A chegada de uma criança para a família é bastante simbólica e promove as mais diversas histórias e emoções. Desde a descoberta de uma gestação não programada até a de um acompanhamento planejado e mais atencioso. No entanto, vivenciar o período gestacional nem sempre é uma possibilidade muito fácil para alguns casais. A fertilização in vitro é o tratamento que pode realizar o sonho dos casais que não gestam naturalmente.
Isso se levarmos em conta os diversos casos associados à perda da fertilidade ou, principalmente, a infertilidade. Ela pode ser verificada tanto em homens quanto em mulheres. As causas que promovem essa infertilidade são diversas e podem estar associadas tanto a doenças quanto ao estilo de vida. É importante estar atento à saúde e procurar especialistas sempre que algo chamar atenção.
Por conta da descoberta ou desconfiança de infertilidade, muitos casais com dificuldade de conceber um filho buscam tratamentos. Utilizar técnicas de reprodução assistida tem sido alternativa cada dia mais comum para a realização desse sonho.
O avanço tecnológico na medicina reprodutiva tem garantido que muitos desses casais tenham sucesso nessa busca pela maternidade/paternidade. A fertilização in vitro, também conhecida como “FIV”, é um dos tratamentos mais indicados. O procedimento consiste em realizar a fecundação do óvulo com o espermatozoide no laboratório.
Estilo de vida e Fertilização in Vitro
O procedimento in vitro requer o cultivo em laboratório, para que aconteça o acompanhamento do desenvolvimento embrionário, a seleção do embrião para transferência ao útero materno e posterior gestação.
Alguns cuidados são primordiais para que o procedimento tenha sucesso. Questões como ingestão de álcool, cigarro e outras drogas, além dos cuidados com a alimentação, devem ser seguidos.
O ideal é que seja seguida uma dieta rica em nutrientes e suplementação de ácido fólico (vitamina B9). Outra questão apontada por especialistas, também deve ser motivo de atenção antes de realizar o tratamento. Está relacionada a possíveis patologias que possam prejudicar uma futura gravidez, sendo elas hereditárias ou crônicas.
Atualmente, a fertilização in vitro é uma das técnicas da medicina reprodutiva que mais tem possibilitado a gravidez. Mulheres que encontram dificuldades e que já passaram dos 35 anos e homens que apresentam algum problema recorrem ao tratamento.
O passo a passo da Fertilização In Vitro
Para começar o tratamento é feita inicialmente a coleta dos gametas sexuais dos pais ou doadores. Nos homens, os espermatozoides são obtidos através da masturbação. Em alguns casos, ocorre por meio de punção ou biopsia, quando o sêmen não apresenta os gametas. Nesse caso é necessário retirá-los diretamente dos testículos.
Já as mulheres são submetidas à estimulação ovariana, a partir do uso de medicamentos, para maior produção de óvulos. Geralmente o método é realizado com a aplicação de injeções subcutâneas, mas há também a possibilidade do uso oral.
Quando não há mais produção de gametas em homens ou em mulheres, recomenda-se o uso de gametas doados.
Sempre existe o risco de que nem todos os óvulos fecundados sejam bons para a implantação no útero. Para estimular essa produção, são administrados medicamentos. E acontece acompanhamento através de ultrassom e medição de dosagens hormonais durante um período de aproximadamente 10 a 12 dias.
Durante esse processo é observado o desenvolvimento dos folículos (cápsulas que protegem e guardam os óvulos até o momento da ovulação). Depois, quando a ultrassonografia comprova que os folículos alcançaram a dimensão certa, e um número de óvulos está disponível, vem a fase da punção e manipulação no laboratório.
A punção folicular acontece por volta de 36 horas depois da injeção de hormônio hCG. Ele induz a maturação ovariana de forma idêntica ao ciclo natural. O procedimento é rápido, dura em torno de 20 minutos. Mas é feito em centro cirúrgico, sob sedação, para promover mais conforto à paciente.
A reta final do procedimento
Após a obtenção dos óvulos e preparação dos espermatozoides; é realizada a fecundação dos óvulos no laboratório. Esse processo pode ser feito através da FIV convencional, com colocação dos óvulos na placa de cultivo, rodeados por espermatozoides. Pode ainda ser realizado através da ICSI (Injeção Intracitoplamástica de espermatozoides) que é introdução do espermatozoide dentro do óvulo.
Apesar de a fecundação ser feita no laboratório, o processo se assemelha ao que ocorre dentro do útero. O período de cultivo embrionário é observado quase diariamente.
Na sequência do tratamento, acontece a transferência embrionária, que introduz os melhores embriões no interior do útero. O procedimento é realizado em ambulatório e é um rápido e indolor. Após a transferência, pode ocorrer o congelamento dos embriões caso tenham excedentes, de boa qualidade e viabilidade.
Eles são preservados caso seja necessário um ciclo futuro de tratamento, sem a necessidade de uma nova estimulação ovariana. A estimativa para a comprovação do sucesso pode ter uma duração média de 25 dias, contados a partir da estimulação.
Geralmente as taxas de sucesso da FIV estão relacionadas à idade do óvulo utilizado no procedimento. Os óvulos das mulheres com menos de 35 anos chegam a ter 60% de chances. Com o avançar da idade as taxas tendem a baixar gradativamente. Após os 40 anos, as chances podem diminuir para 8%.
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