Ovodoação: quando a doação de óvulos é o caminho para realizar o sonho da maternidade

Comitê Editorial IVI Salvador

A maternidade tardia se tornou cada vez mais comum não só no Brasil, mas também em todo o mundo. Com o adiamento da decisão de ter filhos, muitas mulheres enfrentam dificuldades para engravidar com seus próprios óvulos, seja devido à idade, condições médicas ou tratamentos prévios.

Nesses casos, a ovodoação surge como uma alternativa eficaz, segura e cada vez mais acessível para realizar o sonho da maternidade.

O que é ovodoação?

A ovodoação é um tratamento de reprodução assistida no qual a paciente recebe óvulos de uma doadora.

Esses óvulos são fecundados em laboratório com o sêmen do parceiro ou de um doador (a depender do caso), e os embriões formados são transferidos para o útero da receptora.

Trata-se de uma técnica indicada para mulheres que, por diferentes razões, não conseguem engravidar com seus próprios óvulos, seja por falência ovariana, baixa reserva ovariana ou problemas genéticos.

Diferente do que muitos pensam, a ovodoação não interfere na maternidade afetiva: a gestação é totalmente da mãe receptora, que acompanhará toda a gravidez, sentirá os movimentos do bebê e criará um vínculo desde os primeiros dias.

Quem pode se beneficiar da ovodoação?

O perfil das pacientes que recorrem à ovodoação é bastante variado, mas a média de idade está acima de 40 anos.

A técnica é indicada, por exemplo, para mulheres que apresentam falência ovariana precoce, condição que pode ocorrer mesmo em pacientes jovens.

Também é recomendada para aquelas que passaram por cirurgias ovarianas ou por tratamentos que afetam a reserva ovariana, como quimioterapia ou radioterapia.

Além disso, mulheres com baixa qualidade ovocitária devido a doenças hereditárias ou que tiveram múltiplos insucessos em ciclos convencionais de fertilização in vitro (FIV) podem se beneficiar do procedimento.

Segundo o Dr. José Landeras, diretor do IVI Murcia, que faz parte do grupo IVI, ao qual o IVI Salvador está integrado, “no IVI, mais de 30% das nossas pacientes conseguem realizar o sonho de serem mães por meio dessa técnica, um número que confirma a eficiência da ovodoação e a segurança do procedimento”.

Taxas de sucesso elevadas

Uma das principais vantagens da ovodoação é a elevada taxa de sucesso. Isso acontece porque a qualidade dos óvulos doados é determinante para o resultado, garantindo maiores chances de gravidez do que em ciclos com óvulos próprios em mulheres com idade avançada.

Estudos indicam que, após três tentativas de ovodoação, a taxa acumulada de sucesso pode chegar a 99,9%, um índice significativamente maior do que os resultados médios de fertilização com óvulos próprios após os 40 anos.

O acompanhamento médico constante e os avanços nas técnicas laboratoriais tornam o tratamento seguro, previsível e altamente eficaz.

Como funciona o processo de ovodoação?

O tratamento envolve várias etapas, a começar pela seleção da doadora. Essa escolha leva em conta compatibilidade genética, grupo sanguíneo, RH e características físicas, de forma que o embrião seja o mais compatível possível com a receptora.

Todas as doadoras passam por exames clínicos, genéticos e de doenças infectocontagiosas para garantir segurança e qualidade.

Após a escolha da doadora, a paciente receptora inicia o preparo do útero com medicação específica, que garante que o endométrio esteja na espessura e receptividade ideais para a implantação do embrião.

Em seguida, os óvulos da doadora são fecundados em laboratório com o sêmen escolhido e acompanhados em cultivo até atingirem o estágio adequado para transferência.

A transferência do embrião é um procedimento simples, rápido, geralmente indolor e sem necessidade de anestesia. Depois, a paciente segue com acompanhamento médico até a confirmação da gestação, que é realizada por exame de sangue cerca de onze dias após a transferência.

O ciclo completo pode durar aproximadamente 10 dias, mas existem protocolos que permitem transferência em ciclo natural, reduzindo o uso de medicação e tornando o processo mais confortável para a paciente.

Ovodoação e vínculo materno: o papel da epigenética

Uma dúvida comum entre mulheres que recorrem à ovodoação é sobre a relação genética com o bebê. A ciência explica que existe um fenômeno chamado epigenética, que demonstra como o ambiente uterino pode influenciar a expressão genética do embrião.

Isso significa que, mesmo quando o óvulo é de uma doadora, o corpo da mãe receptora exerce papel fundamental na formação do bebê, afetando seu desenvolvimento, sua saúde e até alguns aspectos comportamentais.

Assim, o vínculo entre mãe e filho começa desde a gestação, reforçando que a maternidade vai muito além do material genético.

Aspectos emocionais e psicológicos

Além das questões médicas, a ovodoação envolve um componente emocional importante. Muitas mulheres relatam sentimentos de ansiedade, medo e até culpa ao considerar a doação de óvulos.

Por isso, o acompanhamento psicológico faz parte do processo, ajudando a paciente a lidar com expectativas, inseguranças e o impacto emocional da gestação.

O apoio familiar e do parceiro também são essenciais, fortalecendo a confiança e contribuindo para uma experiência positiva e segura.

Legalidade e sigilo

No Brasil, a ovodoação é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e segue normas éticas rigorosas. A identidade da doadora é sigilosa, garantindo anonimato e segurança para ambas as partes.

Todas as etapas são supervisionadas por profissionais especializados, assegurando confidencialidade e bem-estar de todos os envolvidos.

“A ovodoação é uma técnica segura e eficaz que oferece uma oportunidade real para mulheres realizarem o sonho da maternidade, mesmo quando não é possível utilizar seus próprios óvulos. No IVI Salvador, acompanhamos cada paciente de forma individualizada, garantindo suporte médico e emocional em todas as etapas do tratamento”, conta a Dra. Isa Rocha, especialista em reprodução assistida no IVI Salvador.

A ovodoação se consolidou como uma opção cada vez mais eficaz, segura e acessível para mulheres que desejam engravidar, mas não podem utilizar seus próprios óvulos. Com altas taxas de sucesso, acompanhamento médico especializado, respaldo científico e suporte psicológico, o tratamento permite que muitas mulheres realizem o sonho da maternidade, independentemente da idade ou das condições médicas.