Uma mãe guerreira que depois de muito esforço, paciência e perseverança conseguiu dar à luz a duas meninas livres do gene BRCA2 que ela mesma é portadora e que poderia ter aumentado muito o risco de câncer de mama dos seus filhos.
Esta história emocionante aconteceu na Espanha e foi possível graças à aprovação da Comissão Nacional de Reprodução Assistida, que permitiu que através do Teste Genético Pré-implantacional (PGT) fossem identificados e implantados no útero materno embriões livres da mutação hereditária que poderia provocar o câncer. No país, quando se trata de um risco elevado e não da certeza do desenvolvimento de uma doença genética, é preciso contar com a aprovação de uma comissão especial para levar a cabo a seleção embrionária.
No Brasil, apesar de não existir uma lei vigente, a norma ética sobre Reprodução Assistida estabelecida pelo Conselho Federal de Medicina permite selecionar embriões quando seu objetivo é evitar doenças genéticas graves ou incompatíveis com a vida que são transmitidos de forma hereditária. O que é o caso do gene BRCA2, que é uma mutação genética agressiva cuja existência significa viver com 60% de possibilidades de desenvolver o câncer de mama de forma precoce.
Quando essa mãe, que prefere não se identificar, soube que era portadora da mutação que pode provocar o câncer que afetou seus antecedentes diretos, quis evitar que seus filhos pudessem passar por essa doença e sofrimento. Por isso, procurou a clínica IVI Vigo em 2013 com o sonho de realizar um tratamento que incluísse o PGT para identificar e transferir ao seu útero embriões livres do BRCA2.
“Com o teste, que realizou o diagnóstico de 11 embriões, identificaram 3 que estavam livres da mutação do gene BRCA2, e a pedido da paciente transferimos dois embriões. Oito meses mais tarde nasceram duas meninas, sendo que o último embrião permanece congelado para um dia ser mais um membro da família” explica Dr. Muñoz, especialista responsável por IVI Vigo.
Não sendo portadores da mutação genética, quando tenham seus descendentes, estas meninas já não irão transmitir a mutação aos seus futuros filhos, pois com o PGT elas não são portadoras da mutação que afetou no passado outros membros da família deles.
Hoje, no dia Mundial de Combate ao Câncer, quisemos contar essa história para dar esperanças às pessoas que estão nessa mesma situação onde a cadeia de transmissão hereditária de uma doença grave pode ser evitada pelo Teste Genético Pré-implantacional.
Comentários estão fechados.