A transferência de embriões é uma das etapas mais aguardadas por mulheres e casais que sonham com a gravidez. Esse é um dos momentos do procedimento da Fertilização In Vitro (FIV), o mais comum hoje em dia – normalmente o que oferece maiores taxas de sucesso – para o tratamento de infertilidade.
É o mais aguardado, pois a transferência de embriões é o passo final desta trajetória que pacientes percorrem em busca da realização de seus sonhos. E quando é feita a transferência, algumas dúvidas costumam surgir, o que é completamente normal, devido à apreensão que essas mulheres sentem após tudo o que já passaram até ali.
Tendo em vista que muitas mulheres postergam suas gestações, hoje, pelo trabalho e crescimento na carreira, uma das dúvidas mais comuns termina sendo: posso viajar após a transferência de embriões?
Como em tudo o que envolve saúde, existem vários mitos a respeito do que pode ou não ser realizado e quais as precauções após a transferência de embriões.
A transferência de embriões e as viagens
Se você está grávida ou está tentando uma gravidez e está pensando em viajar de avião, ou se está fazendo tratamento de infertilidade, o voo não é prejudicial para você ou seu bebê. Caso você tenha feito a transferência de embriões há pouco tempo também, não há evidências que viagens aéreas possam atrapalhar sua implantação. Alguns médicos preferem que a paciente aguarde pelo menos 24 horas antes de viajar, por precaução.
A exceção é se você está grávida/tentando engravidar/ou acabou de transferir embriões e é membro de uma tripulação de voo ou voa com frequência como parte de seu trabalho. Nesses casos, você deve buscar conselhos adicionais com seu especialista. Aviões pequenos, que não têm cabine pressurizada devem ser evitados.
Para outras viagens, em via marítima ou terrestre, também não há problemas, a menos que se trate de uma viagem muito longa. Nesses casos, é interessante conversar com seu médico e ver a orientação que seja mais adequada para aquele momento.
Como funciona a transferência de embriões
A transferência embrionária é a última etapa de um tratamento de FIV. Tudo começa com a estimulação ovariana, por meio de medicamentos hormonais. Na sequência, os especialistas realizam a captação dos óvulos da mulher, enquanto sincronizam com o parceiro para captar o seu sêmen (ou receber material de um banco de sêmen).
O passo seguinte ocorre dentro do laboratório de da clinica de reprodução humana quando se realiza a fecundação para formação de embriões. Com a tecnologia e o avanço da medicina reprodutiva, já é possível, através de um Teste Genético Pré implantacional, identificar os melhores embriões, que são selecionados para, no momento correto, serem transferidos para o útero da paciente.
A transferência é um procedimento indolor e tranquilo, que costuma durar cerca de 15 a 20 minutos. Logo depois, a mulher é liberada. O objetivo desse procedimento é inserir os embriões de forma eficiente na cavidade uterina, sendo necessário o preparo do endométrio para a sua realização.
12 dias depois da transferência, é realizado o exame de sangue (beta-hcg), que vai confirmar a tão sonhada gravidez.
O que pode e o que não pode após a transferência de embriões?
Moderação é uma palavra que pode definir esse momento. Existem muitos mitos em relação ao que a mulher pode ou não fazer após a transferência de embriões. De modo geral, a paciente não deve exagerar em alguns pontos.
Por exemplo: exercícios físicos. Essa questão depende muito de cada paciente. Em geral, se os exercícios físicos já forem parte da sua rotina, ou caso sejam iniciados nessa fase e forem de leve intensidade, como yoga, alongamentos, hidroginástica, podem ser realizados sem nenhum problema. É importante antes conversar com o seu médico, pois cada organismo pode reagir de um jeito diferente.
Sobre o repouso após o processo, não há nenhuma comprovação científica de que o descanso auxilie de alguma forma no processo de implantação do embrião. Esse é um dos maiores mitos após a transferência de embriões. Assim como numa gestação natural, não existe nenhuma maneira dos embriões se deslocarem, pois eles ficam aderidos ao endométrio da mulher.
O descanso pode oferecer benefícios emocionais, no sentido de trazer conforto e segurança após o procedimento, no entanto, não interfere nas chances de sucesso. Alguns especialistas ainda alertam, inclusive, que o repouso em excesso pode ser até prejudicial para a paciente, pois pode provocar, de maneira desnecessária, sentimentos de ansiedade e angústia.
Voltar ao trabalho, exercer outras atividades no dia do procedimento, como fazer compras, não representa um problema. “Nada que seja diferente do que aquela mulher já fazia antes da transferência, vai causar um problema ao procedimento ou reduzir as chances de sucesso da FIV. Isso tudo é mito. O ideal é que a paciente esteja bem consigo mesma, se sentindo tranquila e com a mente equilibrada”, explica a Dra. Andreia Garcia, médica do IVI Salvador.
Alimentação e a transferência de embriões
É extremamente importante manter uma dieta saudável não apenas no dia da transferência de embriões e imediatamente após ela acontecer, mas durante todo o processo. Na verdade, os profissionais recomendam um estilo de vida e a alimentação mais equilibrados; o que, de modo geral, são fatores essenciais para alcançar o tão sonhado positivo.
O que se deve evitar, é o consumo de bebidas alcoólicas no dia da transferência de embriões.
Outras dúvidas comuns em relação à transferência de embriões
Sobre a vida sexual do casal, não há restrições. O recomendado é que a vida sexual siga normalmente, sem nenhum impedimento. A prática de atividade sexual não traz nenhum risco para o sucesso do procedimento.
Uma dúvida bastante comum de pacientes após a FIV é sobre a utilização de produtos químicos nos cabelos, principalmente nas primeiras 12 semanas. O ideal é não utilizar. Após esse período é recomendável ver a orientação do obstetra que faz seu seguimento.
É importante, ainda, mencionar ao médico quais medicamentos você utiliza antes do procedimento para que possam ser ajustadas. Se houver necessidade de alguma medicação após transferir, as recomendações são as mesmas dadas para as gestantes: pergunte antes de utilizar.
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