A 78ª edição do Congresso da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), na Califórnia, nos Estados Unidos terminou ontem. O evento, que aconteceu no final deste mês de outubro, entre os dias 24 e 26, reuniu profissionais de todo o mundo. E, inclusive diversos médicos do Grupo IVI, como o Dr. Agnaldo Viana, representante do IVI Salvador.
O encontro é um dos mais importantes a nível mundial na área da reprodução assistida. Esse congresso sempre traz para o centro das discussões, temas atuais, novidades que estão sendo desenvolvidas pelos profissionais em todos os continentes e uma atualização que ocorre através da troca de experiência.
“Muito importante participar do evento in loco e acompanhar tantas novidades que colegas do Grupo IVI trouxeram. A troca de experiência foi enorme e vamos trazer para a prática muitas das novidades que foram apresentadas por lá. Isso só se reflete em benefícios para as pacientes”, contou o Dr. Agnaldo Viana.
Novidades da reprodução assistida no congresso
No 78º Congresso da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), foram discutidos os avanços no campo da medicina reprodutiva. Estes, permitem oferecer aos pacientes, resultados cada vez melhores em seus processos.
“Um dos pilares do IVI é a pesquisa e nos orgulha muito poder contribuir para o desenvolvimento de inovações para a área da reprodução assistida”, conta o médico ginecologista.
Saúde dos homens no foco das atenções
Uma das novidades que o IVI apresentou no evento foi em relação aos homens. Isso porque quando se fala de reprodução humana, sempre se conecta muito ao aspecto feminino.
A bibliografia atual na área reprodutiva ainda é limitada em relação aos homens. O IVI levou para o evento um estudo que mostra o resultado de aliar a Inteligência Artificial à seleção de embriões, sob o prisma da análise de espermatozoides.
“Após uma pesquisa intensa, criamos uma nova ferramenta que aposta na análise de espermatozoides por meio da aplicação de Inteligência Artificial (IA). Isso nos permite diferenciar os espermatozoides e assim definir o perfil bioquímico individual de cada um deles, podendo conhecer, sem a necessidade de alterar o sêmen analisado, quais são os mais adequados para alcançar o sucesso reprodutivo”, comentou o Dr. Nicolás Garrido, Diretor da Fundação IVI e supervisor do estudo.
O trabalho dá um passo a mais nos resultados alcançados, permitindo prever a capacidade de um embrião gerar um bebê. E esse avanço melhora a capacidade diagnóstica e aumenta o grau de precisão na hora de confirmar com maior certeza as possibilidades de implantação que cada embrião apresenta.
“Estamos há 5 anos avançando no estudo de aplicação da Inteligência Artificial na seleção de embriões. Durante este tempo, alcançamos bons resultados, que nos ajudam a realizar os desejos dos nossos pacientes, em menor tempo e com maior garantia. O estudo vai um pouco além, permitindo verificar como a análise do desenvolvimento embrionário por Inteligência Artificial após a desvitrificação dos embriões pode ser um indicativo do potencial desses embriões para dar origem a um recém-nascido vivo”, explica o Dr. Marcos Meseguer, embriologista, supervisor científico do IVI Valencia e coordenador do estudo.
Mais estudos apresentados pelo IVI no congresso
Outros estudos desenvolvidos pelo Grupo IVI foram apresentados também durante o congresso. Um deles, sobre o diálogo entre embrião e mãe, para além da genética.
A origem da pesquisa foi a reticência dos pacientes em relação ao tratamento com óvulos doados durante as consultas de reprodução assistida. Nos últimos anos surgiram várias linhas de pesquisa do IVI que traçam um caminho tranquilizador para esses pacientes, evidenciando o diálogo que ocorre entre o embrião e sua mãe, para além da genética.
Esse foi o ponto de partida deste trabalho, apresentado durante o ASRM, e premiado como “Endometriose SIG Prize Paper – Best in Basic Science”. “Este estudo nasceu com um objetivo claro: demonstrar que o endométrio materno se comunica com o embrião e que essa comunicação está envolvida em processos que participam da receptividade do endométrio e do desenvolvimento embrionário, necessários para que ocorra uma implantação bem sucedida. Assim, nossos dados sugerem que o endométrio materno secreta vesículas contendo microrreguladores de expressão gênica (miRNA) que são internalizados pelo embrião e modulam os processos biológicos envolvidos em sua implantação e desenvolvimento inicial. Esses miRNAs podem ser indicadores de implantação, inclusive sendo úteis para melhorar as taxas de sucesso de tratamentos reprodutivos”, aponta Dra. Ferrero, pesquisadora principal do estudo.
“Foram dias intensos, repletos de muitas apresentações de novos estudos, palestras com os maiores nomes da reprodução assistida no mundo e muitos estudos de caso que os colegas trouxeram. Balanço extremamente positivo e volto com muitas atualizações na bagagem”, finaliza Dr. Agnaldo Viana.
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