No inicio de abril especialistas de Salvador realizaram um encontro com portadoras de endometriose para falar sobre aspectos dessa doença, responder dúvidas e apresentar novidades. A carência de informação sobre essa doença que afeta mais de 6 milhões de brasileiras, foi uma das principais razões para lotar o auditório Linus Pauling às 8h30 da manhã de um dia ensolarado de Salvador. O evento organizado pelo IVI Salvador e pela Gapendi com o apoio do Hospital Memorial Itaigara, trouxe médicos de destaque e reconhecimento internacional para tratar sobre a qualidade de vida das portadoras de endometriose.
A abordagem personalizada e multidisciplinar foi a mensagem destacada pelos médicos dentro da programação científica elaborada por Dra. Genevieve Coelho, diretora do IVI Salvador, que reuniu em um único evento grandes nomes da medicina nacional como Dr. Carlos Lino, Dr. Hugo Maia, Dra. Isa Rocha, Dra. Emily Serapião e Dr. Agnaldo Viana.
O conteúdo foi tão completo e foram tantas perguntas interessantes, que será necessário preparar vários posts para que você, que não pôde assistir a palestra, ficar por dentro do que aconteceu. Além disso, ficamos com várias perguntas do público, que vão gerar mais posts, por isso acompanhe nossa programação!
Confira agora alguns pontos abordados durante palestra sobre endometriose.
Mensagens de destaque da palestra sobre endometriose:
– Menstruação retrógrada não é única causa da endometriose
Grande parte das pessoas acredita que a endometriose é causada pela menstruação retrógrada, ou seja, que os vestígios do sangue menstrual “caminham” para outras partes do corpo gerando os focos da doença, no entanto, a predisposição genética e diferenciação celular são outros fatores que podem levar à endometriose.
– Ciclo da dor precisa ser tratado
O ciclo da dor crônica afeta as portadoras de endometriose, que com o avanço da doença deixam de ter dores apenas durante os ciclos menstruais e passam a estar em um estado de dor constante. O ciclo da dor gera ansiedade, problemas de sono, tensão crônica, que como consequência, provoca o aumento da dor.
– Terapia Multidisciplinar é fundamental para a qualidade de vida
O tratamento da endometriose deve ir além dos focos das lesões. É preciso uma equipe multidisciplinar que personalize a abordagem considerando o estágio da endometriose, a idade da paciente e também seus planos de futuro. Pois uma intervenção cirúrgica agressiva pode, por exemplo, comprometer a fertilidade.
As especialidades que compõe a terapia multidisciplinar da endometriose são:
– Ginecologista especializado em endometriose
– Especialista em reprodução humana
– Geneticista/Imunologista
– Psicólogo e Psiquiatra
– Fisioterapeuta
– Enfermeiro
– Especialista em dor
– Nutricionista
– Patologista, epidemiologista
– Urologista
– Cirurgiões especializados
– Cuidado com a cirurgia para evitar repetições e danos colaterais
Às vezes é necessária a cirurgia para tratar as lesões e aderências da endometriose, porém antes de realizar a intervenção, o especialista deve ter conhecimento completo dos focos da endometriose e ponderar os pós e contras para a qualidade de vida da paciente e alternativas, para dessa forma evitar repetições cirúrgicas ou que as mesmas sejam excessivamente agressivas.
– A queda da fertilidade é mais acelerada entre as portadoras de endometriose
A queda da fertilidade feminina é acentuada a partir dos 35 anos da mulher. No entanto, quem tem endometriose tende a perder sua reserva ovariana antes. Para não comprometer a capacidade de conceber, é importante fazer um acompanhamento ginecológico da fertilidade, que é realizado através de exames de dosagens hormonais como o FSH e o Hormônio Anti-mülleriano ou ultrassonografia transvaginal, para medir e contar os folículos antrais (espécie de capsulas que guardam os óvulos).
Através do acompanhamento com o próprio ginecologista ou com um especialista em fertilidade, a mulher terá a informação necessária para tomar a decisão de engravidar antes de ter sua fertilidade muito reduzida ou comprometida pela endometriose, ou ainda, optar por realizar a vitrificação de óvulos (congelamento de óvulos) e dessa forma preservar o aspecto da fertilidade que mais sofre com a ação do tempo.
– Os primeiros sintomas da endometriose na adolescência
Muitas vezes a endometriose dá seus primeiros sinais na adolescência, quando por fortes dores e alto fluxo menstrual muitas jovens vivem o período menstrual com dor e desconforto excessivo, que em ocasiões não são levados a sério. É importante a conscientização dos pais para não encarar com normalidade as fortes cólicas de suas filhas e procurar um diagnóstico precoce, que poderá ajudar esta jovem a começar o tratamento cedo para conseguir manter sua qualidade de vida e evitar o avanço da doença.
Esperança para o futuro
A união entre especialistas e portadoras de endometriose para conseguir o reconhecimento dessa doença como uma questão de saúde pública é uma necessidade para que muitas mulheres que sofrem ainda sem diagnóstico, possam receber tratamento e, além disso sejam disponibilizadas opções para aquelas que não possuem recursos para contar com o serviço privado.
No IVI acreditamos nesse caminho e por isso investimos em pesquisa e trabalhamos para aumentar a informação com iniciativas tão valiosas como a da GAPENDI, que convidamos você a conhecer e fazer parte!
2 Comentários
Legal essa palestra Parabéns a todo os profissionais envolvidos!
Bjos?ficarcomDeus
Muito obrigada pelo carinho Diana!