Planejar uma gestação através de fertilização in vitro associada ao teste genético pré-implantacional foi a solução que Samara Santos encontrou para buscar a cura para um problema muito sério que a filha enfrenta desde que nasceu: a anemia falciforme.
Liz tem quatro anos hoje e está estabilizada, por causa de todos os cuidados médicos da equipe multidisciplinar que a acompanha. Mas também, e principalmente, pelo amor incondicional da mãe e do pai, Samara Santos e David da Silva.
A pequena Liz foi diagnosticada com anemia falciforme logo no exame do pezinho, assim que nasceu. A primeira crise aconteceu logo aos quatro meses. Nessa época, foram necessárias várias transfusões de sangue para que Liz conseguisse superar as dores que a doença acarreta. Mas foi um período de muita dor e sofrimento não só para a pequena, como para toda a família. No total, a pequena Liz chegou a fazer 11 transfusões de sangue.
O avanço da medicina
Com o passar do tempo e as novidades que o avanço da medicina apresenta, a doença passou a ser tratada para buscar a cura, com um transplante de medula óssea. Quando os primeiros casos começaram a efetivar o transplante, uma luz surgiu na vida do casal Samara e David. Mas, infelizmente, ambos eram incompatíveis para doar medula óssea para a pequena Liz.
Foi aí que surgiu a possibilidade de realizar um tratamento de reprodução humana: a Fertilização In Vitro (FIV). Buscando através da técnica de reprodução assistida, gerar um bebê que fosse compatível e que viesse ao mundo com uma bênção em sua história. Samara e David procuraram a clínica IVI Salvador e hoje a família já se prepara para receber Iza, fruto de muita esperança.
“O sonho da cura está se tornando realidade. Do nascimento ao renascimento”, conta Samara, feliz com seus cinco meses de gestação. Hoje, ela é só sorriso e Liz também, que aproveita cada minuto para fazer um carinho na barriga da mãe e já celebra a chegada da irmãzinha Iza.
Logo que nascer, ocorrem os primeiros passos para a etapa seguinte no tratamento de Liz, com a coleta do material necessário para o transplante. Esse material será congelado enquanto os exames de Liz serão atualizados.
O que é a Anemia Falciforme
A anemia falciforme é uma doença hereditária e caracterizada pela alteração nos glóbulos vermelhos do sangue. Essas células são arredondadas e com o formato de foice. Por isso foi batizada de “falciforme”. É um problema que pode afetar quase todos os órgãos e tecidos. Justamente por esse motivo, a anemia falciforme se revela uma doença imprevisível; que reduz de maneira bastante significativa a qualidade e expectativa de vida.
Ela tem maior probabilidade de acontecer em pessoas negras. No Brasil, cerca de 8% nos negros sofrem com o problema, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Cada pessoa afetada pela doença pode desenvolver sintomas diferentes. Eles podem ser mais amenos, como dores ocasionais nos ossos e articulações ou mais sérios e dolorosos. Podem chegar a ser infecções, meningite e até uma pneumonia. Inclusive é sugerido que pacientes que identifiquem a doença, tomem vacina contra esses problemas. Outro sintoma é a aparição de úlceras. As úlceras são pequenas feridas, especialmente na região das pernas. São feridas que, de um modo geral, demoram de cicatrizar.
Outra preocupação de quem sofre com a anemia falciforme é com o baço, o órgão que filtra o sangue. Ele pode “sugar” todo o sangue do corpo e com isso provocar morte da pessoa por falta de sangue nos outros órgãos.
Para o tratamento da anemia falciforme, é necessária uma atenção integral, com equipe que envolva médicos, enfermeiros, assistentes sociais, nutricionistas, psicólogos e dentista, entre outros. As crianças diagnosticadas devem ter seu crescimento acompanhado, com atenção redobrada.
A Fertilização In Vitro pode salvar muitas vidas, inclusive relacionada a anemia falciforme
Embora seja quase uma unanimidade que quem procura a técnica da Fertilização In Vitro sejam casais que sofrem com problemas de infertilidade, a FIV já provou que pode ser utilizada para salvar vidas.
“Quando Samara nos procurou, toda a nossa equipe ficou muito emocionada. Os protocolos médicos eram bastante novos para esse tipo de ação. Em São Paulo, por exemplo, eram poucos casos desse tipo. Na mesma hora começamos os exames para conseguir realizar o sonho dessa família”, conta a Dra. Genevieve Coelho, Diretora Médica da clínica IVI Salvador, onde Samara realizou a FIV.
Do mesmo jeito que os pais de Liz, muita gente procura a técnica para ajudar um filho ou parente próximo. E isso vale não apenas para a anemia falciforme. O transplante de medula óssea também é indicado em casos de leucemia e outras doenças graves.
A doação, em tese, pode ser de qualquer pessoa – parente ou não – desde que tenha compatibilidade. Mas no Brasil, o banco de doadores de medula ainda é muito restrito e, por isso, é bem difícil identificar um doador compatível.
FIV atrelada ao teste genético
Nesse cenário, a fertilização in vitro é buscada, atrelada a um estudo genético pré-implantacional. Com esse estudo, realizado no laboratório pela equipe de embriologistas, é possível assegurar que o embrião será 100% compatível com o paciente que busca a doação de medula.
“Estamos muito felizes em saber que trabalhar com tecnologia avançada que une procedimentos genéticos e de fertilização in vitro possibilitam a resolução de casos desafiadores como esse e inúmeros outros que encontramos na reprodução humana. Vibramos quando tivemos conhecimento que tínhamos embrião compatível. Sem dúvida é a melhor recompensa a realização do sonho do casal, ainda mais num caso tão especial quanto o de Liz”, comenta Daniele Freitas, biomédica do laboratório de FIV da clínica IVI Salvador.
Toda a equipe da clínica IVI Salvador se sente lisonjeada por ajudar a pequena Liz a ter esperança da cura e de dias melhores.
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