Faz tempo que ninguém mais fala do exame pré-nupcial. Por que ele parecia tão importante antigamente e hoje raramente é realizado?
Além da preocupação por doenças sexualmente transmissíveis, que muitas vezes atuam de forma silenciosa no organismo, este checkup feito no casal também pode identificar eventuais alterações no aparelho reprodutor, sendo um ótimo preventivo para a infertilidade. Com o avanço da medicina, atualmente os exames pré-nupciais podem incluir testes para identificar os riscos de doenças genéticas nos descendentes ou ainda orientar sobre o planejamento da gravidez futura evitando os riscos da maternidade tardia.
Exames pré-nupciais tradicionais
– Exames de sangue para identificar doenças infecciosas
– Exames para a revisão geral da saúde do homem e da mulher
Como parte da revisão geral da saúde, a mulher consulta um ginecologista para uma avaliação do seu aparelho reprodutor através de ultrassonografia e Papa-Nicolau, incluindo exames de dosagens hormonais para avaliar a fertilidade feminina. Enquanto o homem consulta um urologista, que pode solicitar um espermograma para avaliar a fertilidade masculina, além de descartar a presença de alterações que podem dificultar a fertilidade futura, como a presença da varicocele, por exemplo, que são pequenos vasos, parecidos com as varizes, nos testículos que atualmente representam 40% dos casos de infertilidade masculina.
Na verdade, muitos dos exames pré-nupciais, principalmente os relacionados com a saúde reprodutiva da mulher, são parte dos exames ginecológicos periódicos. No entanto, para novos tempos novas necessidades, o que nos leva aos exames que vão além dos níveis tradicionais, para avaliar também os riscos de transmitir doenças genéticas aos descendentes a partir da compatibilidade genética do casal.
Exame pré-nupcial do presente
O teste de compatibilidade genética do casal identifica mutações genéticas provocadas quando pai e mãe saudáveis, porém são portadores de uma mesma mutação genética, que quando combinadas podem provocar uma patologia grave no descendente. Esta é a principal razão de doenças genéticas que parecem surgir pela primeira vez em uma família, quando na realidade a patologia estava presente, porém não havia sido manifestada até que foi transmitida pelo pai e pela mãe ao mesmo tempo.
1 de cada 300 recém-nascidos são afetados por patologias causadas por alterações em genes concretos. Com o teste de compatibilidade genética, (TCG) esse risco pode ser reduzido a 1 de cada 30.000 a 40.000 nascidos.
Além do teste de compatibilidade genética, quando identificado o alto risco de doença, também é possível evitar que os descendentes nasçam com a mesma. O processo é realizar um diagnóstico genético pré-implantacional (PGD), que identifica os embriões livres da doença genética em questão antes de transferir ao útero materno. Para realizar o PGD, é necessário realizar um tratamento de Fertilização in Vitro.
Vale a pena fazer exames pré-nupciais se não pretendo engravidar agora?
Uma das grandes vantagens dos exames pré-nupciais é marcar uma nova etapa na vida do casal e poder identificar de forma precoce qualquer fator que pode representar algum risco para a saúde do próprio casal ou para os filhos que o casal queira ter. O diagnóstico precoce da infertilidade aumenta as chances de sucesso do tratamento de reprodução humana e pode evitar a necessidade de soluções mais complexas e invasivas.
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