada do ovário e da tuba atingidos, dependendo da intensidade do contágio, o que reduz significativamente a reserva ovariana. Assim, fica mais difícil engravidar. Nesses casos, as mulheres já devem consultar especialistas em reprodução assistida.
O efeito das Infecções Sexualmente Transmissíveis nos homens
Os homens sofrem alterações diferentes das mulheres, quando o assunto é a detecção da IST. Mesmo sendo diferente, eles também ficam sujeitos à perda da fertilidade.
Os efeitos nos homens incluem infecção do canal da urina, na próstata e no epidídimo, que é o local onde acontece o amadurecimento dos espermatozoides.
Com esta parte afetada, a qualidade do sêmen pode ficar comprometida e os homens podem necessitar, caso cheguem à infertilidade, de um banco de sêmen para seguir com tratamentos de reprodução assistida com suas companheiras.
O mais complicado, em relação a alguns tipos de IST´s, é que os sintomas podem demorar mais a aparecer ou serem silenciosos.
Mais detalhes sobre a relação das Infecções Sexualmente Transmissíveis com a infertilidade
As Infecções Sexualmente Transmissíveis podem causar diversos danos no aparelho reprodutor em ambos os sexos, e uma das consequências pode ser a infertilidade, como dissemos acima.
Nas mulheres, por exemplo, podem provocar obstrução das trompas, impedindo a gravidez pelo processo natural. Nos homens, a gonorreia e a clamídia são capazes de causar obstrução dos canais por onde transitam os espermatozoides.
A melhor forma para se prevenir continua sendo o uso do preservativo em todas as relações sexuais.
A clamídia e a gonorreia são infecções bacterianas extremamente comuns. Mas, elas podem resultar em um problema batizado de “Doença Inflamatória Pélvica” (DIP). A DIP ocorre quando os órgãos reprodutivos ficam inflamados e pode causar cicatrizes nos órgãos pélvicos femininos.
“A consequência dessas cicatrizes pode ser a formação de uma barreira, que dificulta ou até mesmo impede que os espermatozoides consigam alcançar o óvulo. Ela pode causar também gravidez tubária ou ectópica, que é extremamente perigosa, porque o óvulo e o espermatozoide se implantam na trompa de falópio ao invés do útero”, esclarece a Dra. Isa Rocha, do IVI Salvador.
A sífilis também é preocupante
A sífilis também é um problema antigo, que é tratável através de antibióticos. Ocorre que ela tem apresentado um ressurgimento que pode trazer muita dor de cabeça. Ao engravidar, uma mulher com sífilis tem 50% de risco de sofrer um aborto e se o bebê for infectado durante o parto, existe 10% de risco de morte ao nascer.
Nos homens, a doença pode causar epididimite, uma inflamação no testículo, que também pode chegar à infertilidade.
Vale ressaltar que, em caso de detecção, a maioria dessas infecções pode ser tratada gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e tem boa evolução. Isso porque se não tratar, esses problemas podem gerar efeitos graves e crônicos, como neurológicos e cardiovasculares, além de aumento do risco de transmissão do HIV e a infertilidade.
O HIV
Uma das mais graves e temidas, o HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) interfere no sistema imunológico humano, deixando-o fraco e danificado para combater outros tipos de doenças. O HIV não impede a capacidade de engravidar, mas pode-se transmitir o vírus para o feto, que terá que conviver com uma doença incurável por toda a vida.
Caso a grávida saiba da infecção, pode ser administrada uma medicação para que a criança nasça sem contaminação com o vírus. O parto cesariano pode proteger ainda mais o bebê, que logo após nascer, terá prescrito o uso de medicação para o HIV durante as seis primeiras semanas de vida, a fim de garantir que o vírus seja erradicado. Aconselha-se a mãe a não amamentar, já que a criança pode contrair o HIV através do leite materno.
Em todos os casos, é essencial que homens e mulheres estejam sendo acompanhados por especialistas. No caso de IST´s que tenham tratamento e cura – mas que tenham provocado a infertilidade – o casal pode recorrer às diversas técnicas atuais na medicina reprodutiva, para seguir com o sonho de ampliar a família.
O Grupo IVI é líder mundial em reprodução assistida. São 80 clínicas em 9 países e 7 centros de pesquisa em todo o mundo. Em 2022, o IVI Salvador completa 12 anos ajudando casais a realizar seu sonho de ampliar a família. Agende sua consulta.
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