Hipogonadismo é uma condição que pode acometer tanto homens quanto mulheres, fazendo com que os ovários e os testículos não produzam a quantidade suficiente de hormônio; como o estrógeno em mulheres e a testosterona em homens. Esses hormônios desempenham papel fundamental no crescimento e desenvolvimento durante a puberdade.
Essa condição pode ocorrer desde o momento do desenvolvimento do feto, na gestação, se manifestando logo ao nascer. Mas também pode surgir em qualquer idade, geralmente devido a lesões ou a infecções nos ovários ou testículos.
O hipogonadismo pode causar infertilidade, ausência da puberdade, da menstruação ou pouco desenvolvimento do órgão sexual masculino. O tratamento do hipogonadismo deve ser indicado por médicos especialistas e tem como objetivo regular os níveis hormonais e evitar complicações, podendo ser necessário o uso de medicamentos à base de hormônio ou até mesmo cirurgia.
Os principais sintomas do Hipogonadismo
Os sinais e os sintomas do hipogonadismo dependem de quando a condição se desenvolve e do sexo da pessoa. “Cada paciente pode desenvolver sintomas em um determinado momento e reagir de formas diferentes. O fundamental é mesmo estar atento aos sinais do corpo e, percebendo que algo não está certo, buscar a ajuda médica”, explica o médico Fábio Vilela, do IVI Salvador.
No caso do hipogonadismo masculino, que é causado pela diminuição ou ausência da produção de testosterona pelos testículos, os sintomas apresentados são diferentes de acordo com a fase da vida em que a condição seja descoberta. O hipogonadismo feminino ocorre por diminuição ou ausência da produção de estrógeno pelos ovários e também possui sintomas diferentes dependendo da fase da vida da mulher.
Sintomas do hipogonadismo no sexo masculino
Nos bebês, pode ocorrer crescimento prejudicado dos órgãos sexuais externos devido à baixa produção de testosterona durante o desenvolvimento fetal. Dependendo de quando o hipogonadismo se desenvolve e da quantidade de testosterona presente, a criança, que é geneticamente um menino, pode nascer com genitais femininos, genitais que não são claramente masculinos nem femininos ou genitais masculinos pouco desenvolvidos.
Já em meninos antes da puberdade, os sinais de hipogonadismo são comprometimento do desenvolvimento do pênis, de músculos e dos pelos do corpo, surgimento de mamas, ausência das alterações na voz, comuns na puberdade, e crescimento excessivo dos braços e pernas em relação ao tronco.
Homens após a puberdade podem ter diminuição da quantidade de pelos no corpo, perda de massa muscular e aumento da gordura corporal, disfunção erétil e baixo desejo sexual. Também pode acontecer redução da produção de espermatozoides, que pode causar infertilidade ou dificuldade de engravidar a parceira.
Sintomas do hipogonadismo no sexo feminino
No caso das meninas, geralmente há um atraso na primeira menstruação, que começa depois dos 14 anos. Ou existe ausência total de menstruação, além de afetar o desenvolvimento dos seios e dos pelos pubianos.
Quando o hipopaganismo acontece após a puberdade, pode ocorrer menstruação irregular ou interrupção das menstruações, falta de energia, alterações de humor, diminuição do desejo sexual, perda de pelos corporais, ondas de calor e dificuldade para engravidar.
Como diagnosticar o hipogonadismo
O diagnóstico do hipogonadismo feminino é feito por um pediatra ou ginecologista, de acordo com a idade, com base no histórico clínico, idade da primeira menstruação, regularidade menstrual e exames físicos para avaliar o desenvolvimento das mamas e dos pelos pubianos. Além disso, o médico deve solicitar exames laboratoriais para medir os níveis dos hormônios FSH, LH, estrógeno, progesterona e prolactina, e exames de imagem como ultrassom da pelve.
No caso dos homens, o diagnóstico pode ser feito por um pediatra ou urologista, com base nos sintomas, no histórico clínico e através de exame físico em que o médico verifica o desenvolvimento dos testículos, do pênis e dos pelos no corpo, assim como o possível desenvolvimento de mamas. Caso suspeite de hipogonadismo masculino, o médico deve solicitar exames para medir os níveis de hormônios, como testosterona, FSH e LH, além de análise do esperma, através do espermograma.
Hipogonadismo hipogonadotrófico
O hipogonadismo hipogonadotrófico, também chamado de hipogonadismo central, pode ocorrer ao nascimento, tanto em meninos como meninas, mas também pode se desenvolver em qualquer idade.
Esse tipo de hipogonadismo ocorre por alterações no hipotálamo ou hipófise, localizados no cérebro, e que são responsáveis pela produção de hormônios que estimulam os ovários ou os testículos para produzirem seus hormônios. Nesse caso, os sintomas mais comuns são dor de cabeça, dificuldade visual como visão dupla ou perda da visão, e produção de leite pelas mamas.
O diagnóstico do hipogonadismo hipogonadotrófico é feito pelo médico com base nos sintomas e através de exame de imagem como a ressonância magnética do cérebro.
Causas do hipogonadismo
As causas variam de acordo com o tipo de glândula afetada. O hipogonadismo pode ser primário (os ovários ou testículos não funcionam de forma adequada, produzindo pouco ou nenhum hormônio sexual, porque não respondem ao estímulo cerebral) ou secundário (ocorre uma redução ou ausência da produção de hormônios no cérebro, como o FSH e LH, que são responsáveis por estimular os testículos ou os ovários, a produzir seus hormônios sexuais).
No caso do primário, geralmente é causado por doenças autoimunes, renais ou hepáticas; problemas genéticos, como a Síndrome de Turner, na mulher, e a Síndrome de Klinefelter, no homem, criptorquidia em que os testículos não descem para a bolsa escrotal em meninos ao nascer.
Outras possíveis causas são caxumba em meninos, menopausa precoce em mulheres, Síndrome dos ovários policísticos em mulheres, Infecção como gonorréia em mulheres, radioterapia ou quimioterapia para o tratamento de câncer, pois pode afetar a produção de hormônios sexuais.
O Hipogonadismo secundário normalmente é causado por sangramento anormal, problemas genéticos como a síndrome de Kallmann, deficiências nutricionais, obesidade, excesso de ferro no sangue, radiação, infecção por HIV ou tumor na hipófise.
Como tratar
O tratamento deve ser sempre feito sob indicação médica e pode incluir medicamentos hormonais para repor os hormônios progesterona e estrógeno em mulheres, e a testosterona em homens.
Se a causa for um problema na hipófise, o tratamento pode também ser feito com hormônios hipofisários, para estimular a produção de esperma em homens ou a ovulação em mulheres e, assim, restaurar a fertilidade.
Além disso, no caso de tumor na hipófise, pode ser necessária cirurgia para retirada do tumor, uso de medicamentos, radioterapia ou tratamento hormonal.
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