O Dia do Embriologista é momento para reverenciar esse profissional indispensável no dia a dia da medicina reprodutiva. É graças à figura do embriologista, que toda a magia que um processo gestacional representa para muitos casais, é possibilitada.
Comemorado todos os anos em 25 de julho, o Dia do Embriologista também é oportunidade para percebermos todos os avanços da área. Um exemplo recente, e que tem ajudado muitos casais e famílias, é a Análise Genética Embrionária, um exame que permite diagnosticar possíveis alterações no embrião antes mesmo de implantá-lo no útero.
Antes de transferir o embrião ao útero é possível analisar todos os 46 cromossomos das células embrionárias e detectar alterações como a Síndrome de Down, por exemplo.
O Dia do Embriologista foi definido como 25 de julho justamente porque nesta data, em 1978, o mundo se surpreendia com o anúncio do nascimento do primeiro bebê gerado através da técnica de Fertilização In Vitro (FIV) da história.
A inglesa Louise Joy Brown nasceu para revolucionar a medicina e trazer esperanças aos casais que há muito tempo tentavam ter filhos.
“Hoje, quase 45 anos depois, a ciência e as novas tecnologias só avançam e as novas possibilidades são animadoras para homens e mulheres que detectam algum tipo de infertilidade, mas não querem abrir mão do sonho de aumentar a família e ter um ou mais filhos. E em grande parte, o embriologista é responsável. Por isso, aproveitamos esse mês para prestar toda a homenagem aos nossos e a todos os embriologistas”, afirma a biomédica do IVI Salvador, Daniele Freitas.
O papel do embriologista na reprodução assistida
Embora seja essencial no dia a dia da reprodução assistida, muita gente ainda não sabe ao certo o real papel do embriologista nesse cotidiano. A embriologia é uma área da biologia que estuda o desenvolvimento embrionário.
Desse modo, o embriologista é o profissional responsável por criar todas as condições adequadas dentro de um laboratório, para que ocorra a união do óvulo com o espermatozoide, quando inicia a formação do embrião.
Também é responsabilidade do embriologista acompanhar o desenvolvimento desse embrião no período que se chama pré-implantacional. Isso significa cuidar do embrião por todo o tempo até que o transfira para o útero da paciente.
Mas as atribuições não param por aí. No caso da Fertilização in vitro (FIV), também é função do embriologista selecionar os gametas, fertilizá-los, analisar seu desenvolvimento e classificá-los, além de realizar o congelamento dos embriões para uso futuro, quando necessário.
É preciso ter formação em nível superior na área de saúde, estudo e experiência em reprodução assistida para poder exercer a atividade de embriologista.
A história da Fertilização In Vitro (FIV)
A reprodução humana assistida teve início na Inglaterra em 1978, quando nasceu o primeiro bebê de proveta.
A primeira FIV foi realizada pelos doutores Patrick Steptoe e Robert Edwards e em 25 de julho de 1978 nasceu a primeira criança, Louise Brown. Jean Purdy, a cientista pioneira que ajudou a desenvolver a fertilização in vitro foi a embriologista envolvida no processo.
Desde então, milhares de casais ao redor de todo o planeta, realizaram o sonho da maternidade com a ajuda e o avanço da medicina. O primeiro bebê de proveta nascido na América Latina, por exemplo, foi brasileiro. Aconteceu em 1984, em São José dos Pinhais, no Paraná.
“Esses avanços foram tamanhos que hoje as taxas de sucesso da FIV são muito satisfatórias e, com isso, conseguimos reverter muitos quadros em que casais já estavam quase desistindo de seguir adiante com seu maior sonho de família. É um presente diário poder acompanhar as histórias de superação e contar com a tecnologia da FIV para trazer mais felicidade para tantas pacientes”, explica a biomédica.
Como funciona a FIV?
Existem duas modalidades de FIV em linhas gerais. A tradicional e o ICSI Injeção Intracitoplasmática de Espermatozoide.
Na FIV tradicional, coloca-se os espermatozoides junto ao óvulo em um ambiente que simula as trompas e a penetração de um espermatozoide acontece de forma espontânea no óvulo, ocorrendo a fertilização.
Já no ICSI, ocorre a injeção de um único espermatozoide dentro do óvulo, quando sabe-se que não é possível ou é mínima a chance do espermatozoide fertiliza-lo por conta própria, por alguma limitação do sêmen.
De toda forma, em ambos os casos, a paciente que tiver embriões excedentes, ou seja, mais embriões do que os necessários para serem transferidos ao útero, pode criopreservar esses embriões. Isso significa que eles podem ser congelados a uma temperatura de 196 graus negativos, em dispositivos com nitrogênio líquido, que asseguram que aqueles embriões se manterão com a mesma qualidade do momento em que foram congelados.
O passo a passo da FIV desde a detecção da infertilidade
Falamos da FIV de modo mais geral, mas todo o processo começa, na verdade, com a consulta que o casal normalmente realiza ao se deparar com um quadro de infertilidade, ou seja, com a dificuldade de engravidar.
Só depois de realizados os exames necessários e diagnosticada a origem da infertilidade e a melhor opção de tratamento, é que, se for o caso, se iniciam os preparativos para realização da FIV.
Nesse caso, tudo começa com a estimulação ovariana, para que a mulher produza mais óvulos naquele mês. No caso dos homens, dentro do cronograma estabelecido, também se realiza a coleta do sêmen.
O embriologista, os biomédicos e toda a equipe envolvida neste procedimento; tendo óvulos e espermatozoides já colhidos, trabalhará para produzir os embriões. Somente depois desse passo, é que ocorre a transferência para o útero da paciente (ou um útero de substituição caso a paciente tenha algum tipo de problema ou limitação que impeça a gestação no próprio ventre).
Por causa do avanço da medicina reprodutiva, já é possível realizar FIV mesmo que, por exemplo, a mulher detecte um problema na obtenção de óvulos. É viável nesses casos a ovodoação. O mesmo ocorre com o sêmen. Se não puder utilizar o material do homem, o casal pode aderir a um banco de sêmen.
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