O tabagismo interfere na gravidez e isso é fato. Vamos mostrar quais as implicações antes e durante a gestação, para pessoas que costumam fumar.
Quando se fala em gravidez e tabagismo sabemos que é a pior combinação possível! Esse hábito não é uma boa ideia, já que pode prejudicar não apenas a saúde da mãe, mas também a do bebê. E causar sérios riscos também no futuro…
Durante a gravidez, a mulher deve suspender o uso do cigarro e também evitar locais em que outras pessoas estejam fumando.
Diferente do fumante passivo (que inala indiretamente a fumaça do cigarro), o feto é exposto também a todas as alterações provocadas no metabolismo do corpo da mãe que é fumante.
O fumo do cigarro é constituído por uma mistura complexa. Dezenas de substâncias químicas fazem parte da sua composição. E todas são consideradas cancerígenas para o ser humano.
No caso da gravidez, elas são capazes de provocar alterações na placenta e na circulação materno-fetal (trombose, entre outros).
Na prática, quais os prejuízos do tabagismo durante a gravidez?
Afinal, o que o tabagismo pode provocar no bebê e na gestante? A mulher grávida que fuma, aumenta o risco de apresentar placenta prévia. Que é quando a placenta se implanta na parte inferior do útero, cobrindo parcial ou totalmente o colo do útero, descolamento de placenta e hemorragias uterinas.
As porcentagens para aborto, parto prematuro e morte perinatal são: 70% de chance de aborto espontâneo; 40% de chance de ter parto prematuro; e 30% de chance de o bebê apresentar morte perinatal. Além disso, o bebê pode apresentar redução do calibre de suas vias aéreas. A nicotina reduz o fluxo sanguíneo para a placenta, principal conexão entre a mãe e o feto.
Por outro lado, o monóxido de carbono presente no cigarro aumenta o risco de hipóxia, que é a redução das taxas de oxigênio no organismo. O que leva a uma redução pulmonar, e o torna suscetível a crises de dispneia e a contrair mais infecções respiratórias.
Outro exemplo de como o tabagismo interfere na gravidez é que o feto fica exposto às alterações provocadas no metabolismo do corpo da mãe fumante. Fumar na gravidez também pode aumentar as chances do bebê ter Síndrome da Morte Súbita Infantil (SMSI).
Além disso, após nascidos, os filhos de fumantes podem adoecer duas vezes mais do que os filhos de não fumantes.
Tabagismo representa riscos para mãe e para o bebê
Os principais riscos de fumar na gravidez para a MÃE, são: aumento do risco de placenta prévia e maior risco de deslocamento de placenta. Hemorragias uterinas; maior risco de desenvolver uma gravidez ectópica; e mais chance de aborto espontâneo.
Pode ainda, aumentar as chances de partos prematuros; e diminuir a capacidade respiratória. Aumenta os riscos de distúrbios circulatórios e trombose.
Para o BEBÊ, os riscos de uma mãe fumante são: maiores chance dele nascer abaixo do peso; e de consequências pulmonares. Mais risco do bebê apresentar morte perinatal; e maiores chances de desenvolver asma e nascer com dependência química à nicotina. Além de uma maior probabilidade de nascer com problemas genéticos.
Tabagismo e infertilidade
Poucas pessoas conhecem o efeito negativo que o tabagismo provoca na fertilidade de homens e mulheres. “Os componentes químicos presentes no cigarro podem afetar a função reprodutiva em diversos níveis. Muita gente não sabe, mas alguns casos que chegam para investigação em consultório mostram, após confirmação com exames, que o tabagismo também é um gatilho fortíssimo para a infertilidade. Existem situações em que ele é a única causa aparente para um diagnóstico de infertilidade”, explica o médico Fábio Vilela, do IVI Salvador.
Os componentes químicos possuem um potencial mutagênico (que causa mutação) tanto para os óvulos, quanto para os espermatozoides. Além disso, eles também provocam alterações hormonais e até diminuição das taxas de sucesso nos tratamentos de reprodução assistida, como por exemplo, na Fertilização in Vitro (FIV).
Homens e mulheres fumantes têm três vezes mais chances de sofrerem infertilidade quando comparados com aqueles que não fumam.
O cigarro pode alterar a produção de espermatozoides, a qualidade do sêmen, e elevar a fragmentação de DNA dos gametas masculinos. Fatores esses que estão associados a uma maior taxa de abortos e de insucesso nos tratamentos de reprodução.
Por outro lado, nas mulheres, o tabagismo é responsável por diminuir a reserva ovariana e alterar a motilidade tubária. Além disso, interfere na divisão das células do embrião e na receptividade do endométrio, prejudicando a implantação do embrião.
O hábito do tabagismo pode causar também amenorreia (ausência de menstruação), irregularidade menstrual e até acelerar a menopausa. As chances de entrar na menopausa precocemente ficam entre 2 a 4 anos antes da idade média.
Estima-se que da totalidade de casos diagnosticados de infertilidade feminina, 14% são causados pelo tabagismo. E que o tabagismo aumenta o risco de abortos espontâneos em até 27%.
Dia Mundial Sem Tabaco
O Dia Mundial Sem Tabaco é celebrado em 31 de maio e foi criado em 1987 pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alertar sobre as doenças e mortes evitáveis relacionadas ao tabagismo.
No Brasil, o INCA é o responsável pela divulgação e elaboração do material técnico para subsidiar as comemorações em níveis federal, estadual e municipal.
A campanha tem como objetivo chamar a atenção para a epidemia do tabaco e para as mortes que causa, informando o público sobre os perigos do uso do tabaco, as estratégias da indústria do tabaco e as ações da Organização Mundial da Saúde para o controle do tabagismo.
A campanha também visa informar as pessoas sobre o que podem fazer para ter uma vida saudável e proteger crianças, adolescentes e jovens das consequências devastadoras do tabagismo.
A Revisão da Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde classifica o tabagismo como doença, no grupo dos transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso de substância psicoativa.
A doença é causada pela dependência à nicotina presente em produtos derivados de tabaco e é a maior causa isolada evitável de adoecimento e mortes precoces em todo o mundo. O tabagismo é responsável por mais de 7 milhões de mortes por ano em todo o mundo e por inúmeras doenças relacionadas.
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