Amamentar pode oferecer inúmeros benefícios à saúde tanto da mãe quanto do bebê e isso todo mundo já sabe. O que muita gente desconhece é que os benefícios da amamentação vão além. A prevenção do câncer de mama é um deles. Quando uma mulher amamenta durante o primeiro ano de vida do bebê, diminui o risco de contrair a doença. De acordo com um estudo publicado na revista médica britânica The Lancet, estima-se que a redução chega a 4,3% dos casos.
E o efeito pode ser acumulativo. Se uma mulher teve três filhos e amamentou cada um durante um ano, ela tem 12% menos chances de ter câncer de mama. Isso porque o tumor maligno gosta de aparecer em células e tecidos que ainda não estão completamente desenvolvidos.
E no caso da mama, ela só atinge sua maturidade funcional após amamentar pela primeira vez. O estímulo hormonal durante a gravidez faz com que as células da região mamária tenham menos falhas no DNA. Por consequência, menos propensão ao câncer na região.
Essa mudança hormonal faz com que o tecido glandular da região mamária se atrofie e a gordura seja prevalente. Isso reduz também a probabilidade do aparecimento da doença.
Então se você sonha em ser mãe ou já está planejando, seja por métodos naturais ou por técnicas de reprodução humana assistida, já sabe que amamentar é uma lição de amor, mas que também pode salvar vidas.
Os benefícios da amamentação
Além do câncer de mama, também existe a relação entre a amamentação e a prevenção de outros tipos de câncer. Um exemplo é o de ovário. Mulheres que amamentam por mais tempo têm até 30% menos chances de ter a doença. Há também uma menor propensão ao câncer do endométrio. Se a amamentação acontecer por pelo menos 13 meses, essa porcentagem chega a 63%. Os dados do estudo foram publicados no American Journal of Clinical Nutrition e também divulgados pelo Daily Mail.
Quanto maior o tempo de amamentação, menor é a possibilidade de uma mulher apresentar cânceres de mama, ovário e endométrio. É por esse motivo que a amamentação é tão estimulada por médicos.
Para a criança, receber o leite materno é sinônimo de proteção. O ato protege contar o sobrepeso e a obesidade desde a infância até a fase adulta. E isso ocorre, pois a leptina, um hormônio presente no leite materno ajuda a regular o metabolismo energético.
A importância do diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce do câncer de mama possibilita que as chances de cura sejam muito maiores. Elas podem chegar a até 95% a depender do estágio de detecção. Infelizmente, quanto mais avançado for o estágio, menores são as chances da cura.
Por conta disso é preciso que as mulheres conheçam o seu corpo. Que elas estejam atentas às suas mamas e a qualquer alteração que possa indicar uma anormalidade nelas. Além disso, realizar os exames preventivos, como a ressonância da mama e a mamografia, tem um papel importante na prevenção.
É essencial que mulheres após os 40 anos façam esses exames uma vez a cada dois anos, no mínimo. Quando a mulher chega aos 50 anos, deve realizar pelo menos um desses exames anualmente. A mortalidade da doença diminui cerca de 20% nas mulheres entre 50 e 69 anos que realizam os exames a cada dois anos.
Além da amamentação, estilo de vida ajuda na prevenção
Além disso, outros itens possuem grande relevância e merecem atenção. Fazer o autoexame – toque nas mamas – toda a semana, também é importante. Observar como está a alimentação. É necessário controlar o peso corporal e evitar a obesidade, por meio de um programa alimentar saudável. Manter a alimentação rica em frutas, verduras e fibras pode ajudar na prevenção.
Praticar exercícios físicos regularmente. Evitar o consumo de cigarros e bebidas alcoólicas é outra recomendação básica para prevenir o câncer de mama. Por meio da alimentação e da prática de atividades físicas é possível reduzir em até 28% o risco de desenvolver câncer de mama.
O tratamento contra o câncer
O tratamento contra um câncer é um processo bastante desgastante. Quem enfrenta essa batalha, pode passar meses sofrendo com cada etapa do tratamento. Pacientes e familiares só conseguem respirar aliviados após alguns anos, quando de fato se atesta que a doença foi debelada.
E quando falamos sobre câncer de mama, um radar extra é acionado nas mulheres. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é o que mais acomete as mulheres no Brasil. Para 2019, foram estimados 59.700 novos casos. Isso representa uma taxa de incidência de 51,29 casos a cada 100 mil mulheres.
Com 13,68 óbitos para cada 100 mil mulheres (referência de 2015), a mortalidade por câncer de mama só cresce. Hoje é a primeira causa de morte por câncer nas mulheres brasileiras. As regiões sul e sudeste do país são as que apresentam as maiores taxas de mortalidade. São 15,26 e 14,56 óbitos respectivamente, a cada 100 mil mulheres.
A incidência da doença aumenta em mulheres a partir dos 40 anos. Abaixo dessa faixa etária, a ocorrência da doença é menor, bem como sua mortalidade. São registrados menos de 10 óbitos a cada 100 mil mulheres. Já a partir dos 60 anos o risco é 10 vezes maior.
Outubro Rosa
O Brasil participa faz onze anos, da Campanha do Outubro Rosa. O país veste sua roupa rosa para colaborar com a promoção e a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce. Além disso, debate o tratamento adequado do câncer de mama e leva informação para a população, através de ações públicas.
Quanto mais as informações circularem e quanto maior for o acesso à assistência médica, menores serão os índices de mortalidade. Um tema delicado, mas que precisa ser discutido para derrubar tabus. O drama na vida de milhares de mulheres pode ter um final feliz e atitudes simples podem mudar o jogo.
Se descoberta no início, a doença tem potencial de cura de 90%. Vencer a luta contra um câncer torna as pessoas inspirações. Inspiração para quem não quer desistir de sonhos, inclusive o de ser mãe. Hoje já é possível uma mulher que venceu o câncer mamário se tornar mãe. A evolução nas técnicas de reprodução assistida são grandes aliadas no processo.
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