A inseminação artificial é uma das técnicas da reprodução assistida que auxilia as pessoas que desejam ter filhos, mas não conseguem engravidar de forma natural.
Para aumentar as possibilidades de uma gestação, existem procedimentos que podem ajudar. Eles são indicados de acordo com a causa, tempo de infertilidade e idade da mulher. Os procedimentos mais comuns são: Coito Programado (CP), Fertilização In Vitro (FIV) e a Inseminação Artificial (IA).
A inseminação artificial, também conhecida como inseminação intrauterina (IIU), é uma técnica de reprodução assistida em que o sêmen é depositado diretamente na cavidade uterina. Esse processo ocorre durante o período fértil, aumentando assim as chances de conceber uma gravidez, especialmente em casos de infertilidade.
Ou seja, este procedimento sincroniza o encontro dos gametas para que a gravidez aconteça. A técnica de baixa complexidade potencializa o encontro do espermatozoide com o óvulo. Coloca-se no útero feminino, uma amostra qualificada de sêmen, com preparo prévio em laboratório. Dessa forma, a fertilização do óvulo acontece dentro do corpo da mulher.
Detalhes sobre a Inseminação Artificial
A inseminação artificial apresenta uma taxa de sucesso entre 20 a 30%, em que as variantes apresentadas pelo casal determinam a possibilidade de a gestação ocorrer. O sucesso do tratamento depende de questões como a idade materna, a quantidade de folículos ovarianos e a qualidade dos espermatozoides.
Após três tentativas sem sucesso, se recomenda uma nova alternativa para tratar a infertilidade. Nesse caso, a indicação com maior possibilidade de alcançar o objetivo é a FIV. “Para avaliar cada caso e definir o melhor método de tratamento, é essencial fazer o acompanhamento com profissionais especializados em reprodução humana”, conta a médica do IVI Salvador, Dra. Graziele Reis.
O passo a passo da Inseminação Artificial
O tratamento de inseminação artificial começa no início do ciclo menstrual da mulher. No segundo ou terceiro dia do ciclo, utiliza-se o hormônio folículo-estimulante (FSH). O FSH é responsável pelo desenvolvimento e maturação dos folículos ovarianos, estimulando assim o seu crescimento.
Outro hormônio que também pode se usar é o luteinizante (LH), que participa desse mesmo processo. A escolha da medicação vai ficar por conta do especialista. A última medicação administrada vai induzir a ovulação e o desenvolvimento do corpo lúteo, coordenando também a secreção de progesterona.
A aplicação destes hormônios deve ser feita diariamente por, aproximadamente 10 dias. Durante este período, realizam-se exames de ultrassom para que seja possível acompanhar o crescimento dos folículos. Os exames devem ser intercalados e feitos a cada 2 ou 3 dias, de acordo com cada paciente.
Quando ocorre a inseminação?
Quando estes folículos apresentarem em torno de 18 mm, inicia-se a aplicação de um segundo hormônio. Este, ajuda a promover o amadurecimento do óvulo e promove a ovulação em até 36 horas após a aplicação.
Geralmente, nas 2 horas que antecedem a ovulação, o homem realiza uma coleta do sêmen através da masturbação, na própria clínica. A amostra coletada é submetida a testes clínicos que selecionam os melhores espermatozoides. Se considera a mobilidade do espermatozoide, o que aumenta a chance de fertilização.
É importante que o parceiro tenha conhecimento de que são necessários alguns cuidados antes da coleta. O homem deve estar em abstinência sexual entre 1 a 3 dias e evitar o consumo de álcool e tabaco nas semanas que antecedem o procedimento.
Depois, o sêmen que foi coletado e preparado é inserido, através de um fino cateter, diretamente na cavidade uterina da paciente no momento da ovulação. Este procedimento é indolor, e dura em torno de 15 minutos.
Feito isso, a mulher pode voltar a sua rotina tranquilamente, evitando apenas realizar esforço físico demasiado.
O pós Inseminação
Após 12 a 15 dias da realização do procedimento de inseminação artificial, a mulher deve realizar um exame de sangue, o Beta HCG.
Existem algumas observações obre a inseminação artificial. É preciso que a mulher tenha pelo menos uma trompa normal. Como a fertilização ocorre seu interior, é preciso que ela permita o encontro do óvulo com os espermatozoides.
No caso de mulheres que fizeram a laqueadura e querem engravidar, o tratamento indicado é a fertilização in vitro. Ou, em casos selecionados, pode ser possível fazer cirurgia de reversão da laqueadura.
Quando se indica a Inseminação Artificial?
Indica-se a inseminação artificial em situações que há uma leve alteração nos espermatozoides, impossibilidade de coito, ou até mesmo na infertilidade sem causa aparente.
Além disso, a depender do caso, a IA pode acontecer com sêmen do parceiro (inseminação homóloga). Ou, ainda, com espermatozoide doado (inseminação heteróloga), obtido através de bancos de sêmen.
Os beneficiados com a inseminação artificial são casais jovens com esterilidade de origem desconhecida. Quando o casal possui dificuldade em realizar relações sexuais com penetração e ejaculação, a IA pode ser uma aliada.
Homens com alterações leves ou moderadas no espermograma, em relação à concentração ou mobilidade dos espermatozoides.
Mulheres jovens e que apresentam irregularidade de ovulação ou que não ovulam corretamente (a causa mais comum é a Síndrome dos Ovários Policísticos – SOP). Mulheres com alteração no colo do útero; e portadoras de endometriose (casos selecionados) também entram na lista.
Outras indicações…
Mulheres solteiras e férteis que desejam ter um filho, e encarar uma maternidade solo podem conseguir através da inseminação artificial, a realização de um sonho.
Assim como, mulheres férteis, em uma união homoafetiva, e que desejam ter filhos. Nesse tipo de tratamento tanto o material genético como a gravidez envolva apenas uma das mulheres.
A escolha é feita pelo casal, considerando desejo pessoal e fatores de saúde de cada uma. Para iniciar o tratamento é necessário uma doação de espermatozoide. Ela pode ser feita através de um banco de sêmen. No Brasil, o procedimento só pode se realizar com a doação anônima.
Segundo a nova resolução do CFM, Conselho Federal de Medicina, do ano de 2022, a doação de gametas pode ser feita por parente de um dos parceiros de até quarto grau, desde que não incorra em consanguinidade.
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