Causada por um protozoário chamado toxoplasma gondii, a toxoplasmose ataca milhões de pessoas no mundo. O problema é que na maioria dos casos – cerca de 90% – quem sofre com a doença não apresenta sintomas. E assim, o problema passa despercebido. E como todos os outros que tem essa mesma característica de “doença silenciosa”, pode trazer consequências severas.
A doença é transmitida através dos ovos desse protozoário. É encontrada nas fezes dos gatos. E também em outros animais que também podem hospedar o parasita. Por exemplo, o gado e o porco. Esses animais se infectam com os ovos do parasita, e depois passam para os seus dejetos.
Os casos mais graves são, geralmente, de baixa incidência. A fase mais aguda da infecção tem cura. Porém, o parasita vai persistir durante toda a vida da pessoa. E, infelizmente, pode ainda se manifestar, em outros momentos, com diferentes tipos de sintomas.
Quando a toxoplasmose não é assintomática, os sintomas na maioria das vezes, são bem semelhantes aos de uma gripe. Além disso, existem tipos diferentes da doença, como a toxoplasmose ocular (infecção nos olhos) e a toxoplasmose visceral (que pode atingir o cérebro). Ambos apresentam sintomas distintos.
Os sintomas são variáveis e associados ao estágio da infecção (agudo ou crônico). Normalmente são leves e podem incluir dores musculares e alterações nos gânglios linfáticos. Pessoas com baixa imunidade podem apresentar sintomas mais graves. Como febre, dor de cabeça, confusão mental, falta de coordenação e até convulsões.
Transmissão, prevenção e cuidados na gravidez
É muito importante cuidar da alimentação. Lavar bem as frutas e vegetais, e cozinhar bem os alimentos para matar os parasitas. Cortar do cardápio as carnes cruas e mal passadas e evitar alimentos crus em geral. Alerta também para a água, que pode ser um meio de transmissão.
Evitar o contato com locais que possam eventualmente conter fezes de felinos, especialmente durante a gravidez. Se a gestante já se infectou anteriormente (até 6 meses antes do início da gestação), desenvolveu imunidade. O problema é quando ela se infecta durante a gestação, principalmente nos primeiros meses. A forma congênita da doença passa da mãe para o bebê durante a gravidez, através da placenta.
Os riscos da toxoplasmose na gravidez
Pelo fato de transmitir através da placenta, de mãe para filho, a doença pode causar diversos danos para o feto, com diferentes graus de dificuldade. Por isso a importância de se realizar o pré-natal. Os exames podem identificar se a mulher já teve algum contato com o protozoário e criou anticorpos contra o parasita. Ou, se existe alguma infecção em andamento. O exame se torna ainda mais importante se considerarmos que a maioria das pessoas não apresenta qualquer sintoma.
Para as mulheres grávidas (seja uma gravidez natural ou através de reprodução assistida) a toxoplasmose é muito preocupante. Quando a palavra é anunciada durante uma gestação sempre assusta a futura mãe. E não é para menos. Pois, mesmo sendo uma infecção até considerada comum, pode trazer sérios riscos para o bebê.
Durante a gestação o desenvolvimento da doença e a falta de tratamento podem acarretar em problemas para o bebê, como surdez, microcefalia, macrocefalia, retardo neuromotor e alterações motoras graves. A infecção pelo toxoplasma gondii pode levar ainda a abortos espontâneos e a bebês natimortos (morrem dentro do útero ou durante o parto).
Também pode causar prematuridade e retardo no crescimento intrauterino; problemas oculares, como microftalmia (defeito congênito do olho), estrabismo e destruição da retina. Às vezes pode acabar levando à cegueira. Há também manifestações hepáticas, como a icterícia neonatal.
As sequelas da infecção por toxoplasmose ao feto dependem da capacidade da resposta imune da mãe, além do período gestacional em que ela se encontra. Quanto mais cedo a infecção ocorrer, piores os danos.
Mesmo que o bebê esteja aparentemente normal ao nascer, pode ainda desenvolver sequelas na infância ou adolescência.
Como descobrir a doença
Durante o pré-natal o médico obstetra vai solicitar diversos exames. Nos resultados poderá se descobrir se a gestante já é imune à toxoplasmose, ou não. Na gravidez isso é bem comum, pois é natural que o ser humano desenvolva imunidade ao longo da vida.
Porém, para a mulher que não tem imunidade, a toxoplasmose na gravidez pode ser um problema. Principalmente para o seu bebê.
Para realizar uma análise global, realiza-se dois exames durante a gestação: o lgG (Imunoglobulina G) e o lgM (Imunoglobulina M). E a identificação é através do PCR (Proteína C Reativa). A técnica permite realizar várias cópias de um segmento específico de DNA com rapidez e precisão em um tempo muito curto.
Uma variação desse exame é o PCR em tempo real. Que é ainda mais sensível e mais rápido, podendo gerar o resultado em até duas horas e meia, além de ser possível realizar através de uma amostra de líquido amniótico.
O diagnóstico é fundamental para se realizar um acompanhamento médico correto. Após o diagnóstico, deve-se tomar ações de prevenção, evitando assim, complicações para a gestante.
O IgM positivo aponta quando a mulher teve contato com o parasita recentemente. Normalmente em um prazo de 7 dias, já o lgG informa quando a paciente já tem a imunidade contra a doença pois já desenvolveu em alguma fase da vida a toxoplasmose.
Para os exames que dão o lgM positivo é necessário um acompanhamento, pois após um período de em média 1 mês, o lgM se tornará lgG positivo, constando imunidade para o resto da vida.
Tratamento para a toxoplasmose na gravidez
O tratamento para a toxoplasmose na gravidez é com antibióticos para reduzir a chance de contaminação do bebê.
Em alguns casos, o obstetra poderá achar pertinente a realização de um exame chamado cordocentese, que verifica se o bebê foi infectado. Realiza-se o exame através de uma amostra de sangue do cordão umbilical e só pode realizar após 18 semanas da gestação. Caso diagnosticado que o bebê contraiu a toxoplasmose na gravidez, o tratamento somente se iniciará após o nascimento.
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