A Istmocele, também denominada nicho uterino ou divertículo uterino, é uma alteração no útero, que preocupa muitas mulheres. Ela pode gerar alguns sintomas e provocar dificuldade para engravidar, e deve ser investigada.
O problema é um defeito na parede anterior do miométrio, que é a camada muscular do útero, na sua porção mais baixa, na transição entre o corpo e o colo do útero, chamada istmo.
Acredita-se que ela se desenvolva devido a uma cicatrização anormal ou incompleta, após uma incisão realizada neste local, normalmente incisão realizada em um parto cesárea (histerotomia).
A Istmocele pode apresentar diferentes extensões, que variam entre os graus um, dois e três; e sua incidência vem crescendo significativamente, principalmente pelo fato de a técnica de parto cesárea ter sido mais adotado nos últimos anos.
A alteração deve sempre ser avaliada por um especialista, caso provoque sintomas ou haja desejo reprodutivo. “É preciso avaliar a extensão da Istmocele para entender qual a melhor condução. Lembrando que cada caso é individual e deve ser analisado de forma isolada, considerando as características de cada paciente”, conta Dra. Isa Rocha, médica do IVI Salvador.
Causas e sintomas da Istmocele uterina
Embora o gatilho principal que leva ao desenvolvimento da alteração seja a cicatrização anormal de uma incisão no útero (de modo comum a cesárea), a causa que provoca essa cicatrização anormal ainda é desconhecida.
A formação da cicatriz fibrosa resulta em uma falha de musculatura uterina na parede anterior do útero e isso leva ao problema que conhecemos como istmocele.
Na maioria dos casos, o problema não causa sintomas.
No entanto, quando presentes, os principais são sangramento uterino anormal, sangramento pós menstrual ou escapes, desconforto durante a relação sexual, dor pélvica crônica e infertilidade secundária.
“Muitos sintomas se confundem aos de outras doenças uterinas, então é fundamental que a mulher esteja alerta à sua saúde e às alterações. Caso já tenha sido mãe, e realizado parto cesáreo, é importante investigar. Nem toda mulher que realiza esse tipo de parto será acometida pelo problema, é importante frisar”, conta a médica.
O que ocorre é que, neste local, da falha da musculatura uterina, pode ocorrer o acúmulo de muco e sangue. Isso leva a inflamação local, que predispõe aos sintomas e pode causar dor.
Istmocele uterina, infertilidade e gravidez
A istmocele uterina pode causar infertilidade secundária. A mulher, mesmo tendo já engravidado e sido mãe, pode sofrer com a alteração no útero e a inflamação local impedir uma nova gestação.
Em alguns casos, ela pode conseguir engravidar, mas pode aumentar o risco de desenvolvimento de diversas complicações obstétricas e ginecológicas, como placenta prévia (implantação da placenta na porção inferior do útero), placenta acreta (infiltração da placenta no miométrio), rotura uterina, ou ainda a gestação ectópica na região da cicatriz.
As consequências da istmocele não se limitam à infertilidade e/ou riscos aumentados na gestação. Ela também aumenta o risco de complicações em procedimentos ginecológicos endometriais, como a inserção de DIU, dilatação do colo, curetagem, entre outros.
Como diagnosticar a istmocele uterina
Os sintomas que listamos podem levar à suspeita, mas o diagnóstico da istmocele é feito a partir de exames de imagem.
Um médico especialista pode solicitar ultrassom transvaginal, ressonância magnética da pelve, histeroscopia e histerossonografia até confirmar com clareza que se trata de um quadro de istmocele uterina.
Cada um desses exames pode fornecer informações complementares para o diagnóstico adequado. Portanto, pode ser necessário realizar até todos eles.
Como tratar a istmocele uterina
O tratamento da istmocele é dividido em conservador, medicamentoso e cirúrgico. A escolha do tipo de tratamento vai variar de acordo com as particularidades de cada mulher.
No conservador, o médico vai realizar apenas o acompanhamento e monitorar se sintomas surgem, se afetam a qualidade de vida da mulher etc. Este é a conduta de escolha para as mulheres que não têm sintomas e não desejam engravidar.
Vale ressaltar que, neste caso, a paciente não deve descuidar de sua saúde e precisa manter uma disciplina na rotina de consultas e revisões com ginecologista. Se surgirem os sintomas, o especialista pode mudar a conduta proposta.
O tratamento medicamentoso é realizado com o uso de anticoncepcionais. É uma opção para mulheres com sangramento irregular e sem desejo reprodutivo. Ele controla o sangramento e as cólicas, mas não elimina a istmocele.
Já o tratamento cirúrgico é, normalmente, a escolha para mulheres que já têm sintomas e querem ser mães. É recomendado quando os riscos obstétricos sejam maiores que os riscos da cirurgia.
Com o procedimento cirúrgico, o médico vai ressecar a área da cicatrização inadequada e realizar a sua reconstrução. Pode ser feito através da histeroscopia cirúrgica, videolaparoscópica ou robótica.
Istmocele uterina e a reprodução assistida
Depois de tratar, de acordo com a conduta do especialista, a mulher que pretender ser mãe, pode, seguindo orientações e prazos, voltar às tentativas. Caso a infertilidade persiga, a paciente pode recorrer à medicina reprodutiva para buscar apoio.
“São inúmeras as possibilidades que a medicina reprodutiva oferece hoje, para que essa mulher não desista de realizar seu sonho”, reforça a médica.
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