O vírus do papiloma humano – ou papiloma vírus humano – mais conhecido pela sigla HPV, é o nome de um grupo que engloba mais de cem diferentes tipos de vírus.
Ele pode provocar a formação de verrugas, pequenas ou não, na pele ou ainda em diversas regiões do corpo. As mais comuns são na região oral, podendo ser nos lábios, na boca ou até mesmo nas cordas vocais; na região anal, na genital ou ainda na região da uretra.
“Todo cuidado é pouco em relação ao HPV. As lesões que ocorrem nas regiões genitais podem representar um alto risco ao paciente, porque costumam ser precursoras de tumores malignos. Principalmente os associados a câncer de colo do útero e câncer do pênis”, explica Dra. Andreia Garcia, médica ginecologista do IVI Salvador.
O grande problema em relação ao HPV é que essas lesões podem ser tão pequenas, que só serão descobertas por exames específicos, quando investigadas. Há também a chance do vírus não desenvolver sintomas. O que dificulta ainda mais sua identificação.
O Vírus do Papiloma Humano pode ser eliminado espontaneamente do corpo, sem que a pessoa nem saiba que algum dia se infectou. Entretanto, uma vez feito esse diagnóstico, é necessário realizar o tratamento.
A depender do caso, o tratamento pode ser clínico, com o uso de medicamentos. Em outros casos, será cirúrgico. Neste último caso, pode-se utilizar técnicas como cauterização química, eletrocauterização, crioterapia, laser ou cirurgia convencional.
Como detectar o HPV
A anatomia dos órgãos sexuais masculinos tende a favorecer o diagnóstico mais “ao olho nu”. Mas, o homem pode ter lesão no canal uretral não visíveis externamente. Já no caso das mulheres, o problema requer uma análise mais aguçada, já que as lesões podem se espalhar por toda a região genital, chegando ao colo do útero.
O diagnóstico, para as mulheres, acontece através de exames, como o Papanicolau, que é um exame de rotina para controle ginecológico. Por isso a importância de se manter atenta a cada sinal, mas também de não se esquecer de regularmente realizar consulta e acompanhamento com médicos especialistas.
Ainda sobre as mulheres, em alguns casos mais severos são necessários exames mais sofisticados para determinar efetivamente o diagnóstico.
Como ocorre a transmissão do Vírus do Papiloma Humano
O vírus do papiloma humano é transmitido principalmente por via sexual. Entretanto, existe a chance de acontecer através da chamada “transmissão vertical”, que é quando a mãe gestante pode passar para o feto.
Outras formas de transmissão são através da saliva, de infecção por perfuração ou algum corte com objetos que porventura estejam contaminados com o vírus; ou ainda, por autoinfecção.
Como evitar se contaminar com o Vírus do Papiloma Humano
A recomendação mais frequente e básica para evitar a contaminação pelo HPV é o uso de preservativo durante as relações sexuais. Os médicos ressaltam a importância dessa medida, tendo em vista que ela auxilia não apenas na prevenção do HPV, mas de uma série de outras infecções sexualmente transmissíveis, as ISTs.
Fundamental lembrar que tanto o Vírus do Papiloma Humano quanto outras Infecções Sexualmente Transmissíveis podem atrapalhar, e muito, a vida de casais que pretendem ter filhos. Essas doenças podem vir a ser causas de infertilidade para homens e mulheres.
O sexo oral também é transmissor do vírus. Os especialistas alertam que uma vida sexual mais intensa, com múltiplos parceiros, aumenta ainda mais a chance de contaminação, caso não usem preservativo.
E, se você testou positivo para o Vírus do Papiloma Humano, a orientação é que informe ao seu parceiro ou parceira, pois provavelmente essa pessoa também testará positivo. O tratamento deve ser feito por ambos, nesse caso.
Gravidez e o vírus do papiloma humano
Uma das perguntas mais comuns nos consultórios médicos é sobre a viabilidade da gravidez para pacientes que tenham HPV. É sim possível engravidar após ter o vírus do papiloma humano. Mas, alguns cuidados e orientações são necessários.
O ideal é que antes de engravidar – seja por via natural ou por tratamentos de reprodução assistida – primeiro sejam tratadas as verrugas e lesões provocadas pelo HPV.
Vale sempre ressaltar que existe a possibilidade de transmissão do vírus da mãe para o feto. Por esse motivo, deve-se avaliar quanto a possibilidade de via de parto normal ou cesárea.
Vacina para combater o HPV
Uma aliada no combate ao vírus do papiloma humano é a vacina contra o HPV. Ela é disponibilizada gratuitamente no Brasil pelo Ministério da Saúde e faz parte do calendário de vacinação.
Destina-se a vacina a meninas de nove a quatorze anos. E também a meninos de onze a quatorze. Isso porque são faixas etárias de quem, de forma geral, ainda não começou a vida sexual. A vacina para o HPV tem duas doses. A segunda dose acontece seis meses após a primeira.
A preferência pelas crianças e adolescentes é para tentar reduzir o número de novos casos quando essas pessoas atingirem a idade adulta. Como a população adulta já tem um grande número de casos ativos de HPV, a vacina direcionada a esse outro público poderia não surtir tanto efeito.
Pessoas transplantadas, que estejam entre os 9 e os 26 anos, com acompanhamento médico e as pessoas que vivem com HIV também podem tomar gratuitamente a vacina. Nesses casos específicos, serão três doses da vacinação.
É bom frisar que a vacina previne contra os quatro tipos principais do vírus. Dois relacionados ao surgimento de verrugas genitais e anais e outros dois muito associados ao maior risco de provocar câncer de colo de útero; mas não protege contra todos os tipos do vírus.
A vacina é para quem eventualmente já se infectou pelo vírus em algum momento da vida e já se tratou. Nesse caso, ela poderá prevenir contra outros tipos com os quais aquele paciente ainda não tenha tido contato.
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