A preservação da fertilidade nunca foi tão falada. Principalmente depois da pandemia do novo coronavírus. Pois, o tic-tac do relógio biológico da mulher já começa desde o seu nascimento. Mas, ela pode se programar para conseguir realizar todos os seus sonhos.
As meninas nascem com cerca de dois milhões de óvulos. Na adolescência, após a primeira menstruação, esse número reduz para mais ou menos 400 mil. Com o passar do tempo, a mulher vai perder em torno de 1000 óvulos a cada ciclo menstrual. Até que chega ao momento que nenhum deles tem qualidade.
Após os 35 anos, o impacto na queda da reserva ovariana já pode ser sentido. A qualidade e a quantidade dos óvulos vai caindo. Comparativamente, temos, aos 35 anos, um risco de aborto de 25%, sendo este risco, aos 30 anos, de 15%, e, aos 40 anos, de 51%.
O ritmo desta perda de óvulos durante o amadurecimento da mulher não é afetado pelas pílulas anticoncepcionais, gestações, suplementos nutricionais, estilo de vida ou aparência.
E o que mais preocupa com o passar dos anos são as alterações genéticas, como Síndrome de Down e o risco de aborto, que crescem à medida que a mulher envelhece.
Com a independência feminina e o ritmo da vida moderna, as mulheres estão cada vez mais postergando a maternidade. Para isso, existe a preservação da fertilidade. O que faz com que a mulher engravide mais tarde e de maneira programada, sem grandes prejuízos.
A preservação social da fertilidade
O termo preservação social da fertilidade tem origem nas transformações pelas quais o papel da mulher na sociedade tem passado pelo ponto de vista social. A mulher tem conquistado cada vez mais espaço e, consequentemente, está adiando o momento da gravidez.
A mulher de antigamente, tinha um papel bastante restrito. A trajetória de vida feminina seguia um curso pré-definido pela sociedade, o que incluía casar jovem, engravidar e viver exclusivamente em prol do marido e dos filhos.
Antigamente as mulheres não estavam inseridas no mercado de trabalho…
Basicamente elas estavam destinadas a procriar e cuidar das tarefas domésticas. Com o passar dos anos, elas foram ganhando espaço e mostrando a que vieram. Assim, a mulher passou a sair casa, e conquistou o mercado de trabalho. Passou a colocar o mesmo foco que os homens na carreira profissional, e na sua independência financeira e emocional.
Hoje, vemos um contexto muito diferente. Um cenário de múltiplas escolhas, onde a mulher pode protagonizar a sua história e decidir se quer ou não formar uma família. Inúmeros fatores podem levar a mulher moderna a protelar a gravidez: conquistas no mercado de trabalho; estudo; escolhas pessoais; diversidade de relacionamentos e de vida social.
Incluímos também nessa lista, a dificuldade em firmar uma relação no contexto atual. Contudo, grande parte das mulheres ainda nutre o sonho de ser mãe, e a busca por essa realização pode começar tarde, quando a fertilidade feminina já está em declínio. Protelar a maternidade, requer pensar também, que a nossa fertilidade vai sendo reduzida com o tempo.
Nessa nova realidade, a mulher pode optar por preservar a sua fertilidade para ter filhos mais tarde. Com o aumento de gestações tardias, e casos de infertilidade feminina em decorrência da idade, a medicina reprodutiva precisou pensar na importância da preservação social da fertilidade.
Isso permite que a mulher tenha uma margem de tempo maior para realizar seus objetivos pessoais e profissionais antes de se tornar mãe. Através do congelamento de óvulos por vitrificação, técnica que preserva a integridade dos gametas por tempo indeterminado, a mulher pode ter filhos a partir de seu próprio material biológico com uma idade mais avançada.
A reserva ovariana e porquê preservar a fertilidade
Você sabe qual é a sua reserva ovariana?
É importante ressaltar que o envelhecimento dos ovários segue um ritmo totalmente desconexo do envelhecimento do restante do corpo da mulher. Algumas mulheres se mantêm férteis aos quarenta anos, outras podem perder sua fertilidade aos vinte. E algumas mulheres precisam ainda enfrentar doenças inesperadas.
O termo preservação da fertilidade significa guardar os gametas (óvulos e espermatozoides – no caso dos homens) congelados para uso futuro. O tratamento para o câncer que salva vidas, pode destruir completamente as chances de se ter um filho. Além disso, toda mulher deve ter consciência de seu relógio biológico ovariano.
As técnicas de preservação da fertilidade na mulher podem ser propostas de acordo com os mais diversos cenários. Pacientes que apresentam doenças como câncer de mama, linfomas, leucemias, e que serão submetidas a tratamentos tóxicos para os ovários (quimioterapia, radioterapia, cirurgias).
Mulheres que já apresentam diminuição da reserva ovariana e que serão submetidas a procedimento cirúrgico com risco de perda da função ovariana (cirurgias para retirada de endometriomas ou cistos ovarianos). Ou por optar por uma preservação social da fertilidade. Quando a mulher quer preservar seus óvulos para uso posterior, devido a um projeto de maternidade tardia.
Como fazer o tratamento de preservação da fertilidade?
“A preservação da fertilidade, de forma geral, pode ser feita por qualquer mulher que deseje ou precise adiar a maternidade. O médico especialista em medicina reprodutiva vai orientar e dar assistência em todo o tratamento, de acordo com cada caso”, explica Dra. Andreia Garcia, médica do IVI Salvador.
O congelamento é feito pela técnica de vitrificação, uma forma de congelamento ultrarrápido. Ela permite a preservação de células a temperaturas baixíssimas, afetando o mínimo possível a estrutura e a função dos óvulos. Quando a mulher decide que é hora de ser mãe, o processo tem continuidade através de outra técnica da reprodução assistida: a fertilização in vitro.
Se essa foi a opção para preservar a fertilidade, todas as demais etapas ainda são realizadas. Coleta e preparação seminal, fertilização e cultivo embrionário, além da transferência embrionária para o útero. Caso os embriões tenham sido congelados, basta fazer o descongelamento e transferi-los para o ambiente uterino.
É fundamental realizar o preparo endometrial com medicamentos hormonais a fim de tornar o útero receptivo para o momento da implantação do embrião. Não há um tempo limite para manter os gametas ou embriões congelados.
Para mais informações sobre a preservação da fertilidade, baixe nosso guia gratuito aqui. Nele você encontra todas as informações necessárias para retardar sua gravidez e ser mãe quando desejar.
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