O câncer de ovário é o tipo de câncer que costuma ser silencioso e é uma doença muito séria. No dia 08 de maio é realizada a campanha em prol do Dia Mundial do Câncer de Ovário. E, infelizmente, ele tem a taxa de sobrevivência mais baixa entre os tipos de cânceres.
A campanha foi uma iniciativa da World Ovarian Cancer Day (WOCD). Uma rede de ONGs do mundo inteiro que se uniram a fim de aumentar a conscientização global sobre o câncer de ovário. O objetivo principal é trabalhar para que mulheres com esse tipo de câncer tenham chances de sobrevivência e uma melhor qualidade de vida.
Todos os anos, quase 250 mil mulheres, em todo o mundo, são diagnosticadas com algum tipo de câncer. Os mais comuns são câncer de mama, câncer de cólon e reto, câncer de colo do útero, e câncer de tireoide. Porém, quando diagnosticada com o de ovário apenas 45% das mulheres têm probabilidades de sobreviver por cinco anos. Isso, em comparação com 89% das mulheres com câncer de mama.
No Brasil, segundo estimativas do INCA (Instituto Nacional de Câncer) para o triênio de 2020/2022, o câncer de ovário (16.590 casos) é o terceiro tipo mais frequente entre as mulheres. Ficando atrás somente do câncer de mama (66.280 casos), e do câncer de cólon e reto (20.470 casos).
Mas, independentemente do seu desenvolvimento, mulheres ao redor do mundo são igualmente afetadas por essa doença. Os sintomas são, muitas vezes, diagnosticados erroneamente. Tudo porque eles se confundem com sintomas de outras doenças menos graves, especialmente doenças gastrintestinais.
Por isso que muitas vezes o diagnóstico é feito em uma fase tardia. O que acaba dificultando muito as chances de cura da paciente.
Quais os principais sintomas do câncer de ovário
O câncer de ovário é uma doença silenciosa e com difícil diagnóstico. Entre os principais sintomas estão: o aumento do tamanho do abdômen ou inchaço e desconforto persistente; dificuldade de se alimentar (a mulher pode se sentir satisfeita rapidamente) e perda de peso.
Também pode haver mudanças nos hábitos intestinais, sangramento vaginal, alterações de peso e fadiga; além de sentir dores abdominais ou pélvica; e precisar urinar com maior frequência. Por parecerem com as características de doenças gastrointestinais, é importante que as mulheres procurem um médico para avaliar o caso.
Porém, todos esses sinais só aparecem quando o tumor encontra-se na fase mais avançada da doença. Na fase inicial, nenhum sintoma é identificado. E isso acaba reforçando a importância da conscientização e da realização de exames regulares. Quando descoberto no início, as chances de cura do câncer de ovário chegam até 80%.
Como prevenir o câncer
O melhor caminho para a prevenção é procurar o seu ginecologista para fazer exames periódicos. A partir daí, após a realização dos exames, caso exista alguma suspeita, a paciente será avaliada por um especialista em oncologia.
Porém, não existe exame específico para rastreamento desse tumor. No caso de suspeita de câncer de colo do útero é feito o exame Papanicolau. O exame que pode dar indícios do câncer de ovário é a ultrassonografia transvaginal. A partir do exame podem aparecer indícios de alterações no ovário.
Todas as mulheres, sem distinção, correm o risco de ter câncer de ovário. Porém alguns grupos têm suas chances aumentadas e devem ficar mais atentas. São eles: idade (50% dos casos são de mulheres acima de 60 anos); consumo abusivo de bebidas alcoólicas, tabagismo e obesidade.
Reposição hormonal na menopausa com uso de estrogênio isolado por mais de 5 anos também aumentam as chances. Além de histórico familiar de algum câncer ou histórico pessoal de câncer de mama.
Tipos de câncer de ovário e tratamento
Os tumores no ovário são nomeados de acordo com o tipo de células que se encontram na origem desses tumores (neoplasias). Os ovários são compostos principalmente por três tipos de células. Cada tipo pode se desenvolver em um tipo diferente de tumor.
Os Tumores Epiteliais começam a partir das células que cobrem a superfície externa do ovário. A maior parte dos tumores ovarianos são de células epiteliais. Os Tumores de Células Germinativas começam a partir das células que produzem os óvulos. E os Tumores Estromais começam a partir de células que formam o ovário e que produzem os hormônios femininos – o estrogênio e a progesterona.
Alguns são benignos e nunca se espalham para além do ovário. Tumores ovarianos malignos ou limítrofes (baixo potencial maligno) podem se espalhar para outras partes do corpo e podem ser fatais. Pacientes com suspeita de câncer de ovário devem procurar o cirurgião oncológico para tratamento.
Geralmente se obtém o diagnóstico por meio de uma biópsia que confirma se é maligno ou não. O tratamento cirúrgico é altamente específico e pode conferir excelentes resultados a depender do estágio da doença. Em alguns casos a paciente tem que se submeter à remoção dos ovários, ou parte deles. Depois, a paciente segue para o tratamento oncológico clínico (radioterapia, quimioterapia e terapia-alvo).
Infertilidade x Câncer de Ovário
Tratar um câncer, seja ele qual for, nunca será uma tarefa fácil. Mas, após o diagnóstico, o tratamento passa a ser a prioridade. Porém, não é porque você está lutando contra uma doença que nada mais vai importar. Se você está em idade fértil, e sonha em ter filhos e formar uma família, a sua fertilidade e o seu sonho também devem entrar na lista de itens importantes.
Infelizmente, os tratamentos contra tumores acabam afetando os órgãos reprodutores. Mas, a boa notícia é que dá para tomar medidas que preservam a sua fertilidade. Já que o tratamento do câncer pode ser invasivo e devastador para o organismo, a medicina reprodutiva pode proporcionar meios para realizar a maternidade.
As mulheres têm uma reserva de óvulos, que vai diminuindo com o tempo. Se a reserva é mais baixa, o risco de o tratamento afetar a fertilidade é maior. Por conta disso, utiliza-se as estratégias para a preservação da fertilidade. Entre elas está o congelamento de óvulos.
“Retira-se os óvulos maduros através de uma punção, e vitrificados para usar posteriormente, quando a mulher desejar engravidar. Então, esses óvulos podem ser descongelados e fertilizados”, explica Dr. Fábio Vilela, ginecologista do IVI Salvador.
Importante acompanhar após o tratamento
Em alguns casos, o cirurgião pode remover apenas o ovário com a doença, mantendo o outro e o útero. Estudos mostraram que isto não afeta a sobrevida da paciente a longo prazo, e permite a fertilidade futura. Se houver risco de recidiva, pode-se retirar o ovário remanescente no momento em que a mulher não desejar ter mais filhos.
Vale lembrar que, após o tratamento do câncer de ovário, as pacientes devem continuar monitorando a cada três meses. E mesmo depois desse período o acompanhamento prossegue. O motivo disso é que boa parte delas pode ter recaídas ou persistência da doença. Então nunca falte aos retornos médicos, tenha uma rotina saudável e se mantenha ativa!
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