Método ROPA: revolução na Reprodução Assistida para Casais de Mulheres

Comitê Editorial IVI Salvador

O desejo de ter filhos é comum a muitos casais, e para casais de mulheres, o Método ROPA surgiu como uma solução inovadora, que permite a participação ativa de ambas as partes, durante o processo da gravidez.

Este método, cujo nome é uma sigla para a expressão “Recepção de Óvulos da Parceira”, está transformando a reprodução assistida, proporcionando uma experiência única e compartilhada na jornada para a maternidade, celebrando os novos e diversos tipos de família.

“O Método ROPA representa uma revolução na reprodução assistida para casais de mulheres, permitindo uma participação equitativa e significativa no processo de concepção e gravidez. Para muitos, esta técnica não só realiza o sonho da maternidade compartilhada, mas também reforça os laços de amor e parceria. Se você e sua parceira estão considerando este método, procure um especialista em reprodução assistida para explorar essa possibilidade incrível”, explica a especialista Genevieve Coelho, Diretora Médica do IVI Salvador.

Tecnicamente, o que é o Método ROPA?

O Método ROPA é uma técnica de reprodução assistida especialmente projetada para casais de mulheres.

Ele permite que ambas as parceiras participem de modo ativo do processo de gravidez: uma fornecendo os óvulos e a outra gestando o embrião.

Essa abordagem fortalece o vínculo entre o casal, pois ambas contribuem geneticamente e fisicamente para a concepção e nascimento do bebê e vivenciam de modo mais intenso e próximo, todo o ciclo da reprodução assistida.

Como é o passo a passo do Método ROPA

O processo do Método ROPA envolve várias etapas. A primeira delas é a de estimulação ovariana. A parceira que fornecerá os óvulos passa por um tratamento hormonal para estimular a produção de óvulos, que consiste em medicações hormonais que estimulam o crescimento dos folículos ovarianos (estrutura que contém os óvulos).

Por meio desse tratamento hormonal, que dura cerca de 15 dias, a mulher conseguirá produzir vários óvulos de uma só vez, ao invés de apenas um, como ocorre naturalmente.

Após a estimulação, o médico administrará uma dose de outra medicação para induzir a maturação dos óvulos. A próxima etapa é a coleta desses óvulos. O procedimento acontece em sala de cirurgia, sob leve sedação.

Durante essa etapa, os óvulos são coletados através de um procedimento minimamente invasivo, normalmente em estrutura de day hospital, com alta cerca de horas após o procedimento.

Após coletados, os óvulos são analisados em laboratório, onde serão fertilizados com sêmen de um doador (obtido através de banco de sêmen). Esse processo ocorre dentro do  Laboratório de Fertilização in Vitro (Lab FIV). Depois da fertilização, os especialistas selecionam os melhores embriões, que são, na época correta, transferidos para a outra parceira, que será a responsável por gestar.

Vale lembrar que, enquanto o processo está acontecendo no Lab FIV, essa outra parceira também tem seu endométrio preparado com uso de algumas substâncias, que irão ajudar no espessamento da parede endometrial, tornando as condições o mais favorável possíveis para a implantação.

A última etapa é o exame que confirma se a gravidez se concretizou.

Os benefícios do Método ROPA

O Método ROPA oferece diversos benefícios para casais de mulheres, incluindo a participação ativa de ambas, ou seja, as duas parceiras irão participar diretamente do processo de concepção e gravidez, sendo responsáveis por contruir biologicamente, de algum modo, com a criança.

Vínculo Emocional: a experiência compartilhada fortalece o vínculo emocional entre o casal e o futuro bebê. Além disso, há contribuição genética e física, já que uma parceira contribua geneticamente (já que o DNA está no óvulo colhido para o procedimento), enquanto a outra vivencia a gestação e cede ao bebê uma carga emocional, com sensações e experiências trocadas ao longo dos nove meses.

Uma grande vantagem da técnica, são as elevadas taxas de sucesso. Com a fertilização in vitro, as taxas de sucesso são comparáveis a outros métodos de reprodução assistida.

A indicação pelo método ocorre em dois casos. Primeiramente, por escolha própria, ou seja, quando as duas mulheres desejam compartilhar o processo de gravidez e ter um papel ativo e conjunto na criação da vida do filho desde o começo.

Ou, por recomendação médica, se uma das mulheres tem dificuldades reprodutivas como alterações nos ovários, por exemplo, ou risco de transmissão de doenças hereditárias, o médico pode indicar o Método ROPA como opção.

Influência epigenética

Antes de mais nada, é importante entender que a epigenética é uma área da biologia que estuda as mudanças no funcionamento do corpo que não são causadas pela sequência do DNA, mas que se perpetuam nas divisões celulares.

Apesar do DNA do embrião ser herdado da doadora dos óvulos e do doador de sêmen, vários estudos científicos demonstraram que a mãe gestante irá determinar de forma única a atividade genética do bebê por meio da influência epigenética.

Isso acontece porque enquanto o embrião se desenvolve no útero, ocorrem também alterações em sua expressão genética, que são determinadas pelo ambiente uterino da mãe gestante.

O embrião não herdará características biológicas da mãe gestante, mas será impactado em outros aspectos tão importantes como, por exemplo, a proteção a determinadas doenças.

Considerações legais e éticas do Método ROPA

Embora o Método ROPA seja uma opção viável e emocionante para muitos casais de mulheres, é importante estar ciente das considerações legais e éticas. A legislação sobre reprodução assistida pode variar entre os países e até mesmo entre regiões dentro de um país. É essencial consultar profissionais especializados e estar informado sobre as regulamentações locais antes de iniciar o tratamento.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) garante que os filhos gerados por meio de técnicas de reprodução assistida possam ser registrados diretamente em um Cartório de Registro Civil, sem precisar de intervenção da Justiça.

Além disso, desde 2018, os campos de “pai” e “mãe” nas certidões foram trocados por apenas “filiação”. Isso tornou mais fácil o processo para os casais homoafetivos, que podem registrar normalmente os filhos.

A Reprodução Assistida tem sido cada dia mais aliada de casais e de pessoas que buscam a realização de seus sonhos. Estamos aqui para te ajudar. Entre em contato conosco e marque sua consulta.