Priorizar a estabilidade econômica e satisfação profissional é como aprendemos a viver atualmente. Com melhor saúde e qualidade de vida, hoje em dia ter 40 anos não tem o mesmo peso que ter esta mesma idade em gerações anteriores. Encontrar o par ideal também não é algo tão simples e normalmente não acontece cedo. Ou seja, são muitos os fatores que podem levar as mulheres a chegarem no momento de ser mãe aos 40.
Ser algo cada vez mais frequente pode dar a sensação que é possível ter filhos aos 40 sem problemas. Porém ficam conhecidos os casos de mulheres que conseguem engravidar naturalmente tarde, mas não aquelas que em silêncio sofrem a dor de não realizar seu sonho sem a ajuda da ciência. As chances de engravidar aos 40 naturalmente estão em torno a 8%.
Os riscos de aborto e de gerar um bebê com alterações cromossômicas como a Síndrome de Down são maiores na medida em que a idade da mulher avança. Por isso, é importante que a partir dos 30 anos a mulher faça um acompanhamento ginecológico da sua fertilidade e, caso pretenda adiar a gravidez para depois dos 38 anos, é recomendável considerar a possibilidade de congelar óvulos para aumentar as chances de gravidez e reduzir os riscos associados à maternidade tardia.
Confira na seleção de perguntas e respostas dos especialistas do grupo IVI alguns pontos importantes na hora de planejar a gravidez.
É possível ser mãe após os 40?
Sim, porém a possibilidade de precisar de ajuda especializada é grande. 40% das pacientes de reprodução humana das clínicas IVI em 2015 foram com mulheres acima dos 40 anos, que provavelmente não teriam enfrentado problemas para engravidar se fossem mais jovens. Ou seja, o fator da infertilidade é o envelhecimento dos óvulos.
O envelhecimento ovariano não está relacionado com o restante da forma física e aparência como muitos acreditam. Graças aos tratamentos disponíveis, também é possível que a maioria destas mulheres consigam seu objetivo quando acompanhadas por um especialista, porém o tratamento é mais difícil e existe o risco de precisar de óvulos doados.
Qual o risco de engravidar aos 40?
O principal risco são as alterações cromossômicas no desenvolvimento do feto. Um risco que começa a aumentar a partir dos 35 anos, porém se acentua aos 40. Pela mesma razão, o risco de aborto é mais elevado para gestantes com idade avançada.
Aos 40 existe a possibilidade da gestação não evoluir conforme esperado e por isso, a gravidez é considerada de risco. Para reduzir os riscos associados às alterações cromossômicas, os tratamentos de Fertilização in Vitro podem ser acompanhados de um diagnóstico genético pré-implantacional, que é o estudo genético do embrião antes de sua transferência ao útero materno, para certificar-se da saúde do futuro feto e aumentar as chances de sucesso do tratamento. Outra opção é contar com óvulos congelados anteriormente, onde o risco de alterações será o mesmo da idade de congelamento e não da idade atual da futura mãe.
É comum precisar de óvulos doados nesta idade?
Pode acontecer que durante o tratamento de reprodução humana, em virtude do envelhecimento ovariano, nos deparamos com uma quantidade de óvulos insuficiente ou nula para obter a gestação. Quando isso acontece é preciso contar com óvulos doados para gerar o embrião. Os tratamentos de ovodoação costumam ter taxas mais elevadas de gravidez.
Quais as vantagens da maternidade tardia?
A estabilidade emocional e econômica costumam ser os fatores mais favoráveis da maternidade tardia. Porém, quando existe o desejo de ser mãe, ser jovem ou madura não será um obstáculo, levando em consideração que não se recomendam tratamentos após a idade limite de 50 anos.
Conselhos para engravidar após os 40
– Avaliar a saúde de forma completa, não apenas do ponto de vista ginecológico. Hipertensão, por exemplo também é um risco associado à maternidade tardia.
– Quando iniciar as tentativas de engravidar naturalmente, não espere mais de 6 meses para procurar um especialista em fertilidade nesta idade, pois a redução de chances de gravidez acontece rapidamente aos 40.
– Caso precise de um tratamento de reprodução assistida, é recomendável incluir o diagnóstico genético pré-implantacional (PGS), pelos riscos de alterações cromossômicas e aborto comentados anteriormente.
– Caso não seja possível engravidar com óvulos próprios, existe a possibilidade de conseguir engravidar através da doação de óvulos, onde as chances de gestação serão maiores.
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