Tudo parece bem, as relações sexuais são normais, mas depois de um ano – em média – de tentativas de gravidez sem proteção, o casal não alcança o a tão desejada gravidez. É hora de investigar o que pode estar acontecendo. E, ao contrário do que muita gente pensa, o problema nem sempre está na mulher. Às vezes, a causa da infertilidade do casal é masculina.
O sêmen é o líquido expelido pelo homem no momento da ejaculação. Formado por líquido seminal e espermatozoides, ele tem extrema importância para a fertilidade masculina. Os espermatozoides são os gametas masculinos e sua função é fecundar o óvulo para formar um embrião. Já o líquido seminal tem o objetivo de facilitar o transporte dos gametas e protege-los dentro do corpo da mulher.
Para que o homem seja considerado fértil, entre outros fatores, é necessário que seu sêmen e seus espermatozoides alcancem os parâmetros mínimos. Quando isso não acontece, o paciente passa por um problema, chamado alteração seminal, prejudicando a sua fertilidade.
Uma das possíveis alterações seminais, a mais comuns delas, é a azoospermia, que é a ausência de espermatozoides no sêmen.
Azoospermia e infertilidade masculina
A azoospermia é uma alteração seminal caracterizada pela ausência de espermatozoides no sêmen ejaculado. Esta é uma das principais causas da infertilidade masculina, pois sem a presença dos gametas é impossível que aconteça a fecundação. Diversos fatores podem causar a azoospermia, que pode ser classificada como obstrutiva ou não obstrutiva.
Para diagnosticar esta condição, é necessário realizar um exame chamado espermograma. Ele é feito a partir da análise de uma amostra de sêmen coletado por meio de masturbação. O ideal é que seja realizado ao menos duas vezes, para obter um diagnóstico confiável de azoospermia, já que esta condição pode ser identificada eventualmente devido a fatores temporários.
“A partir do diagnóstico confirmado de azoospermia pelo espermograma, um médico especialista vai solicitar outros exames complementares, para verificar se a condição é obstrutiva ou não obstrutiva e, a partir daí, estabelecer a conduta para o paciente”, explica o médico Agnaldo Viana, do IVI Salvador.
Tipos de Azoospermia – obstrutiva e não obstrutiva
A azoospermia obstrutiva acontece quando existe qualquer bloqueio no caminho pelo qual os espermatozoides transitam, como os canais deferentes e o epidídimo, por exemplo.
Nesse caso, o homem produz espermatozoides normalmente, mas eles são impedidos de passar pelos canais adequados no momento da ejaculação. Dessa forma, apenas o líquido seminal é ejaculado. Por isso, a infertilidade é detectada.
Quando a ausência de espermatozoides no sêmen é causada por problemas na produção dos gametas, chamada espermatogênese, a azoospermia é considerada não obstrutiva.
Essa condição pode estar relacionada a problemas hormonais ou a fatores que prejudicam o funcionamento dos testículos, que é o local onde os espermatozoides são produzidos.
A ausência de espermatozoides e a infertilidade
Os espermatozoides são, como vimos, as células reprodutivas dos homens, que contém seu material genético. Quando a ejaculação acontece dentro do corpo da mulher, eles são transportados com o auxílio do líquido seminal para chegar até as tubas uterinas. Se a mulher estiver em seu período fértil, um espermatozoide penetra o óvulo e acontece a fecundação.
Um embrião é formado e a partir de então outros processos acontecem no organismo feminino para que a gestação possa se iniciar e se desenvolver.
Quando o homem apresenta a condição da azoospermia, seja ela obstrutiva ou não, a ausência de espermatozoides impossibilita a fecundação e, assim, não há chances de a mulher engravidar.
Causas da azoospermia
A azoospermia pode ter diferentes causas, que também variam entre suas classificações. Quando obstrutiva, seus fatores relacionados são aqueles que causam alterações físicas nos órgãos reprodutivos do homem. Quando não obstrutiva, as causas mais comuns são distúrbios hormonais ou problemas internos e externos que afetam os testículos.
As causas mais comuns da azoospermia são doenças e infecções como a epididimite, orquite, prostatite e Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs); vasectomia; varicocele; distúrbios hormonais; traumas causados por pancadas ou lesões nos testículos; ou ainda um tratamento oncológico.
Entre todas elas, duas causas demandam uma atenção maior. São a varicocele e os tratamentos oncológicos. A varicocele é a principal causadora de infertilidade masculina e prejudica a espermatogênese. Os tratamentos contra o câncer também afetam a produção dos gametas e, nesse caso, é indicada a preservação da fertilidade com o congelamento de sêmen antes de iniciar os tratamentos oncológicos.
Tratamento para azoospermia e a reprodução assistida
O tratamento mais indicado para a azoospermia vai depender do motivo que a esteja causando. “Não existe um tratamento padrão. Cada paciente tem especificidades e um contexto diferente do outro”, alerta o especialista.
Quando causada por uma doença, com IST, é necessário tratá-la para evitar outras consequências graves e possivelmente recuperar a fertilidade do homem. Só depois de tratada a causa (a doença), é que se pode investigar se a fertilidade foi reestabelecida.
Se a causa é um problema hormonal, é preciso identificá-lo para que possa ser tratado. Quando a azoospermia é resultado de lesões, é comum que a produção volte ao normal depois da recuperação com cuidados adequados.
Para aqueles homens que são diagnosticados com a alteração seminal e têm o desejo de ser pais, uma possibilidade viável é a reprodução assistida. A azoospermia é considerado um problema grave de infertilidade, portanto a única técnica que pode ser realizada é a fertilização in vitro (FIV).
A técnica consiste na fecundação em laboratório, após a coleta dos óvulos e dos espermatozoides. Se o homem possui azoospermia obstrutiva, é possível fazer a coleta diretamente dos testículos ou do epidídimo.
O preparo seminal também pode auxiliar a encontrar um número suficiente de gametas, mesmo que muito pequeno. Nesse caso, a FIV ICSI permite que os embriões sejam formados com um risco menor de material genético, já que é necessário um único espermatozoide para cada óvulo.
Caso o paciente não consiga, mesmo após tratamentos, recuperar a sua capacidade de produzir seus gametas, uma opção é realizar a Fertilização In Vitro com os espermatozoides de um doador anônimo, através de um banco de sêmen, processo já bastante difundido hoje em dia, que oferece segurança e tranquilidade para ambas as partes; já que segue regulamentações do Conselho Federal de Medicina (CFM).
Seja qual for a sua necessidade, aqui no IVI estamos prontos a te atender. Entre em contato conosco e agende a sua consulta.
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