A maternidade independente ainda é um grande tabu para a sociedade, mesmo em 2022 e com toda a modernidade do mundo. Muitos são os julgamentos e ainda existe preconceito em torno das mulheres que encaram essa jornada.
O movimento que percebemos já virou estatística. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) aponta que 38,7% de mulheres brasileiras já estão chefiando os seus lares.
“Mesmo sendo uma grande parcela da sociedade, essas mães independentes ainda precisam se reinventar todos os dias. Para assim, realizar-se e suprir as necessidades dos filhos e as suas próprias”, conta a médica do IVI Salvador, Dra. Isa Rocha.
Os desafios da maternidade independente
Se utilizando dos avanços da medicina reprodutiva, uma mulher não precisa mais ter um(a) companheiro(a) para gerar um bebê. Ela pode resolver criar a sua família independente.
É inevitável que o primeiro pensamento seja o medo. Será que eu sou capaz disso? A partir de agora não preciso cuidar somente de mim, sou responsável por outra vida. Como a minha família vai reagir? Será preciso enfrentar o mundo com unhas e dentes, e um coração cheio de amor e esperança.
A tarefa da maternidade independente não é nada fácil, como dissemos. Mas é claro, tem o seu lado recompensador. Criar e cuidar de uma criança sozinha, por opção, é uma tarefa para mulheres corajosas e destemidas. Em algum momento, ou muitos, o cansaço vai bater, e a vontade de dividir a carga com alguém pode chegar.
Fora isso, no caso da mulher que tem uma vida profissional ativa, o trabalho será dobrado. Vai ser preciso arrumar alguém que cuide do bebê para ajudar. Ou, conseguir uma creche e iniciar uma trajetória de se virar em dez ao mesmo tempo. Trabalho, filho, casa, roupas, comida, contas.
Mas as mulheres que encaram essa responsabilidade sozinhas, sabem que ser mãe vai muito além de colocar comida no prato e dar roupas. Filhos precisam de afeto, atenção, muita dedicação, segurança e pulso firme no processo de educar.
Os primeiros anos podem ser difíceis. E algumas vezes a maternidade independente pode fazer a mulher achar que não irá conseguir. Mas todas elas têm uma força interior que muitas vezes desconhecem, e só aflora após a maternidade. Encare de frente, coloque todo seu amor e sensibilidade. Infelizmente não existe manual sobre como ser uma boa mãe, mas todas fazem o seu melhor, mesmo quando erram.
Todo desafio traz um aprendizado
A maternidade é especial, mágica e linda. Mas, como tudo na vida, tem suas dores e dificuldades. E, quando essa responsabilidade é de uma pessoa só, se torna ainda mais pesado! Os desafios da maternidade independente vão além de cuidar de uma criança sozinha. Mas sempre ensinam essa mulher a ser ainda melhor do que ela já é.
Muitas mulheres compartilham histórias semelhantes: criar, educar e participar da vida de um filho de forma independente. Ser uma e valer por mil. Engolir os desaforos e deixar passar os olhares tortos cheios de julgamento de quem não sabe nada sobre criar um filho sozinha por escolha própria.
Se a mulher que optar pela maternidade independente não tiver com quem contar – como familiares mais próximos, por exemplo, alguns projetos podem ser adiados ou até mesmo cancelados. Alguns programas não poderão ser feitos durante um período. E até algumas amizades não durarão.
Mas muitas sabem driblar esse tipo de visão e mostram que uma mãe guerreira vale muito mais, e não atrapalha em nada na criação da criança. É a prova de que a maternidade independente faz com que essas mulheres cresçam ainda mais, amadureçam e se desenvolvam a partir desses desafios que são impostos.
Na maternidade independente surge um amor sem tamanho
Esse mundo moderno, que nos trouxe tantas possibilidades, traz a maternidade independente como uma possibilidade viável e acessível. E traz também a essas mulheres um grande desafio: educar.
Isso porque a mulher moderna, empoderada, que realiza seus sonhos e investe em sua carreira, tem sempre o tempo muito corrido. São múltiplas responsabilidades adquiridas e ainda o desafio de educar.
Mas vem daí a vantagem dessa nova família. Para o filho nunca faltará aquele tempinho para um carinho, um ensinamento e aquela presença constante. As mulheres comprovadamente conseguem se organizar melhor, sabem dividir o tempo e sabem como ninguém, como educar, guiar, acompanhar e cuidar de uma criança.
E com certeza essa criança levará para a vida o carinho dessa criação. Será um ser mais humano, mais empático e cheio de amor no coração.
Banco de sêmen: o outro lado da maternidade independente
As mulheres que querem partir para uma “produção independente” e se tornarem mães, devem recorrer ao banco de sêmen. Isso é possível graças ao avanço das técnicas de reprodução assistida.
Desta forma, com a ajuda da ciência, elas podem realizar o sonho de ter filhos sem necessariamente terem um(a) companheiro(a).
O acompanhamento da gravidez começa bem antes dela acontecer de fato. Sendo assim, ao iniciar o tratamento, as mulheres enfrentam escolhas que podem ser emocionalmente mais difíceis.
A maternidade independente é uma realidade cada vez mais comum e a decisão vem sempre acompanhada de uma boa dose de coragem. Mulheres que não contam com um companheiro ou companheira ao seu lado, e não querem ou não podem esperar pelo parceiro ideal pela idade avançada, recorrem à reprodução humana para realizarem o grande sonho de ser mãe.
A mulher que decidir pela maternidade independente vai precisar da ajuda de um banco de sêmen para fecundar o seu óvulo. Os espermatozoides utilizados podem vir de bancos nacionais ou internacionais. Para realizar o tratamento, a mulher passa por uma estimulação ovariana, que é feita através de medicamentos.
Caso ela tenha não tenha bons óvulos, ainda é possível realizar a Fertilização in Vitro com a doação de ambos os gametas (óvulo e espermatozoide). Assim, depois de fecundado em laboratório, transfere-se o embrião para o útero da futura mãe. A partir disso, a gravidez ocorre da mesma forma que as naturais.
“Hoje em dia as técnicas estão mais difundidas e já são utilizadas por muitas mulheres. A medicina reprodutiva e o seu avanço têm fortalecido famílias e permitido a essas mulheres serem plenas e realizarem seus sonhos”, finaliza a especialista.
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