agosto 5, 2021

Trombofilia: como isso afeta a gravidez?

Comitê Editorial IVI Salvador

Muita gente imagina que seja uma doença. Mas a trombofilia é uma condição que pode surgir como consequência da gravidez. É justamente por isso que todas as gestantes ou até mesmo aquelas mulheres que ainda estão pensando em engravidar, devem se atentar bastante ao pré-natal e aos exames de acompanhamento que devem realizar normalmente antes da tentativa de gestação. Isso porque a trombofilia pode interferir na gravidez. E pode trazer riscos à saúde tanto da mãe quanto do bebê.

O nome “trombofilia” é um termo médico que indica tendência à trombose. Condição que pode levar ao entupimento parcial ou total das veias. Na gestação, as chances de trombofilia são maiores, já que toda gestante experimenta um aumento da coagulação sanguínea.

Traduzindo: tudo que leva o sangue a circular mais devagar, ou, obstrui total ou parcialmente a circulação sanguínea.

“A trombofilia na gravidez pode levar a abortos precoces, morte fetal, restrição de crescimento intrauterino e prematuridade. Por isso reforçamos sempre a importância de não descuidar dos exames nos prazos certos e do acompanhamento do passo a passo”, explica a médica do IVI Salvador, Dra. Andréia Garcia.

Tipos de trombofilia e consequências para mães e bebês

Existem dois tipos de trombofilia. Uma é a trombofilia hereditária, quando a condição está ligada a fatores genéticos. Outra é quando essa condição é adquirida.

Neste caso, ela pode ser desencadeada por diversos fatores que aumentam a coagulação do sangue. Entre eles estão o uso de estrogênios, terapia de reposição hormonal, viagens aéreas prolongadas (por causa da pressão), cirurgias, imobilização e também a gravidez.

Quando a trombofilia é adquirida, o quadro mais comum é o da síndrome antifosfolípide, ligada à produção de um tipo de anticorpo que estimula a coagulação. Essa condição representa cerca de 60% dos casos.

Como dissemos acima, a trombofilia pode trazer uma série de agravamentos à gestação, com consequências graves para o bebê, como abortos precoces, morte fetal ou prematuridade.

Mas o problema também atinge as mães. Uma das complicações mais sérias é a embolia pulmonar, que ocorre quando as artérias do pulmão ficam obstruídas, podendo levar até à morte.

Em outros casos, as consequências para a mulher podem envolver aborto de primeiro trimestre ou início do segundo trimestre, óbito fetal, pré-eclâmpsia e eclampsia; restrição de crescimento fetal grave e até mesmo descolamento prematuro de placenta.

Entre os principais fatores de risco que podem predispor à trombofilia na gestação estão episódios anteriores de trombose, idade a partir de 35 anos, ter tido câncer, gravidez de gêmeos, pré-eclâmpsia, obesidade, presença de varizes em membros inferiores, paraplegia, anemia falciforme e doenças cardíacas.

Existe um tipo mais grave de trombofilia?

Ao contrário do que muita gente pensa, a hereditária não é a pior trombofilia. A síndrome antifosfolípide costuma ser mais agressiva do que os quadros ligados à genética.

O que pesa mais é o histórico pessoal e familiar da mulher. Se ela já teve um ou mais episódios de trombose, há grandes chances de que isso se repita durante a gestação.

Caso familiares mais próximos (pai, mãe, avós e irmãos) tenham histórico de infarto, AVC ou morte súbita antes dos 50 anos também vale investigar se há relação com a trombofilia.

Os sintomas da trombofilia

O que mais preocupa os médicos é que, em muitos casos, a trombofilia é uma condição assintomática. “Isso reforça a importância do autocuidado. Siga seu cronograma de consultas e exames. Se já está grávida, faça o pré-natal corretamente. Não ache que um deslize nesse período pode passar despercebido. As consequências podem ser muito sérias”, reforça Dra. Andreia.

Mesmo sendo, em alguns casos, assintomática; existem alguns sinais que podem servir de alerta para as mulheres. Inchaço e dor em uma das pernas, dificuldades para respirar e dor torácica. Como esses sinais podem ser facilmente confundidos com os de uma gestação normal ou até mesmo com outros problemas, o acompanhamento médico é fundamental.

Fatores que podem piorar o quadro

A gestação gemelar, por exemplo, aumenta o risco de trombofilia porque a mulher produz mais fatores de coagulação. A desidratação também pode agravar a situação porque diminui a velocidade de circulação sanguínea. Vale mencionar ainda o uso de drogas e o cigarro, assim como o excesso de peso, uma vez que a gordura aumenta os riscos de trombose. Por esse motivo, a gestante deve ficar ainda mais atenta à balança e praticar atividades físicas com regularidade. Quanto mais avançada a idade da mulher, maior é o risco de trombofilia.

Diagnóstico e tratamento da trombofilia

A avaliação da trombofilia inclui testes laboratoriais e a identificação dos fatores de risco. O tratamento deve se iniciar o mais precocemente possível, com a administração de anticoagulantes.

Além disso, devem ser tomadas precauções gerais, como o uso de meias elásticas de compressão graduada; as pernas devem estar elevadas tanto no parto quanto nas primeiras semanas do puerpério; e caso a gestante queira viajar de avião, não se recomenda trajetos longos, com mais de quatro horas.

Vale ressaltar que a trombofilia na gestação configura uma situação de alto risco, portanto, o acompanhamento médico no pré-natal é fundamental para a saúde da mãe e do bebê e deve ser feito de forma rigorosa.

Outros cuidados necessários para as grávidas

Se a mulher for viajar de avião, os exames do bebê têm de estar normais e, mesmo assim, os médicos só costumam liberar trajetos mais curtos. Nesse período, é importante que a grávida se mantenha bem hidratada e tente se alongar durante o voo.

No dia a dia, devem se tomar precauções gerais, como uso de meias elásticas, realização de atividade física e controle clínico e obstétrico regular.

De acordo com o histórico pessoal e familiar, e com os resultados dos exames de trombofilia, pode ser necessário uso de heparina e/ou ácido acetilsalicílico.

Se não for tratada, a síndrome antifosfolípide pode diminuir as chances de ter um filho vivo para 10%. Com o tratamento, essa taxa sobe para 85 a 90%.

Ainda assim, vale o alerta: mesmo com o tratamento a gestação de grávidas com trombofilia é sempre de alto risco. Por isso é preciso fazer um pré-natal rigoroso, acompanhando bem de perto tanto a saúde de ambos.

 

 

 

 

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