Menopausa precoce ou insuficiência ovariana

Comitê Editorial IVI Salvador

A menopausa é um processo natural, marcado pelo fim do ciclo reprodutivo da mulher. No entanto, quando esse processo ocorre antes dos 40 anos, é classificado como menopausa precoce ou insuficiência ovariana prematura.

Trata-se de uma condição que pode afetar profundamente a saúde física e emocional da mulher, especialmente quando há o desejo de engravidar. A boa notícia é que, com o acompanhamento médico adequado e os avanços da medicina reprodutiva, é possível encontrar alternativas eficazes.

O que é menopausa precoce

A menopausa precoce, também chamada de insuficiência ovariana prematura, ocorre quando os ovários deixam de funcionar normalmente antes dos 40 anos. Com isso, a mulher para de ovular e de menstruar, o que compromete a sua fertilidade.

Embora compartilhe sintomas com a menopausa comum, como ondas de calor, mudanças de humor e ressecamento vaginal, ela acontece em uma fase da vida em que muitas mulheres ainda desejam ter filhos.

Estima-se que cerca de 1% da população feminina seja afetada por essa condição, que pode se manifestar de maneira temporária ou definitiva.

Causas da menopausa precoce

As causas da menopausa precoce podem variar bastante. Em alguns casos, há um componente genético envolvido, ou seja, quando outras mulheres da família também passaram por esse processo antes do tempo. Doenças autoimunes, nas quais o sistema imunológico ataca os próprios ovários, também podem desencadear a insuficiência ovariana.

Além disso, tratamentos como quimioterapia e radioterapia, especialmente quando realizados na região pélvica, podem danificar o tecido ovariano e comprometer sua função. Cirurgias ginecológicas mais invasivas e alterações cromossômicas, como as observadas na síndrome de Turner, por exemplo, também estão associadas à condição.

Há ainda casos em que nenhuma causa evidente é identificada, sendo classificados como idiopáticos.

Sintomas da menopausa precoce

Os sintomas da menopausa precoce são, na maioria das vezes, similares aos da menopausa que ocorre naturalmente, porém se manifestam de forma precoce e, muitas vezes, de maneira repentina.

A mulher pode apresentar alterações no ciclo menstrual, com menstruações irregulares ou ausência completa da menstruação. Ondas de calor intensas, suores noturnos, ressecamento vaginal, queda da libido e dor durante as relações sexuais são queixas frequentes.

Alterações emocionais, como ansiedade, tristeza e irritabilidade, também podem surgir, assim como dificuldades cognitivas, como falta de concentração. É importante destacar que, diante desses sintomas em mulheres jovens, é fundamental procurar um especialista para investigação.

A reserva ovariana na menopausa precoce

A reserva ovariana é um dos principais indicadores da fertilidade feminina. Ela se refere à quantidade dos óvulos ainda disponíveis nos ovários.

Nas mulheres com menopausa precoce, essa reserva costuma estar bastante comprometida. O principal exame para avaliar a reserva ovariana é a dosagem do hormônio antimülleriano (AMH), mas exames de imagem, como a ultrassonografia transvaginal para contagem de folículos, e a análise de outros hormônios reprodutivos também são utilizados no diagnóstico.

“A avaliação da reserva ovariana permite identificar precocemente alterações na função dos ovários e orientar a paciente sobre as possibilidades de preservação da fertilidade ou tratamentos futuros”, explica o Dr. Agnaldo Viana, especialista em reprodução humana do IVI Salvador.

Fatores de risco da menopausa precoce

Diversos fatores podem aumentar o risco de uma mulher desenvolver menopausa precoce. O histórico familiar é um deles. Mulheres cujas mães ou irmãs passaram por menopausa antecipada devem ficar atentas.

Doenças autoimunes, como o lúpus, também estão entre os fatores associados. O tabagismo é um elemento importante, pois substâncias tóxicas presentes no cigarro aceleram a perda dos folículos ovarianos. Além disso, a exposição prolongada a agentes químicos e poluentes ambientais pode ter efeitos negativos sobre a função ovariana.

Mulheres que passaram por tratamento contra o câncer ou que tiveram infecções graves que atingiram os ovários também têm risco aumentado.

Manter um estilo de vida saudável e realizar acompanhamento ginecológico regular são medidas importantes para identificar precocemente qualquer alteração.

A relação entre endometriose e menopausa precoce

A endometriose é uma doença crônica, caracterizada pela presença de tecido endometrial fora do útero, o que pode causar dor intensa, inflamações e dificuldade para engravidar.

Embora a endometriose não seja uma causa direta da menopausa precoce, existe uma relação indireta entre as duas condições. Em casos mais severos, o tratamento da endometriose pode incluir cirurgias que afetam os ovários ou o uso prolongado de medicamentos que reduzem a produção hormonal, o que pode comprometer a função ovariana.

Além disso, a inflamação constante pode interferir na qualidade dos óvulos. Por isso, mulheres com endometriose devem ser acompanhadas por especialistas em fertilidade, a fim de evitar impactos mais graves sobre a capacidade de engravidar.

É possível engravidar com menopausa precoce?

Em alguns casos de menopausa precoce, ainda é possível encontrar atividade ovariana residual, o que permite a tentativa de gravidez com os próprios óvulos, especialmente com o apoio de tratamentos como a fertilização in vitro (FIV).

Quando não há mais óvulos viáveis, a doação de óvulos se torna uma alternativa segura e eficaz. Com os avanços da medicina reprodutiva, é possível realizar a fecundação em laboratório com óvulos doados e o sêmen do parceiro (ou de doador, se necessário), e transferir o embrião para o útero da paciente.

“A doação de óvulos tem permitido que mulheres com insuficiência ovariana prematura realizem o sonho da maternidade, com altas taxas de sucesso”, afirma o Dr. Agnaldo Viana.

O processo de FIV com óvulos doados segue rigorosos protocolos de segurança e ética. A doadora passa por avaliação médica e psicológica. O embrião formado é então transferido para o útero da mulher que deseja engravidar, que será a responsável pela gestação.

A importância do acompanhamento especializado

O diagnóstico de menopausa precoce exige mais do que exames e medicações. Envolve acolhimento, escuta e planejamento. A mulher deve ser acompanhada por uma equipe multidisciplinar, que leve em consideração não apenas a função reprodutiva, mas também sua saúde emocional, óssea, cardiovascular e hormonal.

No IVI Salvador, oferecemos suporte completo, com tecnologia de ponta, protocolos personalizados e profissionais capacitados para atender cada paciente com empatia. Quanto mais cedo a condição for identificada, maiores as chances de preservar a fertilidade e realizar o sonho de ter um filho.