O que muita gente ainda não percebeu, é que o consumo inconsciente ou desregrado de alimentos pode trazer consequências negativas. E isso atinge mulheres que buscam realizar o sonho de ser mãe, seja por métodos naturais, seja por técnicas como a reprodução assistida.
Se você é mulher e está tentando engravidar, esse assunto deve ser visto com mais atenção. O tema é recorrente, mas os cuidados necessitam ser ampliados, pois os fatores que atrapalham na concepção estão em todas as partes, inclusive na sua mesa.
O cuidado com o corpo é um dos principais segredos para quem deseja viver com qualidade hoje em dia. A prática de atividades físicas e noites bem dormidas são fundamentais. Mas não para por aí. É necessário também adotar bons hábitos alimentares, ter equilíbrio e atenção nas alimentações. E além de tudo isso, equilibrar a mente.
Unir todos esses elementos permite ao indivíduo manter a própria saúde bem, em qualquer fase da vida. Além disso, saúde em dia favorece aos casais que pretendem ter bebês, pois bons hábitos aumentam os índices de fertilidade.
No entanto, em um mundo onde cada dia surge uma tecnologia nova, esses cuidados acabam sendo deixados em segundo plano. As facilidades que adquirimos e a evolução na ciência têm nos deixado cada vez mais ociosos e descuidados. Na medida em que o tempo parece mais acelerado, a atenção com a alimentação, por exemplo, vem diminuindo bastante.
Novos hábitos favorecem consumo de agrotóxicos
Diferentemente do que se tinha há algumas décadas, a maioria das pessoas hoje é exposta a produtos produzidos pela agroindústria. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta para um número alarmante em casos de envenenamento por pesticidas. São cerca de três milhões de casos de intoxicação por ano, em sua maioria em países subdesenvolvidos.
Para especialistas da saúde, o aumento nos casos de infertilidade feminina pode estar associado justamente aos novos hábitos de consumo. Isso porque hoje, a mulher fica mais exposta a produtos industrializados. De modo que a exposição desencadeia alterações em seu organismo levando, em algum momento, à infertilidade. A adoção de hábitos saudáveis, com uma dieta rica em produtos naturais, pode ajudar a melhorar o quadro.
Violões: quais os alimentos que podem ter maior concentração de agrotóxicos
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou lista com alimentos em que a taxa de agrotóxicos ultrapassou o permitido. Isso a partir dos dados levantados pelo Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos de Alimentos. Dentre 2500 amostras de 18 tipos de alimentos, pimentão, morango, pepino e alface foram os que mais apresentavam substâncias tóxicas. O resultado da avaliação indicou ainda a presença de pesticidas e químicos não autorizados para uso no tipo de alimento.
Após o contato com as substâncias tóxicas, os efeitos podem sugerir dois tipos de contaminação. A aguda, que se manifesta de imediato, com sintomas de vômitos, tontura, sangramento nasal, irritação nos olhos, entre outros. Geralmente, decorre após exposição a inseticidas e/ou herbicidas. E a crônica, que é silenciosa e perigosa, surge ao longo do tempo pelo efeito cumulativo dos resíduos tóxicos presentes nos alimentos.
Entre os principais danos à saúde estão leucemia, doença de Parkinson, câncer de rim, tumores cerebrais, problemas reprodutivos e respiratórios, entre outros.
Aumento da infertilidade pode estar ligado ao consumo de alimentos contaminados por agrotóxicos
No caso da presença de agrotóxicos em frutas, vegetais e até embalados, os prejuízos podem vir com alterações no organismo. A situação é tão grave que o consumo de alimentos contaminados pode chegar a causar até a infertilidade.
Esses novos hábitos de vida ligaram o alerta e alguns órgãos e entidades respeitados pelo mundo deram início a investigações. Um estudo realizado na Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, por exemplo, trata da relação entre alimentação e fertilidade.
Ele revela que ingerir alimentos contaminados por alguns tipos de pesticidas, pode reduzir em até 18% a fertilidade feminina. As substâncias químicas, além de interferir no sonho de muitas mulheres que querem engravidar, são nocivas também para as que já estão gestantes.
A pesquisa constatou ainda que o risco de aborto espontâneo entre mulheres que consomem alimentos contaminados é 26% maior. Nesse sentido, os cientistas consideraram que o consumo de alimentos com alto teor de agrotóxicos estaria associado a uma menor probabilidade de nascimento de crianças vivas.
Outros estudos avaliam ainda consequências para mulheres que vivem próximas a áreas ou trabalham com atividades agrícolas. Nesse caso, elas também estão condicionadas a situações de infertilidade ou adversidades durante a gravidez.
Medidas para reduzir os danos
Com a finalidade de reduzir os impactos dos agrotóxicos para a saúde, os profissionais recomendam maior atenção aos alimentos consumidos. Observar com mais cuidado o que está indo para a mesa é um excelente começo. Para isso, o indivíduo deve se ater, principalmente, às informações sobre a origem do produto. Além disso, priorizar a ingestão de alimentos orgânicos, ricos em nutrientes.
Outro ponto que precisa ser considerado está relacionado ao processo de higienização. Lavar as frutas e os legumes, por exemplo, pode não eliminar por completo a contaminação. Mas vai ajudar a reduzir de forma considerável o teor das substâncias. Por consequência, reduzirá o impacto no organismo, reduzindo possíveis problemas futuros à saúde, como o câncer.
Alimentos também ajudam a aumentar a fertilidade
Mas nem tudo é caos quando o assunto é alimentação. É fato que o consumo de alimentos contaminados por pesticidas pode chegar a causar a infertilidade. Ocorre que se foram escolhidos com cuidado, alguns alimentos também podem favorecer os índices de fertilidade, se ingeridos na dieta.
De modo geral, ajudam a aumentar a fertilidade, aqueles alimentos que favorecem a produção de hormônios sexuais, resultando em formação de óvulos e espermatozoides. Alguns exemplos são aqueles ricos em Zinco, Vitaminas B6 e E, Ácidos Graxos e Ômegas 3 e 6. Por isso, vale incluir na dieta produtos como peixes, ostras, sementes de girassol, aveia e frutas secas. Outro amigo da fertilidade é o brócolis, mas além dele o couve-flor, a banana e até a gema de ovo.
Claro que a quantidade e a periodicidade do consumo devem ser orientadas por um profissional de nutrição. E vale o lembrete: cuidado na hora de selecionar os alimentos. Observar a origem, tentar priorizar os orgânicos e não descuidar da limpeza antes do preparo também são etapas fundamentais.
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