A vasectomia é uma cirurgia que tem a finalidade de impedir o homem de gerar filhos. Muitos homens que já fizeram a vasectomia e resolvem posteriormente ser pais se questionam se é, de fato, possível. O questionamento é muito mais recorrente do que imaginamos.
“De modo genérico, sim, é possível engravidar mesmo tendo feito a vasectomia. Homens que realizaram o procedimento podem ter filhos e, basicamente, existem dois modos para que isso aconteça. O primeiro deles é reverter a técnica da vasectomia”, explica o médico Fábio Vilela, do IVI Salvador.
A reversão da vasectomia consiste no religamento dos canais deferentes, de forma a permitir novamente a passagem dos espermatozoides. Porém, ela é mais recomendada quando a técnica originalmente foi realizada há menos de dez anos. Nesses casos, os resultados tendem a ser melhores.
Ou então, a segunda solução, é aderir a uma técnica de reprodução assistida para auxiliar nesse processo. Nessa segunda hipótese, o homem realiza um tratamento de Fertilização in Vitro (FIV). Para isso, os espermatozoides são obtidos por punção dos epidídimos – direto dos testículos – e depois são injetados nos óvulos pelo método de ICSI (Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoides).
A vasectomia
Embora seja um procedimento muito simples, ainda existem dúvidas e receios por parte dos homens. Muita gente acha que realizar a vasectomia vai comprometer a vida sexual ou causar impotência.
Mas antecipamos aqui alguns fatos sobre esse método contraceptivo. A vasectomia não causa impotência sexual, não causa câncer de próstata, não causa a redução no comprimento do pênis, não interrompe a produção de espermatozoides e não causa alteração perceptível no líquido ejaculado.
A técnica não é irreversível, mas em caso de necessidade de reversão, sabe-se que os melhores resultados ocorrem para aqueles pacientes que realizem a reversão entre cinco e dez anos após a cirurgia.
Vale destacar que não existe idade limite para a realização, mas cada caso é um caso e precisa conversar com seu médico.
Como funciona a vasectomia?
Essa cirurgia interrompe a circulação dos espermatozoides conduzidos através do epidídimo – um tipo de tubo em forma de novelo que fica na parte superior dos testículos – para os canais deferentes que desembocam na uretra. É um método bastante eficaz.
A vasectomia torna o homem estéril, mas não interfere na produção de hormônios masculinos e nem no desempenho sexual.
O procedimento é simples e nem requer que o paciente esteja em jejum, por exemplo. Realiza-se no centro cirúrgico. Uma pequena infiltração local com anestésico é feita e, a partir daí, uma incisão de 1 cm em cada lado do saco escrotal.
O médico isola os diferentes canais que levam os espermatozoides do epidídimo para a uretra e anestesiam de novo. Depois, cortam o deferente, realizam alguns outros procedimentos e fecham a incisão.
O paciente tem alta logo após o procedimento.
Em 2% ou 3% dos casos, por alguma razão, forma-se um granuloma espermático na ligação do testículo e do deferente e um pouco de esperma acaba saindo.
Por isso, depois de um ou dois meses, quem fez vasectomia deve fazer um espermograma, pois existe a chance de gravidez pela possibilidade de haver espermatozoides no esperma.
A reversão da vasectomia
Tecnicamente, a vasectomia é reversível. Mas a taxa de sucesso da cirurgia de reversão pode variar muito. Se o homem passou pelo procedimento há mais de cinco anos, a chance de sucesso com a reversão é bem menor.
Quando a reversão é feita entre três e quatro anos após o procedimento, em cerca de 90% dos casos o espermograma é considerado normal, gerando até 70% de chance de que esse homem consiga engravidar a parceira.
Após os cinco anos e à medida que o tempo passa, a hiperpressão no epidídimo vai gerando fibrose e surgem obstruções não no lugar em que foi feita a ligadura, mas abaixo desse ponto, o que complica a cirurgia de reversão.
Nesses casos, a cirurgia de reversão é muito mais complicada e precisa ser realizada em hospital, com anestesia.
Quando se indica a técnica?
Não existe uma idade padrão para a realização da vasectomia, mas é um consenso entre os médicos, realizar uma anamnese da vida do paciente. “É preciso entender, além da idade do homem, quais as perspectivas dele para a vida. Esse homem já está em um relacionamento? Já tem filhos? Ou nunca foi pai? Todos os fatores precisam ser muito bem estabelecidos e esse diálogo entre médico e paciente é de extrema importância para determinar se a vasectomia é, naquele momento, a técnica mais indicada para aquela pessoa”, explica Dr. Fábio.
Como a Reprodução Assistida pode ajudar?
Se por algum motivo, o homem que passou pela vasectomia e, conseguindo ou não realizar a reversão, detectou algum problema de infertilidade ou não conseguiu engravidar a companheira, a reprodução assistida é uma importante aliada.
Caso a reversão tenha sido um sucesso, mas depois disso a gravidez por acaso não ocorra, esse homem pode fazer o acompanhamento com um especialista em reprodução assistida e realizar exames para tentar identificar o problema. De repente, fazer uma punção dos espermatozoides direto dos testículos e realizar uma análise dos melhores em laboratório; para posteriormente aderir à Fertilização In Vitro (FIV).
Nesses casos, além de o homem realizar os exames e fazer o acompanhamento, tamé indicado que a mulher também investigue, pois a infertilidade pode estar associada a qualquer um dos dois, ou aos dois ao mesmo tempo.
“Se o homem realizou a vasectomia e depois de 10 anos resolveu que quer ser pai, a reprodução assistida vai poder auxiliá-lo com técnicas modernas e será, sem dúvidas, a melhor solução. Assim esse homem pode ser manter vasectomizado e ainda assim realizar o sonho da paternidade”, explica o médico.
Para os homens que depois da reversão, descobrirem algum tipo de infertilidade, ou para todos aqueles que já detectaram que sofrem com esse problema, o IVI tem um guia gratuito, disponível online, com informações preciosas. Para ler é só acessar https://ivi.net.br/guia-infertilidade-masculina.
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