Você já ouviu falar da histeroscopia? Quando o assunto é saúde da mulher, já sabemos que a indicação é de acompanhar o sistema reprodutor através de visitas ao ginecologista pelo menos uma vez ao ano. Normalmente, se realiza o preventivo e o transvaginal, mas existem outros exames específicos.
A histeroscopia é um exame ginecológico que pode ser realizado de duas formas: a diagnóstica e a cirúrgica. Logo na primeira consulta com um especialista em reprodução assistida é feito uma ecografia. Assim, pode sinalizar alguma anormalidade na cavidade uterina, daí a indicação para a histeroscopia. Indica-se 0 exame também quando há falhas de ciclo.
“A histeroscopia diagnóstica é um procedimento para investigação e inspeção da cavidade uterina. Identificando alterações como pólipos, miomas, adenomiose e malformações do útero. Também indica-se em casos de abortamento de repetição”, explica o Dr. Fábio Vilela, do IVI Salvador. O médico conta que através do exame, que é bastante simples, é possível identificar anormalidades no sistema reprodutivo feminino. E, a partir daí estabelecer de forma mais assertiva um tratamento.
Já a histeroscopia cirúrgica é um procedimento que tem como objetivo tratar essas alterações na cavidade uterina. Como o nome sugere, é uma cirurgia. E, normalmente se destina ao tratamento de doenças benignas que ocorrem no interior do útero. “Mesmo sendo cirúrgica – e às vezes o nome assusta – esse é um procedimento de baixo risco. É interessante frisar isso com as pacientes A modalidade cirúrgica é bastante realizada em casos de mulheres que sofrem com infertilidade”, acrescenta o especialista.
Histeroscopia diagnóstica
O tipo mais simples que é a histeroscopia diagnóstica, que é um exame rápido, realizado sem a necessidade de cortes e não deixa cicatrizes. Por via vaginal, o médico introduz no colo do útero uma micro câmera com foco de luz na extremidade.
Em muitos casos, de problemas mais simples, se realiza o exame em consultório sem necessidade de anestesia.
Só em caso mais complexos, é que se realiza em centro cirúrgico. Em qualquer um dos casos, avaliando de modo geral, o procedimento tem relativa facilidade de execução e baixo risco de complicações. Também não é necessário repouso ou afastamento das atividades após a realização do exame.
Histeroscopia cirúrgica
Através da histeroscopia diagnóstica, o médico identifica se é necessário que a paciente recorra ou não à modalidade cirúrgica. Na cirúrgica, pelo mesmo equipamento introduz-se a pinça e a tesoura na cavidade uterina, possibilitando o tratamento.
Também podendo se realizar em consultório em alguns casos, a histeroscopia cirúrgica tem como principal objetivo tratar problemas como pólipos endometriais de pequenas dimensões, miomas uterinos pequenos, ou mesmo a remover um dispositivo intrauterino (DIU) retido.
Os pólipos de pequenas dimensões, abaixo de 3 cm, podem ser tratados através da polipectomia por histeroscopia em consultório.
Já em casos de doenças como pólipos endometriais múltiplos, miomas e com componente intramural, sinéquias uterinas mais espessas, septos uterinos de maiores dimensões e hemorragias uterinas resistentes ao tratamento médico, recomenda-se realizar a histeroscopia cirúrgica em centro cirúrgico sob anestesia.
Quais os cuidados necessários antes da realização do exame?
No caso de realização da histeroscopia em consultório, a paciente não precisa realizar jejum e nem fazer uso de anestesia geral. Mas em alguns casos orienta-se a mulher é a fazer uso de um analgésico horas antes do procedimento.
Já para aqueles casos realizados em centros cirúrgicos, é necessário jejum conforme orientação médica específica, por conta da anestesia geral.
É importante lembrar que a paciente não pode estar menstruada nem ter tido perda de sangue abundante no pré-procedimento. Isso porque nesses casos, a visualização da cavidade uterina seria comprometida. Para aquelas mulheres que estão em idade fértil, recomenda-se realizar a histeroscopia logo após o período menstrual. E se diferente disso, realizar um beta HCG para garantir que não está grávida.
Pacientes com infecção aguda ou com doenças malignas no colo do útero são contra indicadas ao procedimento. O mesmo vale para aquelas que estejam grávidas.
Uma outra orientação importante para antes do procedimento é a restrição de relações sexuais nos dias anteriores à sua realização.
A histeroscopia cirúrgica tem riscos?
Por se tratar de um procedimento de baixa complexidade, os riscos e possíveis complicações de uma histeroscopia cirúrgica são raros. Mas é sempre bom lembrar que cada caso é um caso e traz suas particularidades.
Como se realiza o tratamento para patologias mais simples, solicita-se cada vez com mais frequente. Por isso, é importante sempre analisar muito bem sobre o profissional que irá realizar o procedimento.
Embora ofereça baixo risco, em alguns casos, algumas mulheres podem sentir algum desconforto após o procedimento. Na histeroscopia em consultório, podem ocorrer sintomas como náuseas e vômitos, suores e sensação de desmaio. Isso para os procedimentos mais demorados e mais complexos. Quando esses sintomas começam, recomenda-se que o médico interrompa imediatamente o tratamento.
Na histeroscopia cirúrgica, a perfuração uterina é a complicação mais frequente, mesmo sendo rara. Nesses casos, além de interromper o procedimento, mantém-se o paciente em observação, por conta do risco de hemorragia ou de lesão de outros órgãos.
O que ocorre depois? É necessário afastamento repouso da paciente?
A recuperação depois de uma histeroscopia cirúrgica realizada em consultório normalmente acontece de forma imediata. Pode resultar em um pouco de dor, que se assemelha a uma cólica menstrual.
Nos casos de procedimentos realizados em hospitais, a alta médica acontece no mesmo dia do tratamento. Depois um curto período de observação da paciente, para que os efeitos da anestesia passem.
Tratados os problemas uterinos que porventura estavam causando a infertilidade da mulher, ela pode seguir normalmente sua vida, voltando a ter relações sexuais e buscando a concepção.
Mulheres que estão em tratamento de reprodução assistida, como fertilização in vitro, também podem dar continuidade aos exames e ao ciclo normalmente.
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