É indicado fazer sexo na gravidez? Alcançar a tão sonhada maternidade é uma missão para muitos casais. Mas após a concepção a mulher fica com medo de manter as relações sexuais. O que é normal. Mas sim, o sexo na gravidez é permitido, normalmente.
Vale lembrar que o sexo é permitido de forma geral, mas existem alguns casos em que há contraindicação por parte do médico obstetra. Ou ainda em casos onde a mulher não se sinta confortável para ter relações sexuais.
Um medo muito comum entre os casais ao fazerem sexo na gravidez é o pênis causar algum ferimento ao bebê. No entanto, não existe esse perigo: o colo do útero tem um tecido bastante rígido, com até 5 centímetros de espessura, que impossibilitaria o contato do pênis com o bebê. Além disso, o feto está envolvido também pelo líquido amniótico, que o protege de choques mecânicos.
É importante saber que o contato íntimo não machuca o bebê. Isso acalma muitos casais. O bebê está seguro e protegido, dentro do útero. E mesmo que ele se movimente durante o ato, esses movimentos estão muito mais ligados aos fatores hormonais do que à relação sexual em si.
“Essa dúvida é bastante comum por parte dos casais que estão esperando um bebê. Como sempre dizemos, cada caso é um caso. Normalmente o sexo na gravidez não acarreta nenhum tipo de problema. Mas é importante conversar com os médicos que estão acompanhando aquela gestação. Entender se ela tem alguma particularidade. E mesmo que não tenha, é importante que exista um diálogo entre o casal. A mulher tem nesse período uma alteração hormonal muito forte e isso mexe bastante com o humor e as sensações dela”, pontua a Dra. Isa Rocha, médica ginecologista do IVI Salvador.
Benefícios do sexo na gravidez
Alguns especialistas acreditam que a prática do sexo na gravidez pode auxiliar a mulher na hora do parto natural. Isso porque a prática sexual exercita os músculos vaginais, que são demandados na hora do parto.
O sexo também traz benefícios aos casais que fizeram tratamentos para engravidar. Depois daquele período mais tenso, onde a preocupação sobre o sucesso do tratamento e a confirmação da gestação ocupam a mente do casal, o momento do sexo servirá para relaxar. Agora sem pressões, os momentos servirão para desfrutar de bons momentos de intimidade e aproximação. Esses momentos ajudam a unir ainda mais o casal, que se prepara para uma nova etapa de suas vidas.
Um grande benefício também é para o bebê: durante o sexo, a mulher libera hormônios como endorfinas, que atravessam a placenta e chegam ao bebê, causando uma sensação de relaxamento, tranquilidade, bem-estar e conforto.
Durante a gravidez, a libido da mulher pode mudar. Por causa das alterações hormonais e por uma série de preocupações, a vontade de fazer sexo pode ser menor no primeiro trimestre. Fatores como a ansiedade, enjoos, cansaço e mal-estar podem pesar. Isso redobra a necessidade de um maior diálogo entre ambos. De modo que o homem se mostre ainda mais parceiro da mulher.
É mais normal que as mulheres procurem mais o sexo durante a gestação no segundo trimestre. Nesse período, as náuseas já tendem a diminuir e ela teve tempo de se adaptar à nova fase. Aos poucos a libido vai voltando ao nível normal.
No último trimestre, é possível que a vontade de manter relações sexuais volte a cair por causa da ansiedade pelo nascimento do bebê, que se aproxima. E também pelo peso da barriga e inchaço do corpo.
Quando não fazer sexo na gravidez
Se você estiver passando por complicações durante a gestação, o médico provavelmente vai recomendar que você não mantenha relações sexuais nesse período. Existem algumas situações mais comuns que se aplicam.
Recomenda-se evitar relações sexuais e manter-se em repouso quando a mulher tem sangramento e/ou sente contrações antes do tempo. A prática sexual pode estimular ainda mais essas contrações.
Já no caso da placenta prévia, além do sexo, também não é recomendada nenhuma prática de atividade física, devido ao risco iminente de parto prematuro e sangramento.
Existe situações – mesmo considerando que a mulher já está grávida – em que os médicos recomendam e alertam para o uso do preservativo, porque o sêmen pode estimular, em algumas mulheres, contrações uterinas; o que pode se tornar um risco.
Mitos e verdades
Como o assunto é muito discutido, surgem dúvidas e perguntas de todos os lados; e com tudo isso, muitos mitos e verdades.
Uma verdade sobre o sexo na gravidez, é que ela facilita o orgasmo feminino. A explicação é bem simples. Durante a gravidez, a lubrificação da vagina aumenta, assim como o volume de sangue irrigado para a região. Isso faz com que o corpo fique mais sensível à excitação sexual.
Já um mito sobre o assunto: o de que o sexo na gravidez induz ao trabalho de parto. Embora o sêmen contenha substâncias que favorecem a dilatação do colo do útero – e por isso dissemos acima que alguns médicos recomendam uso do preservativo em relações sexuais na gravidez – nunca se provou cientificamente a eficiência do ato sexual enquanto indutor do parto.
Outro mito, talvez o mais falado de todos! É aquele que diz que o parto normal altera o canal vaginal e compromete as relações. O parto normal não “estraga” o canal vaginal. Trata-se de uma estrutura elástica que tem total capacidade de regeneração posteriormente. Exercícios podem auxiliar na recomposição do tônus vaginal após o parto inclusive.
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