A obesidade é um problema de saúde pública e traz más consequências para a nossa saúde. Estudos mais recentes já mostram que obesidade e fertilidade podem ter uma relação direta.
“Um dos pontos que sempre debatemos com os casais tentantes, quando chegam ao consultório, é o estilo de vida. Manter uma vida ativa, realizar exercícios físicos e, sobretudo, combater a obesidade. Esses são fatores que dependem exclusivamente dos pacientes, e que reforçamos o quanto são importantes para o sucesso de qualquer tratamento”, comenta Dra. Andreia Garcia, médica ginecologista do IVI Salvador.
Inclusive, muita gente não sabe, mas a obesidade pode ser o fator que leva um casal à infertilidade. “No consultório, às vezes fazemos os exames clínicos e detectamos que tudo está ok. A única coisa que foge da normalidade é o excesso de peso”, pondera a médica. E os dados mostram que na prática, isso vem se confirmando: mais de 30% das mulheres com obesidade tem dificuldade em engravidar.
Os riscos da obesidade
O risco de complicações obstétricas é três vezes maior em mulheres com obesidade e aumentam para o dobro as taxas de aborto, o risco de morte fetal e os partos prematuros em comparação com as mulheres que têm um peso considerado normal.
Os especialistas reforçam que o excesso de peso não só pode levar a complicações na gravidez, como também a problemas de infertilidade. Além disso, tem impacto na saúde dos filhos, que também deve ser considerado dentro desse contexto.
Já se sabe hoje, que a obesidade está relacionada a outras doenças, como a diabetes, a síndrome do ovário policístico, entre outras. Além disso, contribui para irregularidades menstruais, anovulação, aborto espontâneo, hipertensão e diabetes gestacional, assim como com alterações do crescimento intrauterino.
“Exatamente por isso é que é recomendável a perda de peso antes de engravidar. Durante a tentativa, a mulher precisa equilibrar a alimentação. Não apenas visando a perda de peso, mas também a reposição de vitaminas e nutrientes que podem ser obtidos através de uma alimentação mais saudável” reforça a médica.
A relação com a fertilidade
Para melhorar o prognóstico reprodutivo, as mulheres devem engravidar com o peso mais próximo possível do seu peso ideal, uma vez que 30 a 40% das mulheres com obesidade têm dificuldade em engravidar e isso é fato.
É possível reverter um quadro de infertilidade se as futuras mães iniciarem um plano de redução de peso e modificarem hábitos alimentares que possam ser prejudiciais. Além do acompanhamento por um ginecologista, é recomendado que essas pacientes procurem apoio junto de um especialista em nutrição e também realizem exercícios físicos acompanhadas por um profissional de educação física devidamente qualificado.
Há estudos que demonstram que o exercício moderado tanto da mulher, como do homem, melhora os resultados dos tratamentos de reprodução assistida.
Tendo em conta que, na maioria dos países, e segundo dados da Organização Mundial da Saúde, cerca de 60% dos adultos está acima do peso ou são obesos, e que a obesidade constitui um gatilho para muitas doenças, onde se inclui a infertilidade, é esperado que cada vez mais mulheres venham a ter problemas de infertilidade.
“A relação tem sido direta. É um fator decisivo, importante e que precisa ser avaliado. Para além da fertilidade, adotar uma vida mais equilibrada nos livra de muitas outras doenças num futuro próximo”, conta.
Obesidade é hereditária?
O excesso de peso e a obesidade não têm apenas consequências para as mães e pais, mas também afetam a sua descendência.
O ambiente onde se desenvolve o feto condiciona seu desenvolvimento e a sua vida futura.
Os filhos de mães com excesso de peso têm 40% mais probabilidade de vir a sofrer de obesidade e doenças associadas, das quais se destacam a diabetes e os problemas cardiovasculares.
Conselhos da especialista
Para diminuir problemas de infertilidade e prevenir as consequências da obesidade e o excesso de peso na gravidez, Dra. Andreia deixa três recomendações às mulheres que estão pensando em ser mães.
1 – Iniciar um plano de redução de peso e modificar hábitos nutricionais que podem ser prejudiciais, preferencialmente seis meses antes de tentarem engravidar de forma natural ou antes dos tratamentos de reprodução assistida.
Ideal evitar alimentos processados e dar preferência para alimentos naturais e uma dieta variada com sementes, grãos, legumes, proteínas animais e/ou vegetais e produtos não refinados, ricos em fibras.
Os alimentos mais amigos da fertilidade são os que contêm ácido fólico, vitaminas B, C, D e E, selénio e cálcio.
2 – Fazer exercício físico acompanhado por um especialista. Em conjunto com uma alimentação variada e equilibrada ajuda a perder peso e traz benefícios cardiovasculares, metabólicos, endócrinos e neurológicos.
Também ajuda a reduzir o estresse e melhora a qualidade do sono. E a perda de peso traz vantagens não só para a mulher que está preparando o seu corpo para gerar uma vida. Também para os homens, uma vez que o excesso de peso e a obesidade masculina diminuem a qualidade do sêmen e, consequentemente, a fertilidade do casal.
3 – Adotar um estilo de vida menos sedentário que obrigue a mulher e/ou o casal a sair de casa.
Pode ser simplesmente criar o hábito de ver um filme no cinema em vez de ser no sofá, ou fazer pequenos passeios, andar de bicicleta, fazer caminhadas.
Também, quando o tempo permitir, preparar uma refeição e fazer um piquenique num jardim ou no campo. O relaxamento físico e mental é importante para quem tenta engravidar.
Obesidade no Brasil
A situação da obesidade é tão grave no Brasil quanto no resto do mundo. 57,25% dos brasileiros estavam com sobrepeso em 2021. Antes da pandemia, em 2019, a taxa era menor, de 55,4%.
A obesidade é maior entre homens (59,9%) do que entre mulheres (55%). Os dados estão na pesquisa “Vigitel 2021”, realizada pelo Ministério da Saúde.
Ainda conforme o estudo, o índice de obesidade em 2021 ficou em 22,35% no Brasil. O desempenho foi superior ao do ano anterior, que marcou 21,55%. A
Diferentemente do sobrepeso, a condição de obesidade em 2021 foi maior entre mulheres (22,6%) do que em homens (22%). Ela foi mais incidente nas faixas de 35 a 44 anos (25,5%), 45 a 54 anos (26,24%) e de 55 a 64 anos (26,22%).
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